O sindicato dos inspetores de educação criticou hoje as ordens recebidas durante a greve às avaliações, acusando o Governo de usar os inspetores “como polícia do Ministério da Educação” e pedindo para passarem a ter tutela do Estado.
“Senhor Ministro, os inspetores da educação não aceitam ser instrumentalizados e usados como polícias do Ministério da Educação. E não aceitam desempenhar este papel, porquanto o mesmo não se coaduna com a missão e competências da IGEC [Inspeção-Geral de Educação e Ciência] legalmente consagradas”, lê-se uma carta aberta ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, hoje divulgada pelo do Sindicato dos Inspetores da Educação e do Ensino (SIEE).
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Ser professor é uma paixão. Tocamos vidas e moldamos o futuro de uma geração, de um país. Mas ser professor assim não é uma paixão, é um sacrifício.
Aos 21 anos, terminada a licenciatura em Ensino de Biologia e Geologia, fui colocado em Tomar a meados de Setembro. Trabalhei durante um ano para não ser colocado no ano seguinte. Porque a vida de professor em Portugal é mesmo assim, uma eterna lotaria, uma constante incógnita, onde quem ambiciona leccionar cedo se vê sem condições para planear um futuro, criar laços e uma família, ter uma casa, um lar, ao invés de quartos arrendados ano após ano e a casa sempre às costas.
E sem conhecer ninguém, vulgo, sem uma cunha, outra hipótese não tive senão sujeitar-me às agruras do destino, sempre incerto, sempre injusto e, por conseguinte, aos 22 anos encontrei-me na condição de desempregado entre filas no centro de emprego e filas na Segurança Social, a viver em função de um subsídio e a ajuda de familiares.
Aos 22 anos não tinha um futuro, um horizonte ou orgulho próprio, não tinha emprego, carreira ou esperança. Diziam-me que era mesmo assim, que é preciso começar por baixo e calha a todos. Mas se calha a todos porque carga de água era eu o único desempregado num grupo de amigos bem relacionados entre ligações políticas e conhecimentos em colégios particulares? Porque raio mais ninguém começava por baixo e que mal havia eu feito para além de estudar?
Não façam como o João, que tirou um curso e está sem trabalho, diziam, apontando-me como exemplo a não seguir.
E como exemplo a não seguir, outro remédio não tive senão, sem trabalho e sem dinheiro no bolso, começar por baixo, mentir sobre as minhas habilitações e atender telefones num call center, para depois dar explicações e, inevitavelmente, emigrar e não mais voltar a trabalhar em Portugal.
Desde a conclusão do curso passaram 20 anos. Nesses 20 anos tenho acompanhado o percurso “profissional” dos meus colegas, de terra em terra e contrato anual em contrato anual, umas vezes completo, umas vezes incompleto, umas vezes umas horas aqui, outras a substituir uma gravidez ou uma baixa psiquiátrica e depois de volta a casa. O tempo todo com a ajuda dos pais e demais familiares. Poucos casaram, ainda menos tiveram filhos, nenhum entrou para o quadro de uma escola, isto é, nenhum ficou efectivo. Poucos entraram para um quadro de zona pedagógica, substituindo a ânsia do desemprego pela ânsia da colocação anual, em que escola e em que condições.
Ainda menos dão aulas nos dias de hoje. Dias esses nos quais, quem nasceu dez anos antes, tem a “sorte” de ter efectivado numa escola depois de três décadas a contratos anuais. Não obstante todos os cabelos brancos, não obstante serem demasiado velhos para contrair um empréstimo e comprar casa, não obstante não poderem mais ter filhos, agora que têm a tão almejada segurança e estabilidade no emprego, quando já pouco falta para a reforma.
Ser professor é uma paixão. Tocamos vidas e moldamos o futuro de uma geração, de um país. Mas ser professor assim não é uma paixão, é um sacrifício, e poucos, cada vez menos, são os que se querem sacrificar sem um salário digno, estabilidade e um futuro neste Portugal onde chegar aos quadros aos 50 ou 60 não é apenas um insulto, é uma oportunidade perdida, para todos nós.
Estão publicados, na página da Direção Regional da Educação, os Projetos de Lista Ordenada de Graduação respeitantes ao Concurso de Oferta de Emprego destinado ao recrutamento de pessoal docente da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, da educação especial e do ensino vocacional da música, em regime de contrato de trabalho a termo resolutivo, na Região Autónoma dos Açores, relativo ao ano escolar 2018/2019, decorrendo o prazo de dez dias úteis, que se inicia hoje, dia 30 de julho, e se prolonga até ao dia 10 de agosto de 2018, destinado ao direito de audiência dos interessados e apresentação de desistência do procedimento concursal ou de parte das preferências manifestadas.
Se concorreu à Oferta de Emprego para Contratação de Pessoal Docente a Termo Resolutivo para o Ano Escolar de 2018/2019 e pretende efetuar reclamação ou desistência, clique aqui para iniciar a sua sessão
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