Um desabafo da Elsa Dourado que poderia também ser meu e de muitos outros professores dos quadros que conheço.
Hoje, vagueio pela casa… 05:00h da madrugada e não consigo dormir… as últimas noites tenho dormido mal… preocupada com os meus colegas contaratados! Refiro que sou do quadro de escola, 5.º escalão… e por isso poderia permanecer caladinha numa tentativa de sobrevivência sem honra.
Reconheço também que não sou imparcial, mas tento dizer com simplicidade e objectividade, portanto com justiça, os tormentos diários que qualquer professor passa, mas não tiveram ainda coragem de dizer! A tal sobrevivência que condiciona uma bajulação constante e hipócrita, o fim da solidariedade entre colegas, o quase desparecimento de valores tão universais como verdade, justiça, fraternidade e, a nível individual, a ausência táctica de espiríto crítico e questionador é que me põe doente!
Tenho familiares directos, que dão aulas há dez anos consecutivos, sempre colocados no dia um de Setembro e para todo o ano. Uma delas de Matemática, e outras duas com pós graduação em Ensino Especial. Outros amigos, sérios e cumpridores, noutras áreas, também, todos eles, pela primeira vez, viram vedado o acesso ao ensino: este ano, o 11.º ano consecutivo de profissão na docência… Escusado será dizer, que sempre foram pessoas hosnestas e trabalhadoras, preocupadas com o sucesso de seus alunos, e pagam sempre os seus impostos. Também adquiriram casa própria, porque os governos assim o indicavam como a melhor alternativa para manter a economia (da construção) e noticiavam a toda a hora que poderiam facilmente adquirir casa. Não era assim tão fácil… um banco avaliava o imóvel e mediante os salários dos mesmos, com uma margem de segurança negociavam os empréstimos. Gente trabalhadora… que optava por fazer sacríficios, mas para ter uma casa própria em vez de arrendar que saía mais caro e levantava mais problemas burocráticos. Porque razão não deviam eles de confiar em quem os governava? Não é suposto um povo confiar na seriedade de quem elegeu? Este ano, 11.º ano de concurso, foi a 1.ª vez que ficaram de fora…. tragédia: uma já tem o marido desempregado e como trabalhava como independente, nem tem direito ao subsídio de desemprego. Sua esposa apenas conseguiu meia dúzia de horas numa substituição e uma outra não conseguiu colocação em lado nenhum e é mãe solteira. O drama a que assisto é que não querem perder as suas casas, chegando a presenciar a humilhação directa para honrarem os seus compromissos. Porque esta gente tem HONRA e VALORES. Sentem-se traídos pelos consecutivos líderes que elegeram, os quais mentem, enganam, e os transformam em objectos, números e coisos! Triste país este, em que é gente honesta que governa as suas contas, contadas ao cêntimo, que dão o exemplo aos seus governantes, quando deveria ocorrer exactamente ao contrário.
Sinto-me muito triste, com este país e manifesto a minha solidariedade, para com os meus colegas contratados ou do Quadro de Escola. Pois, pior que tudo, ou tão grave, são também os professores do quadro que trabalham até à exaustão, vivem deseperados com um salário que já não dá para as despesas, trransformados também em objectos e coisos… onde a sociedade e o estado que os devia valorizar, subtilmente lhes rouba a identidade, os condicionam a depressões graves e mesmo a síndrome de bournout. Tudo em prol de um ensino de qualidade, que os próprios professores sérios defendem e erguem até à exaustão. Porque será que, paradoxalmente, é o próprio País e o sistema educacional o TRAIDOR, que magoa e destrói gente de bem? Já não aguento ver tanta falta de humanidade para com os professores e para com gente séria e de bem neste país!!!!
Defenderei o colectivo dos meus colegas, contratados ou do quadro, que sejam bons profissionais, aos quais o país lhes rouba a esperança e os está a transformar em sem abrigo! Até há pouco tempo pensei tratar-se de alguma dramatização e, confesso de algum exagero ficcional. Hoje, sei que é pura realidade porque lido com eles diariamente! Começo a não acreditar na escola, pela qual tenho lutado, de forma anónima, há mais de vinte anos! A Educação está a morrer e com ela as nossas escolas! Estou a fazer um verdadeiro luto, doloroso, como professora! E como irmã do meu irmão que sofre e que ainda luta por causas justas… estou com sérias dúvidas, neste momento: estarei a enlouquecer….ou deverei mesmo emigrar?
