Apenas Para Aclarar Ideias

Os docentes das 90 escolas do ensino particular para garantirem a 1ª prioridade no concurso EXTERNO têm de concorrer ao concurso no ano imediatamente anterior à abertura do concurso externo tendo como única condição terem trabalhado dois contratos anuais nao inferiores a 365 dias nos últimos 6 anos no ensino particular com contrato de associação.
Para tal são obrigados a concorrer a dois QZP, embora isso pouco importe já que podem optar pelos qzp onde saibam não ter lugar e apenas ao horário completo.

As regras do ensino privado regem-se pelas regras do setor privado o que obriga a entidade patronal a colocar em contrato de trabalho sem termo o trabalhador ao fim de 3 contratos sucessivos.
Partindo do princípio que quem tem mais de 3 contratos já é professor do quadro, embora não seja o de muita gente pelas artimanhas que se vai fazendo no ensino privado, não me acredito que por iniciativa dos docentes os mesmos sejam tentados a concorrer ao ensino público sem garantias de colocação e regredindo em muitos casos no vencimento. (veja-se os subsídios e o corte do vencimento)

É possível que os professores mais jovens o façam e tentem a sua sorte no ensino público, contudo serão docentes com menos tempo de serviço de quem trabalha há mais de 5, 6 ou 10 anos no ensino público e ficarão sempre atrás desses.

A eliminação dos que podem concorrer no concurso externo de 2013/2014 com os que já estão no sistema do ensino público e não terão os 365 dias de serviço em 31/08/2011 será quase nula e não devem alterar em muito a lista de graduação do ano 2013/2014 dos que se encontram em 1ª prioridade.

Nada disto é garantido que aconteça, mas prevejo que muito do que se tem falado sobre os docentes do ensino particular com contrato de associação seja mais por motivos ideológicos do que sejam problemáticos em termo de concursos. Mas também sei que foram os mesmos motivos ideológicos do governo que quiseram que isto fosse assim.

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25 comentários

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    • Aires on 6 de Março de 2012 at 19:46
    • Responder

    Escapou-te um pequeno pormenor…
    estás completamente desfasado da realidade do sector privado.
    Recibos verdes diz-te algo? Tenho colegas que estão nessa situação há anos no sector privado.
    3 anos de trabalho e um de descanso para voltar mais 3 anos, diz-te algo?apresento-te vários casos onde isso acontece (eu próprio estive nessa situação).
    A revisão curricular vai obrigar a muitas escolas privadas a dispensar professores e alguns do quadro. Se o professor é encostado à parede pela entidade privada que remédio tem ele de sair…este ano sai a lista e consoante a graduação o professor fica com uma ideia qual o lugar que vai ocupar no ano seguinte.
    Meu caro dizer que as alterações são residuais é atirar areia para os olhos…então eu sou residual para ti…e como eu muitos…
    Devias trabalhar um ano no sector privado para conhecer a realidade laboral…


    1. Por isso falei nas artimanhas. E esses como tu dizes vieram ao público buscar dias de serviço nesses intervalos. Estás à espera de quê para completar os 365 dias no público? Tens ofertas de escola em concurso.

    • Aires on 6 de Março de 2012 at 20:13
    • Responder

    Meu caro já me candidatei a mais de 80 ofertas de escola este ano!De Bragança até Algarve!Lembraste do inquérito que realizaste no blog? Pois eu também respondi…
    Tenho sido ultrapassado pelo critérios nada limpos…se fosse pela graduação já tinha assegurado algum tempo de serviço…e só me faltam 87 dias…é morrer na praia com esta lei injusta…por isso a revolta é muita meu caro…Não aceito que atirem areia para os olhos.
    Ps: O trabalho que tu fazes para os colegas no blog (excelente) não merece a assinatura do teu sindicato neste acordo…

      • Aires on 6 de Março de 2012 at 20:24
      • Responder

      errata: lembras-te


    1. Já te respondi lá em baixo. Concordo que as espectativas criadas com as prioridades devessem ser salvaguardadas e discordo que esta situação entre em vigor já este ano. Fartei-me de dizer isso.

      E se as contratações de escola têm sido o que têm sido isso termina de vez com este diploma.

        • Aires on 6 de Março de 2012 at 20:37
        • Responder

        6— São critérios objetivos de seleção a seguir obrigatoriamente, para os grupos de recrutamento previstos no Decreto-Lei n.º 27/2006, de 10 de fevereiro:
        a) A graduação profissional nos termos do n.º 1 do artigo 11.º, com a ponderação de 50%;
        b) Um dos seguintes critérios com a ponderação de 50%:
        i) Entrevista de avaliação de competências;
        ii) Avaliação curricular;

        Será que acabam as cunhas??50% a entrevista??de rir…é baralhar e dar as mesmas cartas…

        • helena on 6 de Março de 2012 at 20:40
        • Responder

        Então, eu já fui.. Dou aulas numa EProf há 10 e ainda não dos quadros e tenho concorrido nos ultimos 4 anos a escolas publicas para ter um escape (garantindo a 1ª prioridade) caso não houvesse horário para mim… Assim, como só tenho 180 dias nestes 4 anos volta a 2ª, certo? A minha alma pesa..


