Ou Seja, São ao Minuto, Certo?

Porque que eu saiba ontem não houve colocações, ou houve?

 

Crato promete colocação de 800 professores até amanhã

 

Serão colocados 800 professores nas escolas portuguesas entre ontem, hoje e amanhã. A garantia foi dada pelo ministro da Educação. Nuno Crato admite os erros ao longo do processo de contratação de docentes, mas garante que esta semana fica resolvido o essencial.

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3 comentários

    • Ricardo Matos on 7 de Outubro de 2014 at 17:07
    • Responder

    lá vai sair a lista amanhã no derradeiro minuto do dia!

    • francisca on 7 de Outubro de 2014 at 17:28
    • Responder

    Ora vamos lá ver: o que é que ele considera “o essencial”? Ainda há pouco tudo decorria dentro da “normalidade”. O “fica tudo resolvido” vem do mesmo saco do “irrevogável” do Portas e da promessa do Crato de que quem ficou erradamente colocado não seria prejudicado? É que se vier do mesmo saco, ainda haverá muito lenha para arder…

    • Marília Esteves on 7 de Outubro de 2014 at 17:32
    • Responder

    Perdoem a extensão, mas não resisto a transcrever a crónica de João Miguel Tavares, com quem habitualmente concordo, de cujo discurso gosto muito e que, desta vez, na minha opinião, se superou, com um texto excecional:

    Caro Nuno Crato: ainda aí está?
    João Miguel Tavares
    Público, 07/10/2014 – 06:52

    Convinha que a desresponsabilização na política portuguesa não chegasse a este triste ponto: desde que um ministro não seja apanhado a fazer corninhos no Parlamento ou a contar piadas sobre hemofílicos de Évora, ele pode espalhar a sua infinita
    incompetência por ministérios e secretarias de Estado sem que nada lhe
    aconteça. Ora, após o homérico desastre que está a ser o início do
    actual ano lectivo, por culpa exclusiva dos serviços do ministério da
    Educação, somos obrigados a perguntar que mais é preciso acontecer para
    que Nuno Crato se decida a apresentar o seu pedido de demissão.

    Crato ficou em tempos conhecido por um colorido comentário que envolvia a implosão do ministério da Educação, e não se pode dizer que estivesse sozinho nesse
    desejo. O ministério da 5 de Outubro é um monstro burocrático que engole
    tudo à sua volta, e cujas preocupações acerca da gestão do exército
    docente suplantam em muito as preocupações com a qualidade de ensino dos
    alunos que é suposto servir. Mas por mais que nos unamos a Crato na sua
    vontade de implosão, a verdade é que em 2014 ele colocou a dinamite no
    local errado: em vez de implodir o ministério, explodiu com o ano lectivo.

    Há muitos anos que não se via nada assim, e qualquer cidadão deve questionar-se para que serve um ministério com milhares de funcionários se ele não é sequer capaz de executar a mais básica tarefa para que foi criado: começar as aulas a tempo e horas e
    atribuir a cada aluno os professores a que ele tem direito. As listas de
    colocação de professores saíram apenas a 9 de Setembro, o que fez com
    que no começo das aulas milhares de alunos estivessem sem docentes. E
    nas escolas de ensino artístico a tragédia é completa, com instituições, como os Conservatórios, a garantirem que só em meados de Outubro a situação deverá estar normalizada – um mês após a data fixada para início do ano lectivo.

    Quando se tenta encontrar uma explicação para esta situação, há quem balance
    entre a incompetência fortuita e a incompetência intencional. Ou seja,
    uns acham que Nuno Crato pura e simplesmente não sabe o que anda a
    fazer, outros acham que Nuno Crato sabe o que anda a fazer bem de mais.
    Tradução: o ministério da Educação estaria a aproveitar estes atrasos
    inconcebíveis para poupar uns milhões em ordenados de professores. Seja
    qual for a opção, ela mais do que justificaria que Crato arrumasse os
    tarecos – e quando se junta a isso o desastre matemático na ordenação
    dos professores das bolsas de contratação de escola, e as mentiras que o
    ministro da Educação andou a espalhar pelo Parlamento, só mesmo a
    narcolepsia de Pedro Passos Coelho pode justificar a permanência de Crato na 5 de Outubro.

    Depois de o ministro ter andado 15 dias a assobiar para o ar fingindo não ver um erro matemático básico na ordenação das listas, ele ainda foi para a Assembleia da República jurar que “os professores colocados mantêm-se”, que “eventuais duplicações
    serão analisadas caso a caso”, que “os alunos não serão prejudicados”.
    Tudo mentiras, como se viu: as listas anteriores foram simplesmente
    anuladas e centenas de professores foram descartados após três semanas a
    dar aulas. Após a asneira ter sido feita, nunca haveria boas soluções
    para o problema. Mas a cabeça de director-geral de administração escolar
    é demasiado pequena para ser a única a rolar. Nuno Crato deve ser
    devidamente responsabilizado – é inadmissível ter um governo que exige
    tanto aos portugueses e tão pouco a si próprio.

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