É que num país sem verdade e sem valores… recuso-me a ficar!
Elsa Dourado
P.S Nunca tive nem tenho nada a esconder (com qualidades e defeitos) Não tenho medo de errar… mas tenho como lema procurar errar cada vez menos! Se prescisarem de mais informações, enviarei o BI e o NIF… não vá aparecer uma outra Elsa Dourado, daquelas que mantém o emprego através da bajulação e da hipócrisia e receie a partir desta publicação que começe também a fazer parte do “COISO”.
47 comentários
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Já nem forças tenho para demonstrar o meu sentir relacionado com todo o contexto fúnebre que estrangula os professores, principalmente os contratados, aonde me insiro.
Quero … APLAUDIR DE PÉ; o testemunho deixado pela colega Elsa Dourado. OBRIGADA Elsa, pelas palavras transparentes onde a revolta está bem visível, tal como a minha. Caminhamos … para a anulação completa dos valores mais altos, que sustentam uma sociedade. E como eu o lamento …
Inês Clímaco
Também aplaudo as palavras da colega Elsa e envio-lhe um abraço. Partilho a sua tristeza. Gostaria de poder ajudar de alguma forma, mas estou no mesmo barco e não sei o rumo que este leva.
Resta-me apenas relembrar o ditado popular “não há bem que sempre dure, NEM MAL QUE NUNCA ACABE”. Melhores dias virão. TÊM de vir.
Um abraço!
Subscrevo totalmente o que esta colega teve a coragem de escrever porque infelizmente é o que se assiste nas Escolas desde que em 2005 se iniciou uma política de destruição da Escola Pública, pela culpabilização dos professores, de todos os problemas sociais existentes na sociedade.
Eu, infelizmente, perdi a esperança e qualquer restia de confiança nestes sacanas que nos governam… Fui um dos que apelou a que ninguém votasse nas últimas eleições,, pois previa este triste final de carreira… Dou aulas à 11 anos, como tantos outros e este ano não trabalhei como docente. Tenho um filho de 2 anos, a quem tenho de sustentar e a quem julguei poder dar uma vida melhor que aquela que tive,
Trabalhei para poder estudar, e deixei esse emprego para dar aulas… 11 anos depois, julguei estar perto de uma vida estável. Enganei-me…
Felizmente, como já tinha trabalhado noutra área, arranjei emprego ( a recibo verde, mas sempre é melhor que não ganhar nada…) uma vez que este ano, por uma infeliz coincidência de datas, não tive direito a subsídio de desemprego. o ano passado, terminei a minha carreira de professor com a maior indignidade que nunca imaginei… Fui corrido da minha escola no dia 6 de Julho e só mo comunicaram no dia 6 de Agosto, quando entre colegas se começou a dizer que estávamos todos desempregados… Não tive direito a caducidade do contrato (está em Tribunal Administrativo, pois apesar de tudo, luto por qualquer bocadinho que seja meu…).
A todos os colegas:
Um dia esta iniquidade vai sair cara ao país, uma vez que ninguém quer saber agora se estes professores contratados passam fome ou não..
Não tenho tempo para indignações ou afrontas de moralidade. O meu filhote tem de comer.
Espero ter ajudado os filhos dos outros a crescer e serem melhores adultos… Espero conseguir ajudar o meu, uma vez que como professor (e bom, modéstia à parte…) a minha tarefa de educar e ensinar termina por aqui…
Tenho pena de ter dedicado tantos anos a estudar e a ensinar para este ministério (e tantas, tantas horas perdidas e roubadas à família e ao descanso) que não vale um pingo da minha raiva…
PS. E não se esqueçam, a quem acha que o professor podia ter outra carreira, que estamos proibidos por lei de acumular outro trabalho com a docência.
E que este governo governe muito bem e por muitos anos, que este país merece aquilo que votou.
Obrigado pelo testemunho e pela sua humanidade.Já escrevi várias vezes que muitos professores dos quadro defendem os contratados. Sei-o por experiência própria e o autor deste blog é o exemplo máximo. Como contratado há 16 anos encontrei várias pessoas excelentes, do quadro e sem ser do quadro. Também existe o contrário. Mas na vida tudo é assim!
Bem haja, colega Elsa!
