Não adianta acharem que amanhã saem as listas.
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Jun 20 2024
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Jun 20 2024
Noventa e dois professores do quadro de escola do Agrupamento Padre Benjamim Salgado, de Joane, concorreram para sair, no concurso interno de professores para o ano letivo de 2024/2025. É o agrupamento de escolas do país onde mais docentes querem ir para outros estabelecimentos de ensino.
Em declarações ao OPINIÃO PÚBLICA, o diretor do Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado (AEPBS), José Moreira, reconhece que o número de docentes que pediu para sair é elevado, mas acredita que a situação será facilmente ultrapassada.
O agrupamento tem 199 docentes no quadro, desde o pré-escolar ao ensino secundário, pelo que a saída de 92 representa mais de 46% do número total de docentes. José Moreira diz que essas vagas serão preenchidas com facilidade, “porque se há professores que querem sair, também há muitos que querem entrar”. Além disso, o responsável aponta que desses 92 docentes, cerca de 26 estão a desempenhar funções fora do AEPBS. “Portanto, em bom rigor, o número de docentes do agrupamento a pedir mudança para outro quadro é relativamente menor”, afirma.
De qualquer forma, estas saídas causam sempre alguma instabilidade ao nível do quadro docente, mas, mais uma vez, José Moreira entende que os impactos não serão preocupantes. “Os professores são profissionais altamente qualificados e determinados no seu trabalho, portanto tanto trabalham na Escola Padre Benjamim Salgado, como numa escola em Braga ou no Algarve”, sublinha, reconhecendo, porém, que “terá sempre que haver um maior trabalho inicial da parte dos docentes e da Direção do Agrupamento para que todos fiquem alinhados com o projeto educativo”.
De resto, a nível nacional, mais de 46 mil docentes concorreram para sair do quadro de escola onde estão, o que representa um aumento de 37% face ao último concurso, em 2022, cujo número de pedidos de mudança foi de 33.700. Segundo notícias veiculadas na imprensa nacional, muitos desses docentes apontavam como razões para a saída o cansaço, a vontade de ficar mais perto de casa e críticas à gestão do Agrupamento onde estavam a lecionar.
Questionado pelo OP sobre o assunto, José Moreira reconhece que possa haver algum descontentamento entre alguns docentes, mas entende que essa não será a principal razão para quererem sair, até porque lembra, no último concurso do género, em 2022, o AEPBS “também teve um elevado número de professores a quererem mudar, cerca de 50, e nessa altura era gerido por outra direção”.
Para o diretor, que cumpre o segundo ano neste cargo, a principal razão, pelo menos aquela que lhe transmitiram alguns docentes, é a vontade de ficar mais próximo da área de residência. “E deram-me dois motivos: por um lado, a questão económica, porque as viagens ficam mais caras devido ao aumento do preço dos combustíveis, e por outro, o facto de muitos destes docentes terem mais de 50 anos, com os pais idosos a seu cargo, e por isso querem ficar mais próximo da família”.
O AEPBS integra essencialmente alunos residentes nas freguesias de Joane, Mogege, Pousada de Saramagos, Vermoim e Castelões mas, relativamente à frequência do ensino secundário, muitos alunos provêm de outras freguesias de Famalicão, bem como de freguesias limítrofes do concelho de Guimarães.
Em 2023, a Escola Secundária Padre Benjamim Salgado foi a escola do concelho de Famalicão melhor posicionada do Ranking das Escolas.
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Jun 20 2024
Termina hoje a consulta pública do calendário escolar para 2024/2025 a 2027/2028.
A proposta do Calendário Escolar encontra-se aqui.
Nesta consulta pública, em que também participei a nível pessoal, considerei excessivo o prolongamento das atividades letivas na Educação Pré-Escolar e no 1.º Ciclo até finais de junho, veremos se esta minha opinião, tão semelhante a muitas outras terá algum impacto no Despacho final do Calendário Escolar.
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Jun 20 2024
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Jun 20 2024
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Jun 20 2024
Falo do uso dos telemóveis na escola. Podíamos alargar esta guerra a outras instituições e geografias, mas a abordagem na escola poderá servir a outros contextos. Passando em revista as orientações da UNESCO, de governantes e altos responsáveis, de médicos e psicólogos, de ministros da educação, diretores de escolas, pais e alunos, deparamos com pontos de vista difíceis de conciliar, o que poderíamos resumir de forma simples: cada cabeça sua sentença. A meu ver, o debate deveria centrar-se entre proibir ou educar. Se proibimos, as crianças têm o sentimento de que a ditadura lhes caiu em cima, mas, e vendo bem, inibimos aprendizagens fundamentais do mundo que as espera; se educamos, estamos no caminho da democracia, do diálogo, do debate, analisando prós e contras e definindo regras, com todos, que respeitem a todos. A pedagogia está do lado da democracia.
