O líder da Fenprof acusou esta sexta-feira o Governo de cobardia, depois da secretária de Estado Adjunta e da Modernização ter alterado a agenda alegadamente para não se cruzar com uma manifestação de professores em São Pedro do Sul.
Fenprof ameaça surpreender governantes durante as férias, em sítios públicos
“Vamos começar no primeiro dia de aulas e tudo faremos para que não haja aulas ao abrigo da lei sindical, não com greve, não com mais esforço financeiro, [mas] com plenários e reuniões no país inteiro”, afirmou ainda Mário Nogueira.
Concentração de professores em várias capitais de distrito, aprovação de posições e promessa de continuação de luta no próximo ano lectivo. Esta sexta-feira é dia de protestos na educação. As hostilidades foram abertas pelo secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, esta manhã. Onde lembrou o já anunciado leque de medidas que marcarão o arranque do ano lectivo: “Os professores farão greve na primeira semana de Outubro” e o primeiro dia de aulas “será sinalizado com luta e realização de plenários”.
Mário Nogueira avisou ainda que os governantes da Educação ou o primeiro-ministro poderão ser confrontados durante o “mês de Julho, ou de Agosto, que são meses de férias” em sítios públicos.
“Temos de voltar em Setembro com a força toda que temos usado até agora. Vamos começar no primeiro dia de aulas e tudo faremos para que não haja aulas ao abrigo da lei sindical, não com greve, não com mais esforço financeiro, [mas] com plenários e reuniões no país inteiro, com a distribuição de um texto à população”, anunciou Mário Nogueira numa manifestação de docentes agendada para aguardar a chegada da secretária de Estado Adjunta e da Educação ao município de São Pedro do Sul, para assinatura de um protocolo.
Alexandra Leitão antecipou, no entanto, a sua presença, acto que o sindicalista considerou como “covarde”. “Pena é que tenhamos governantes que, como vemos hoje, têm nos genes a covardia política”, afirmou Mário Nogueira, lamentando que a secretária de Estado não tenha dito aos presentes se se comprometia ou não com os professores a resolver o problema, assumiu.
O autarca, Vítor Figueiredo, justificou a antecipação da assinatura do protocolo em hora e meia, referindo que a secretária de Estado tinha de estar às 12h30 em Lisboa para uma conferência do grupo parlamentar. O protocolo visa uma intervenção no valor de 1,1 milhões de euros na Escola Secundária de São Pedro do Sul.
A luta continuará, lembrou o sindicalista, na semana do 5 de Outubro, Dia Mundial do Professor, “com uma semana de greve de segunda a quinta, porque sexta-feira é feriado” ainda que o “modelo da greve não esteja definido”.
“Não estivemos ainda a ver se será greve de quatro dias para todos, ou se será outro modelo, mas essa é a semana decisiva na negociação entre os partidos e o Orçamento de Estado para 2019, porque aí tem de estar a verba para o primeiro momento da recuperação do tempo de serviço”, avisou.
Recorde-se que ao contrário da plataforma sindical que inclui a Fenprof, e que retomou esta semana as negociações com o Governo sobre a recuperação do tempo de serviço congelado para efeitos de progressão nas carreiras, o Sindicato de Todos os Professores (Stop) manteve o pré-aviso de greve às reuniões de avaliação até ao final deste mês. Esse protesto pode impedir a conclusão do ano lectivo.