Subscrevo todos estes testemunhos, mas urge dar as mãos, professores contratados, do quadro ou de quadro de zona, pois todos somos professores. Temos que lutar com dignidade pelos nossos postos de trabalho. Juntos teremos força para acabar com esta classe de políticos de m……Pois cortam em tudo, semeiam a fome e a desgraça e continuam vivendo como se fossemos um país rico. A eles nada tiram…e é contra tudo isto que temos que lutar.
Poupar na educação, também nunca será a melhor forma de preparar o futuro…
O desemprego no ensino público é consequência da política de contenção, mas diminuir nos gastos, aumentando o número de alunos por docente, vai provocar uma consequente diminuição da qualidade do ensino…
Temos um problema social preocupante a breve, médio prazo e temos um problema estrutural a longo prazo…
Continuamos com uma política educativa sem horizonte de sentido…
E o «coiso», ou a «coisa» continua sem rumo certo…
Obrigada pelo apoio, Elsa! Sou contratada e…não sei o que o futuro me reserva.
Antes de mais, gostaria de felicitar todos estes Professores, verdadeiros Mestres que lutam até não poder mais! Sou estudante universitária e o meu maior sonho é ser Professora. Acordo todos os dias a pensar nisto, é por este sonho que eu luto e me sacrifico tanto! No entanto, são estes relatos e situações deveras tristes que me fazem por em causa aquilo por que luto… Todas estas situações me chocam profundamente e quase me fazem desistir dos meus ideais… Estou no 2º ano de Línguas, Literaturas e Culturas (Inglês via ensino Francês) na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Passo noites em claro, dedico-me ao meu sonho até à exaustão! E, digam-me, estarei no caminho certo? …
Para terminar, gostaria apenas de dizer a todos estes Grandes Sábios, verdadeiros Apaixonados pelo Conhecimento e pela Arte de Ensinar, que nunca deixem de acreditar e, aconteça o que acontecer, orgulhem-se sempre daquilo que são, da enorme força que os move diariamente! A todos os Professores (em especial para aqueles que me ajudaram a trilhar este já longo caminho), um enorme Obrigada por me mostrarem que viver vale a pena, que a magia de transmitir conhecimento é, de facto, a mais bela recompensa que se pode ter!
É incrível a capacidade que os Portugueses têm de aproveitar a desgraça dos outros em seu próprio beneficio…
Imagino “n” professores de quadro a dizerem a pés juntos, após lerem o “Desabafo” desta colega, sim eu penso como esta colega! Tenham Vergonha no que dizem e não se atrevam a dizer que o geral dos professores de quadro pensa como esta colega (e tenham atenção à palavra que utilizei “geral”).
Porque é que esta colega se importa com os contratados? porque sofre na pele isso porque tem familiares directos que são contratados e vê em primeira mão o que nós sofremos…
Qualquer outro professor de quadro que não esteja nesta situação provavelmente está, e peço já desculpa pela expressão, a cagar-se para os contratados.
E agora é que vêm com a história dos “Coitadinhos dos contratados gostava de poder fazer alguma coisa mas já sabem…” TENHAM VERGONHA NESSA CARA!
E mesmo neste desabafo da colega….
“Pois, pior que tudo, ou tão grave, são também os professores do quadro que trabalham até à exaustão, vivem deseperados com um salário que já não dá para as despesas, trransformados também em objectos e coisos… ”
A sério? Os professores de Quadro têm a lata de se queixar que ganham mal?
Uns traídos, outros apaparicados!
É vergonhosa a fragilidade do poder político face a estes galos socratinos:
http://www.profblog.org/2012/06/mec-prepara-para-breve-despacho-que.html
tb sou uma contratada que se sente traída depois de 8 anos de serviço.
só com tiros na nucA dos políticos isto se resolve.
OBRIGADO!!!!!!!!
Mário Roque
Começo por dizer que não sou contratada mas que me sinto mais ou tão atraiçoada como se o fosse.
Este tempo é necessário para iniciativas de luta e não de guerra entre professores. Quem não conhece a expressão “Dividir para reinar. Eu escuto a revolta contra os profs do quadro, mas pessoalmente assisti à indiferença de muitos profs contratados em formas de luta. Há dias atrás perguntei a alguns colegas se iriam estar presentes no encontro em Sta Maria da Feira e só foram do quadro que confirmaram a sua presença.Os contratados são bons é no face sentados no sofá à espera que os do quadro lhes abram o caminho.A luta é de todos e todos somos muito poucos porque nunca tivemos uma situação tão gravosa para combater.