Conhecemos os riscos dos telemóveis, sobretudo a distração e a falta de concentração, que alguns críticos associam a práticas de ensino que não são de hoje. De facto, os telemóveis não melhoram a audição das prédicas do professor, mas os riscos são reais. As vantagens, essas são de peso: os alunos ganham autonomia e meios para aceder diretamente à informação de forma imediata, adquirem competências digitais que são hoje a mola real do desenvolvimento e do progresso, além das facilidades de comunicação com os parceiros envolvidos nas aprendizagens, colegas e professores. A pandemia mostrou que as crianças das tecnologias, com smartfone e PC, resistiram melhor ao isolamento e ao encerramento das escolas.
Sem smartfone, termo que utilizo para distinguir o “telefone inteligente” do “telefone burro”, que só permite falar e trocar mensagens, mantemos a escola nos ambientes de trabalho do passado ultrapassado, quando é certo que as crianças e jovens de hoje nasceram e vivem noutro mundo. Se a escola o ignora, mantém e alimenta a fronteira que separa os operacionais inteligentes, ativos e pensantes, com iniciativa própria e espírito crítico, dos analfabetos sem meios para integrar o presente quanto mais para antecipar o futuro.
Se proibimos, “tout court”, não educamos, não formamos, não ajudamos a distinguir o bem do mal, não damos capacidades nem a consciência dos riscos, não preparamos para enfrentar armadilhas que espreitam ao virar da esquina. Sim, os riscos existem, desde o cyberbullying às fake news, à publicidade enganosa, à própria dependência e abuso dos ecrans, mas fazem parte dos processos de aprendizagem. Se não temos capacidade de prever e prevenir, o perigo espreita a cada momento. A escola deve preparar para enfrentar os riscos.
Como podemos proibir as crianças de usar os telemóveis se pais e mães são incapazes de dar dois passos sem estarem agarrados? O exemplo na família e na sociedade é poderoso. Passe o exagero, mas hoje as crianças nascem enquanto a mãe, agarrada ao telemóvel, em pleno trabalho de parto, atende a chamada do marido para informar que está tudo a correr bem e que a criança já resvala entre o útero e a marquesa. Ou quando uma mãe em licença de parto, na sua caminhada ou passeio pelo parque, segura com uma mão o telemóvel e com a outra empurra o carrinho onde a criança esperneia e desespera impaciente por um simples olhar e um sorriso. Não, o telemóvel está primeiro! Só me queixo das mães? Os homens não estão isentos de culpas idênticas, mas têm a sorte de não entrar em trabalho de parto e geralmente nem têm licença de paternidade. Os telemóveis não são inocentes e os bons exemplos nem sempre vêm de cima.
As crianças nascem e vivem no raio de ação dos telemóveis, ainda mal dão os primeiros passos e já têm um telemóvel que as ocupe para não chatearem ninguém. Aprendem intuitivamente a manipular e descobrem o que muitos adultos procuram em vão. Aprendem os telemóveis como aprendem a andar, ou a falar, simplesmente vendo, ouvindo e experimentando. E descobrem muitas vezes o que nós adultos não vemos. E ensinam aos “mais velhos” o que descobriram por tentativas e erros.
Aprender as tecnologias é hoje tão urgente como aprender a andar, a falar, a escrever, a contar e em muitos casos prioritário. As tecnologias não ensinam a andar, mas ensinam ou ajudam a aprender as outras competências e a sentir a necessidade de as adquirir. Tudo está ligado.
O problema que sobra é o das crianças e jovens que não têm PC – relembro: Personal Computer -, nem smartfone, e que em casa ficam privados de “estar ligados”, o que significa, sem acesso a todo o tipo de informação que a net disponibiliza sem limitações e sem horários, e ficam sem ligação aos professores e aos colegas e amigos, tantas vezes companheiros de trabalho. Este foi o isolamento que mais sofreram e mais os atrasou. O PC e o smartfone devem fazer parte obrigatória do equipamento escolar, dando às escolas os meios para colmatar esta brecha, e dando às crianças sem meios o acesso a estes instrumentos de trabalho. Na verdade, é aqui que a proibição doi mais, porque é aqui que atinge o maior grau de severidade. As crianças pobres estão proibidas de falar ao telefone, de enviar e receber emails, de recorrer ao Google e à Wikipédia e de perceber que a falta de inteligência natural dos responsáveis é mais difícil de entender e aceitar do que a inteligência artificial.
20-06-2024 | diário as beiras
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