… mas sim a autarquia. Isto porque o título da notícia poderia dar a entender que a escola tem poder de decisão sobre isso, mas não tem.
Poderia passar ao lado desta notícia, mas como se passa no meu concelho e na minha freguesia não a poderia deixar passar ao lado.
Como professor numa escola deste concelho e actualmente numa escola do primeiro ciclo sei que estas regras absurdas se estão a aplicar. Se na “minha escola” acontecesse isto com meu conhecimento, e já disse que soubesse de tal coisa não deixaria de intervir, garanto que não mandava o aluno para casa sem refeição completa, mesmo que sejam essas as orientações da câmara municipal.
A prática que existe é que o Encarregado de Educação que não tira a senha é contactado da parte da manhã para entrar em contacto com a autarquia e quando não há solução para o encarregado de educação vir buscar o aluno para almoçar a casa ele apenas come a sopa, o pão e a fruta.
Se existem abusos de pais que se esquecem continuadamente de tirar a senha da refeição também não é de estranhar quer isso aconteça, pois a única forma possível de o fazer é através de uma aplicação electrónica no site da autarquia. E como sabemos, não é de acesso fácil à maioria dos pais a interacção com os meios electrónicos. Eu para não me chatear com estas coisas e porque tenho possibilidade disso tiro as senhas para todo o período lectivo, mas sei que nem todos o podem fazer.
As escolas, no meu ponto de vista erradamente, deixaram de ter qualquer poder de decisão sobre estas questões, por medo ou por comodismo.
E este é um dos problemas que poderá agravar-se com a futura municipalização visto que cada vez menos as escolas serão capazes de confrontar as autarquias em decisões desta natureza.
E para completar a informação, no caso o aluno não poder comparecer na escola por motivo de doença (e já aconteceu isso com o meu filho) não é devolvido o valor da refeição que já foi pago, a não ser que até às 8 horas da manhã se faça essa anulação da refeição no dito portal electrónico. Mas como ele acorda apenas a essa hora não é a anulação da refeição que me preocupará em primeiro lugar, certamente.
“O que fizeram ao meu filho é desumano! Não darem de comer a uma criança de sete anos porque os pais esqueceram-se de tirar a senha?” Vilma Ribeiro ainda não acredita. O caso da EB1 de Parada, em Guilhabreu, é apenas um entre muitos. O “rigor” do sistema de marcação obrigatória pela Internet deixa indignados os pais. A Câmara diz que era “incomportável” ter, todos os dias, “centenas” de crianças sem marcação para almoçar. Agora, aos “esquecidos”, só assegura sopa, pão e fruta e passaram de centenas para “dois ou três”
2 comentários
Mas no fundo até compreendo a câmara.
Imagino que existam pais que não tirem pura e simplesmente as senhas, sejam avisados vezes sem fim e, no final, esta seja mesmo a única atitude a tomar!
Todos nós sabemos a quantidade de pais irresponsáveis! Além disso, se eu fosse esta mãe, tinha vergonha de mostrar a minha fotografia numa notícia onde é referido que não me preocupo com a alimentação dos meus filhos… Critiquem por onde quiserem, isto é como deixar ir para a escola um filho sem comida na lancheira! É responsabilidade de pais que, para se mexerem a divulgar a sua situação nos média, têm toda a competência!
Ou se calhar, esta cara deslavada pertence às cores da oposição!
Ainda ninguém morreu de sopa (exceptuando-se o João Ratão), pão e fruta. E também é facto que o frequente esquecimento de muitos pais afecta a logística dos mega-sítios distantes onde os despejam diariamente.