Julieta. A luta é de todos? tem a certeza???
Ainda não percebi e sei que a opinião pública também não percebe o que querem os professores do quadro… Seria a vergonha total (e nacional) se os professores do quadro se juntassem e fossem para a rua reivindicar . Reivindicar o quê com tantos colegas à beira da miséria??? Dá muito jeito ter os precários nas manifestações. A história das manifestações mostra bem isso. Ter os contratados por perto sempre parecem mais justas as reivindicações, não é???
Os contratados não querem menos trabalho. Os contratados querem TRABALHO; querem 12 meses de salário (mesmo pequeno); querem férias pagas como todos os trabalhadores; querem subsídio de refeição ( quem tem horário incompleto não tem direito, sabe???); querem que o seu trabalho tenha o mesmo preço do trabalho dos demais (efetivos); Enfim, a lista não acaba aqui. Muito resumidamente os contratados querem segurança profissional e económica.
Concordo em absoluto com o C3PO. Muitos efetivos só entendem o drama dos contratados quando têm familiares ou pessoas muito próximas a sofrer todos os anos com a sua triste existência profissional. A maioria não está minimamente interessada.
Já agora uma pergunta aos efetivos: estão dispostos a fazer o quê pelos contratados???? Podiam fazer muito, bastava que abdicassem duma parte dos seus escalões para os contratados…
A DGAE está a enviar para as escolas dois inquéritos para serem preenchidos pelos coordenadores de departamento e restantes professores do quadro. O objetivo é verificar a existência de formações pós-graduadas e mestrados.
Deveriam fazer os mesmos inquéritos aos contratados. A surpresa iria ser enorme e muitas questões se levantariam:
Os contratados são mais qualificados? Quem deveria, então, ocupar os cargos de direção intermédia?
Quando «obrigarem» os denominados Professores do Quadro a irem trabalhar para longe das suas residências (suas não, que ainda as estão a pagar… sabe Deus como!) é que vamos ouvir o clamor desta gente que tem vivido de barriga para o ar, ao sol da injustiça.
Esta jovem que aqui escreve… é mais uma e nada mais.
Os colegas contratados sabiam que muitos dos colegas do quadro já caminharam muito também….será que não entendem que a luta é de todos.
É triste estes comentários…até parece que os professores do quadro é que criaram esta situação….de facto têm memória curta…consequência de pouca experiência (desculpem ).
Parece que os professores do quadro ganham muito…já foram ver as tabelas?????!!!
Parece que não.
Triste o governo está a conseguir: “Dividir para reinar”.
Eu sou do tempo em que chegava a uma escola…e mudei 12 vezes de casa (com muitosssss Kmmmmm de distância)…e me perguntavam se era colega ou provisória…e nunca assisti a este nível de comentários por parte dos provisórios (explico: agora contratados)…nível muito baixo!!!!! Aquando da manifestação em que participaram 1200000 professores e não foi à muito…poucos (desculpem lá) eram os contratados…certo!!!!
O problema meus amigos é de todos…somos todos professores!!!!!
O problema é este mesmo: ao contrário do que afirma, NÃO SOMOS TODOS PROFESSORES. Esta é que é a verdade e a vergonha da classe. Uns estão na Carreira e os outros fora dela. Embora eu e muitos tenhamos perto de ou mais de 20 anos de serviço !
Sabia que eu por exemplo e gosto pouco de individualizar…. andei como provisória a trabalhar 9 anos completos e contaram-me sempre 4,5 anos nos concursos porque não saí com estágio, enquanto colegas + novos me foram ultrapassando porque saíram com o dito estágio…não é desse tempo …NOTA-SE desculpe!!!!!
E continuo a dizer está a trabalhar com o poder a dividir ….SOMOS sim senhora TODOS PROFESSORES!!!!! (se não é…isso é consigo)
Tenha cuidado com o que diz colega “LE”
manifestação em que participaram 1200000 professores –> 1 milhão e duzentos mil a sério?
Recorde-me lá porque é que foi essa manifestação que juntou tanta gente…. Deixe-me adivinhar… por causa da avaliação não foi? e no fim dessas manifestações quem é que acabou por ser avaliado (como sempre?) OS CONTRATADOS!
