Todos somos iguais, todos somos bons, todos merecemos… Só que não!

Este texto é da autoria de Ricardo Rosado

 

Saudades dos tempos em que havia burros, gordos caixa de óculos, pretos, pulas, chineses, geeks, etc. Os burros chumbavam, não se tornavam doutores como hoje em dia. Mas a fasquia era definida no marrão da turma, não por baixo como agora. Somos todos iguais diz-se.
Antes não éramos, mas o gordo tinha notas brutais e ninguém sabia como, o caixa de óculos tinha um sentido de humor inigualável, o preto jogava à bola como ninguém e dava-lhe à brava em inglês, o chinês tinha vindo de outra escola e tinha histórias que não lembravam a ninguém. Cada um tinha um defeito, mas tinha ou lutava por ter tantas outras qualidades. Hoje não. Somos todos iguais. Tudo é bullying, racismo, desrespeito, xenofobia, opressão, violência. Antigamente quando não se distinguia o racismo da alcunha, levava-se um chapadão na tromba e aprendia-se. E não era bullying. Era aprendizagem. Da dura, daquela que dói mas não se esquece mais. E às vezes em casa com os pais também se aprendia.
Ser igual a todos era tudo que não se queria. O sem sal passava despercebido e sentia-se sozinho. Ter uma alcunha diferente era fixe. A diferença era vista com bons olhos.
E aprendia-se uma coisa importante: rirmos de nós próprios. E não chorarmos porque alguém nos chamou isto ou aquilo. Assumia-se a gordura, o esquelético, a caixa de óculos e tudo o mais que viesse.
Mas quando não se estava bem, quando não se gostava da alcunha, fazia-se uma coisa importante: mudava-se, lutava-se. Não se culpava os outros nem a sociedade.
E falhava-se. Muitas vezes. Mas cada vez que se falhava ficava-se mais forte. E sabíamos que era assim. Que havia uns que conseguiam, outros ficavam para trás, que havia quem vencia e quem falhava.
Agora não.
Todos somos iguais, todos somos bons, todos merecemos, todos temos as mesmas oportunidades, todos somos vítimas, todos somos oprimidos, todos somos cordeiros.

Só que não.

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4 comentários

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    • Luluzinha on 22 de Fevereiro de 2020 at 13:28
    • Responder

    Parabéns pelo texto.
    Consequência de estarmos a vivenciar esta barbárie da ditadura do politicamente correcto.

    • Não Acredito on 22 de Fevereiro de 2020 at 14:29
    • Responder

    Que vergonha de email. Ofensivo, racista, incitador da violência.

      • MF on 22 de Fevereiro de 2020 at 21:31
      • Responder

      Desculpe-me! Quando classifica de “ofensivo, racista, incitador…”, fala do texto ou de alguma coisa que, entretanto, terá sido apagado? Antecipadamente grato [pela eventual resposta].

    • #fuck54 on 22 de Fevereiro de 2020 at 20:18
    • Responder

    Por outras palavras… O que significa o 54. Muito bom!

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