A falta de consenso entre a tutela e sindicatos levou hoje o ministro da Educação a adiar as alterações à mobilidade por doença de professores, com novas negociações a partir de setembro para uma revisão profunda do regime.
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As aulas terminam esta sexta-feira para os alunos do pré-escolar e do 1.º ciclo num ano particularmente difícil. Devido à falta de professores, cerca de mil alunos não tiveram aulas a pelo menos uma disciplina.
Sucessivas baixas e aposentações, desde o início do ano, exigiram da direção do agrupamento de escolas Ferreira de Castro, em Mem Martins uma criteriosa gestão.
“Há grupos disciplinares onde não conseguimos contratar qualquer pessoa, inclusive não tendo habilitação profissional, portanto somos obrigados a recorrer a medidas de gestão internas, através da redistribuição das horas dos alunos a professores que já têm horários (…)”, diz António Castelo Branco, diretor do agrupamento de escolas de Ferreira de Castro.
Nesta escola, há faltas nas disciplinas de Português, Matemática, mas também Espanhol ou Físico-Química. Um cenário que, no país, afetou quase mil alunos que terminaram o ano sem professor a pelo menos uma disciplina.
“Existem muitos pais que recorrem a ensino paralelo, ou seja em centros de estudo, ATL’s, explicações para poderem conseguir colmatar as dificuldades de falta de professores e isso acaba por ser, também, um encargo financeiro acrescido para os pais”, conta Isabel Afonso da associação de pais do agrupamento de escolas de Ferreira de Castro.
O Governo apresentou já as 15 medidas de emergência para evitar que, como este ano, 325 mil alunos iniciem as aulas com falta de professores. No plano constam também mais horas extraordinárias contratações aceleradas e substituições por mais tempo.
“Estamos mesmo empenhados em mostrar que podemos fazer diferente e que o próximo ano letivo tem de começar de uma forma muito diferente daquilo que aconteceu nos últimos anos”, explica Fernando Alexandre, ministro da Educação.
Já com os olhos postos no próximo arranque letivo, as aulas que já tinham terminado para a maioria dos anos chegam agora ao fim para os alunos do pré-escolar e do primeiro ciclo.