Isto sempre funcionou de uma forma:
Professores de Quadro + Contratados —> Não não não não há avaliação e às injustiças
De repente os Sindicatos + MEC —> E se avaliarmos só os contratados ou se aplicarmos estas medidas apenas aos contratados?
Professores de Quadro —> SIM SIM SIM LIXEM OS CONTRATADOS DESDE QUE NÃO NOS CHATEM A NOS!
Sindicatos –> A maioria dos Professores (diga-se professores de Quadro) concordam com o MEC
Colega C3PO o seu comentário foi o melhor que li nesta página!!
Resumido e fiel à realidade.
Teria até libertado uma gargalhada se tivesse alguma vontade de rir com esta m……. toda.
Vamos deixar-nos de tretas e de conversas do “politicamente correto”. Se os horários são cada vez menos e não há lugar para todos os professores; se o que o MEC pretende é ter os melhores no sistema de ensino; se defende uma prova de conhecimentos e os sindicatos a aceitam, que se faça essa prova a TODOS os professores, se afastem os incompetentes e se evite que entrem os que não servem. Seria a única medida justa e séria. Tudo o resto é mera hipocrisia e uma maneira de afastar, não os piores, mas sim os mais desprotegidos.
Haja coragem!
A única medida justa é a de extinguir todos os quadros e haver listas de graduação por grupos.
Elas, mais uma vez aplaudo e subscrevo o teu desabafo!
Sei que sentes isto com veemência.
Quanto ao resto dos comentários: a colega Julieta tem muita razão! Não é hora de mais divisões entre os professores, não entendem?
E é um facto qur os contratados se encolheram em muitas outras lutas, mas iso agora não interessa e é falta de visão estarem a olhar para os “eles” os contratados como os instalados, o que é falso.
JC Narciso, por exemplo, se fosse professor há mais tempo, saberia perfeitamente que os que hoje são efectivos e quadreos de escola “comeram” antes muita estrada e andaram de casa às costas, precisamente para depois poderem efectivar e se aproximar de casa(da outra casa que pagam, para além das que tiveram de alugar, nos lugares onde Judas perdeu as botas…)). Só por ignorância ou má fé (para criar discussões) vem lançar aqui essas frases.
Fiquem até sabendo que muitos agora efectivos viram, ao efectivar, os seus anos inteiros de “provisórios” a contarem apenas pela metade, para os anos de carreira!
Estou solidária com os colegas contratados, mas já há muito que deveriam ter pressionado os sindicatos para que se regularizasse esta situação de exploração de mão -de -obra barata. Não é aos colegas e lembro COLEGAS que devem predir contas, isso são “narcisisses” para os deixaraemde novo paralisados (a resmungar.. ai até sabemos mais de computadores que os dos quadros e tal…!). Devem pedir contas a quem se andou a aproveitar da vossa (e nossa ) precariedade todoas estas décadas: o Ministério!
Por isso, como a colega Julieta digo: não se deixem cair no “Dividir para reinar”! nem fiquem a olhar para o dedo que devia apontar para quem teve um sistema a lucrar com o trabalho barato. E não caiam no “casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão!”. E mais provérbios poderiam ser citados… Há muito que isto deveria ter sido alvo de negociações. Não foi, agora é mexerem os protestos nem que seja até ao Tribunal Europeu!
Tenha juízo, estude, analise… Vossemecê é muito verde.
Explique lá porque é que os anos só contavam metade, a sério, explique lá….
Como refere a colega “Grelhada” sim só contavam metade, e trabalhávamos os anos inteiros…CERTO!!!
Porquê? …pergunte aos sindicalistas e aos governos de então…
De facto os colegas são mesmo “VERDES” apesar de dizerem ter alguns anos de serviço…desculpem pouco respeito pelos colegas com + tempo que passaram por estas e outras mais injustiças e fe facto “Verdes” pois continuam a fazer o que o poder quer: dividir para reinar.
O problema é de todos!!!!!
Quanto à gralha dos cento e vinte mil professores “peço desculpa”
Não respondeu à pergunta…. porque razão só contava metade? diga lá, ou o colega aceitou isso sem perceber a razão?
