Surpreende-me que o tema da aposentação apareça, agora, como uma prioridade de todos os sindicatos!!!
Aquando da revogação do regime especial de aposentação, a sua oposição não se fez sentir. Viviam-se tempos conturbados na educação, tal como hoje, e a este tema não foi dada a prioridade necessária. Só agora, quando as consequências se começam a notar em toda a classe, vêm com a bandeira desfraldada na defesa de um regime especial.
Num momento em que o país passa por momentos de incerteza, no que diz respeito ao poder politico, pode-se ganhar ou simplesmente ser usado. Exemplo disso foram umas reuniões que aconteceram em meados deste ano. Todos os partidos com assento parlamentar, nessa altura, se mostraram “sensibilizados” com uma proposta que lhes foi dada a conhecer. Como disse noutro post, “de boas intenções está o inferno cheio”. Na altura convinha a todas as forças politicas afirmarem que estariam “de acordo” com tal proposta. Até foi realizada uma petição…
Depois disso e do dia 4 de outubro têm vindo a lume mais propostas e mais petições. Até parece que os sindicatos se encontram numa ação organizada de forma a exigirem soluções sobre o mesmo tema.
As propostas defendem, todas, uma redução significativa da idade da reforma e do tempo de serviço necessário para a alcançar. Umas mais completas e elaboradas que outras, mas todas vão de encontro a essa ideia. Há, até, quem se tenha lembrado de compensar os docentes que exercem em monodocência… outros nem por isso.
Seja qual for a solução que se encontre, no consenso, com o governo que aí vem, de certeza, será melhor do que a que temos atualmente. Se por acaso se conseguir alguma alteração!… É que não tenho ouvido, da parte de nenhuma força politica, uma palavra sobre o tema. Nos programas eleitorais, aqueles que nunca se cumprem, também não li nada sobre este tema. Parece que só os docentes, há muito, e agora, os sindicatos, querem discutir o problema. A ver vamos… se entre lutas de poder, desta vez, ganham os professores… Todos sabemos que um regime especial de aposentação beneficiaria “velhos” e “novos”…
Já agora, aproveito para lembrar os sindicatos de professores, que caso esta luta chegue a um porto “seguro”, a próxima bandeira a desfraldar passará pela reformulação da carreira. A carreira docente, neste momento, está totalmente desatualizada e desajustada ao corpo docente. E por pensar isso, pergunto: como será possível um docente chegar ao topo da carreira se só “consegue” integrar essa carreira pelos 40 anos de idade? como acontecerá isso, se os congelamentos sucessivos se eternizaram? Ou estarão os sindicatos à espera que se legisle sobre a tabela única de vencimentos para a função pública para depois virem chorar sobre o leite derramado?…