Psicólogos nas escolas. Regularização dos precários “dá a umas, mas tira a outras”
O representante dos diretores das escolas alerta para o desequilíbrio que o PREVPAP marcou no número de psicólogos nestas instituições. Há cerca de 1300 destes técnicos, um número que os especialistas consideram ser insuficiente face aos desafios atuais.
A carência de psicólogos chega a ser absoluta em grande parte das escolas. De acordo com o Ministério da Educação, a rede escolar conta atualmente com uma média de um psicólogo por agrupamento, um número insuficiente para fazer face aos desafios diários de professores, alunos e famílias, dizem diretores e especialistas. A situação poderá ficar agravada com o Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP), que dá a oportunidade a determinados trabalhadores, como psicólogos escolares, de concorrerem para onde têm lugar nos quadros, deixando a escola onde estavam anteriormente em falência de técnicos, alerta o dirigente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima.
“O PREVPAP revelou uma descoordenação interministerial, com prejuízo para o setor da Educação”, diz o representante em entrevista ao DN. Segundo Filinto Lima, “não ficou acautelada a situação de a meio do ano letivo as escolas puderem ficar com menos técnicos especializados [como psicólogos] em virtude da sua colocação noutra escola resultante do concurso”. Como é o caso da escola do Porto onde é diretor: “Saindo esta psicóloga que estava com horário incompleto, ficamos só com uma e não chega.” “O PREVPAP dá a umas escolas, mas retira a outras onde eram necessários”, frisa.