Corrijo: “estarem a olhar para “eles”, os efectivos como os instalados…”
São lamentáveis estes comentários que tentar colocar em oposição Professores Contratados e Professores do Quadro. O desabafo da Colega Elsa não merecia este tipo de reações. Eu sou professor do quadro, com 20 e poucos anos de serviço, e quase dez de contratado. Sei que as coisas hoje estão piores que há alguns anos atrás, mas isso não impede que eu, como muitos colegas do quadro, a maioria, não se preocupem e não sejam solidários com os colegas contratados. Essa solidariedade não se mede por provas de conhecimento ou ideias peregrinas de abdicar de vencimento, como li por aqui, essa solidariedade manifesta-se no dia a dia das Escolas, no apoio, na integração, na flexibilização de horários de reuniões, tendo em conta a distância a que vivem muitos desses nossos colegas.
Nunca consegui compreender o porquê de alguns Professores Contratados colocarem o ónus da sua situação nos do Quadro. Não deveríamos estar todos a puxar para o mesmo lado? Não pertencemos todos à mesma classe profissional? Não temos todos interesses em comum?
Aliás, eu chego mesmo a achar que muitos dos Professores Contratados que aqui escrevem não deverão ser Professores. Custa-me a crer que pessoas com este tipo de formação alguma vez tenham estado sentadas nos bancos de uma universidade e feito. com sucesso, a sua profissionalização. Se de facto o conseguiram, espero que nunca cheguem a dar aulas, porque irão ser uma má referência para os alunos.
Desculpem o desabafo, mas estou cheio de ler parvoices que tentam colocar em guerra Contratados e do Quadro…
Não pertencemos à mesma classe. O Sr. está dentro e eu estou fora.
Disse uma grande verdade, sim os contratados não tiraram a profissionalização, tiraram o curso de Ensino ou Ramo Educacional….
Não se trata de colocar ninguém em guerra, trata-se (no que me toca a mim) de não ser hipócrita ao ponto de deixar que a maioria dos professores de Quadro que sempre olharam para os colegas contratados de cima, de agora virem para aqui dizer que sim sempre estiveram do nosso lado! MENTIRA!
Eu sou professor desde antes da avaliação e sempre, sempre os professores de quadro (se preferir pode ler Sindicatos) tentaram safar os professores do Quadro, dando ao MEC a opção de OK avaliem os Contratados este ano e depois para o ano logo se vê…. Verdade ou não é verdade? Alguma vez os do Quadro disserem não não ou todos ou nenhum! Alguma vez?
Eu vi os representantes dos sindicados da altura da primeira avaliação a terem o desplante de virem à televisão dizer que a MAIORIA dos docentes (leia-se professores efectivos) concordava com aquele modelo (leia-se avaliar apenas os contratados)
Depois há essa maravilhosa “pose” do mas “somos todos iguais” tretas… ganho menos trabalho mais (porque muitos professores tiveram direito a reduções de idade que eu nunca vou ter), não tenho facilitismos nas Escolas porque sou sempre novo e não conheço as coisas, se chego atraso 2 minutos olham logo de lado, mas se for um professor da casa…. isso já é outra coisa…
No fim de ano na sua Escola quando preenchem os documentos para o próximo ano lectivo os contratados participam? É que na minha esses documentos são preenchidos por quem se sabe ir ficar na Escola para o ano…
Ainda agora da adoção de manuais, quem teve a ultima palavra foram os professores da casa, porque sabe de que servia a minha opinião, o mais provável é eu nem lá estar para o ano certo?
Se na sua Escola as coisas são diferentes, fico feliz pelos colegas, todos eles, mas lamento dizer-lhe que isso não é o “normal”..
Como professora com quase 30 anos de serviço concordo totalmente com o colega Luís.
Deveríamos unir esforços e defender a nossa classe….
Já repararam que desde que este governo tomou posse o Mário Nogueira ficou afónico?….
Boa tarde. Sou professora contratada. Tenho 14 anos de serviço e não me revejo minimamente nas palavras do JC Narciso. Aliás, quase me atrevia aqui a afirmar que a maior parte dos contratados quer os colegas do quadro a lutar ao seu lado e não cada um para o seu lado! desculpe JC Narciso mas não deve ser professor.
É verdade, não sou professor. À luz deste MEC e no seguimento das políticas de Sócrates, sou docente contratado e FORA da Carreira !!!
Além disso, quando se refere aos «colegas do quadro», entendo que eles não são seus colegas mas sim seus superiores: podem aceder a cargos, progridem na Carreira, têm regalias nos concursos… (mesmo muitos deles tendo menos tempo de serviço que você). Ainda acha que são seus colegas ?
E o colega já reparou que a atribuição de um cargo pode estar dependente das horas de reduçaõ ao abrigo do artº /9º do ECD?
Colega Elsa, muitos parabéns pela sua carta aberta.
Concordo com tudo o que disse, pois sou professor contratado a penar constantemente.
Elsa,
Como a entendo! gosto da minha profissão mas sinto-me cada vez mais desmotivada. Assisto diáriamente a situações que me deixam incrédula e sem vontade de continuar a exercer a docência; vejo professores a inflacionar as notas só para agradar… a quem? aos pais e ao agrupamento que está preocupadp com as metas; vejo professores que dentro da sala são mediocres e aos olhos dos diretores são excelentes; Vejo colegas com menos tempo de serviço e com mais estabilidade que os mais graduados; enfim… parece que vale mais parecer ser bom professor do que sê-lo; Afinal qual é nosso papel? ensinar? educar? Não me parece…
Gosto MUITO do que faço mas, sinceramente, tenho dias que me apetecia mandar tudo para o LIXO
Que desilusão! e o pior é que NUNCA vamos conseguir nada porque NÂO SOMOS UNIDOS
Não se esqueça que os contratados têm uma pressão que os outros professores não têm, se a colega der más notas o que é que a sua Escola lhe faz? diga lá?
Agora se for um contratado…. nós temos sempre a “cabeça no cepo” o nosso futuro está dependente de um click de rato no quadradinho do “Renovar/não renovar”
Já imaginou a pressão que isso é? O querer agradar, mostrar serviço, parecer ser bom, apenas para ter o futuro salvaguardado mais um ano?
Com isto não desculpabilizo ninguém, mas os contratados são vistos com olhos diferentes, avaliados de forma diferente, não se esqueça que só há 50000 a quererem o nosso lugar, e qualquer Direcção de uma Escola sabe isso mesmo, se este não agrada há mais na lista….
É o que se verifica diariamente nas escolas. Realmente “mais vale parecê-lo do que sê-lo”! Há muita gente que dentro da sala de aula é uma desgraça e aos olhos dos pais são os melhores profs do mundo! Ainda há dias uma turma soube as notas das Provas de Aferição que foram um descalabro total. Se fosse com um Professor contratado já tinha os dias contados no Agrupamento como é com uma da “velha guarda” que já não está para se chatear muito porque tem que trabalhar até aos 65, ninguém diz nem faz nada. Cada vez menos nesta profissão se é bem considerado pelo trabalho que se desenvolve!
De facto enganei-me foram 120 000 professores…mas lendo os comentários dá para errar e não foram só os contratados a ser avaliados…de facto dá a sensação que os professores do quadro são culpados.
Mais…não sou sindicalizada e ando aqui faz 30 anos de serviço, encontro-me como TODOS estagnada e nessa manifestação CONTINUO a dizer poucos eram os CONTRATADOS!!!
De facto olhando estes comentários só se fala em contratados…e os outros que já caminharam também KMMMMMMMMMMMMMMMM e que com muitos anos de serviço se encontram praticamente a meio da carreira …????
Continuamos a olhar só para o nosso umbigo…desculpem!!!!! Neste caso parece que os contratados em vez de se dirigirem estas farpas para quem de direito dirigem-nas para quem já passou o mesmo ou pior do que eles.
Continuo a dizer que não está certo o que se passa mas não só com os contratados também com TODOS os outros….
Diz muito bem…
De facto olhando estes comentários só se fala em contratados…e os outros que já caminharam também KMMMMMMMMMMMMMMMM e que com muitos anos de serviço se encontram praticamente a meio da carreira …????
E os contratados de agora que nem sequer entram na carreira, que ficam sabe-se lá durante quantos anos presos ao índice do período probatório?
Antigamente as pessoas concorriam para longe para efectivar, agora os contratados concorremos para longe para ter emprego se for preciso num incompleto de 8 horas a ganhar 300E…
Mas diga lá o que é que os professores de quadro se queixam que os contratados também? (sem ser as coisas da Troika que afeta a todos?
Passou pior no que? diga lá já agora…
Venha a prova de conhecimentos! Mas para TODOS. E que desapareçam os vínculos.