      1. com garantia que dos 5 melhores graduados um deles fica.

          • Aires on 6 de Março de 2012 at 20:53

          Bem eu este ano concorri a mais de 80 ofertas de escola. Se fosse pelo novo regulamento teria de ir a mais de 80 entrevistascaso não fosse por avaliação curricular)! Sendo de Vila Nova de Gaia concorri este ano desde Bragança a Faro…imaginem a volta a Portugal que eu iria fazer…só para entrevistas…com gastos de portagens, gasóleo…é perfeito! Este novo sistema é o ideal…a graduação profissional bastava!Não é necessário inventar a roda…ela já está inventada!

          • Lol on 6 de Março de 2012 at 21:36

          Arlindo:
          Aquilo que me parece é que não são obrigados a selecionar algém que esteja nos primeiros cinco……O diploma fala de tranches sucessivas de 5 candidatos, por ordem decrescente da graduação até à satisfação das necessidades. Mas o que significa esta “satisfação”????


  1. Quando saírem as listas é que vamos ver quantos foram os aliciados e/ou despedidos do particular. Isto era escusado! Bastava não se estar a fazer favores aos patrões do particular. Mas o Paulinho prometeu e os contratados do público pagam!
    E os dois anos não são por acaso, assim seguram-se os professores baratos e aliciam-se os que têm mais anos de casa.

      • sodomizado pelos políticos on 6 de Março de 2012 at 21:16
      • Responder

      Meu caro, nem fazes ideia de como estás certo. De facto, o NÚMERO 2 do PP do círculo de Aveiro (amicíssimo do Paulinho) é Diretor de uma escola privada com contrato de associação. Estou a falar de ANTÓNIO PINHO, diretor do INSTITUTO DUARTE DE LEMOS, no distrito de Aveiro.
      Somos NÓS que pagamos os favores que os amigaços trocam entre si. São os nossos filhos que pagam com a falta de disponibilidade que temos para lhes dar em virtude de estarmos desesperados com a nossa situação profissional.
      E o CRATO ainda tem a lata, a falta de vergonha na cara, de falar em excelência no ensino. Faz-me rir. Faz-me chorar.
      Há ainda quem apelide os nossos ministros de tecnocratas… HAHAHA. Só pode ser por piada, pois não posso acreditar em tamanha ingenuidade. CUNHOCRATAS ou FAVOROCRATAS, isso sim adjetiva bem a sua postura política.

      • Nuno Pereira on 7 de Março de 2012 at 9:31
      • Responder

      Em relação à passagem de professores do particular com contrato de associação para o público, não me parece que de livre vontade existam muitos a concorrer. Só uma pequena percentagem de descontentes irão concorrer. Contudo, está mais que visto que esta alteração está relacionada com uma provável e enorme pressão dos lobis do ensino particular, em especial os grandes grupos económicos que investiram no meio, dado que abre uma excelente porta para a colocação dos que foram despedidos no final do ano lectivo anterior e os que irão ser despedidos com as alterações curriculares que aí vêm. E não pensei que os professores a ser dispensados serão os mais novos. Num momento de crise, em que o financiamento tem tendência da diminuir, mesmo no ensino particular, vai de certa forma interessar reduzir a carga salarial independentemente da diminuição da qualidade do ensino no futuro. Vai prevalecer a lei do mais barato. E estes professores, muitos com mais de 12 anos de serviço, vão com toda a certeza e após receber uma boa compensação pelos despedimento, entrar quase directamente no público. É claro que vão receber menos…..mas num período como o de hoje, mais vale um emprego que um dia sem nada para fazer!


  2. Em ofertas de escola do grupo 110 são sempre mais de 1000 (mil) a concorrer. Mesmo que a entrevista valha 50% não acho muito mau, uma vez que só será feita aos 5 candidatos mais graduados! É preciso muita pontaria para o “cunhado” estar nos primeiros cinco. Caso esteja também não será problema a ninguém uma vez que a sua graduação já está nos primeiros e se não entrar nessa vaga, entra noutra.

      • Aires on 6 de Março de 2012 at 21:12
      • Responder

      A graduação profissional chegava para fazer a selecção. Já viram a quantidade de entrevistas que os contratados terão de efecutar por esse país fora?Portagens, gasóleo..de Bragança a Faro…realmente é mesmo justo…50% de peso na escolha?Só quem fôr inocente é que acredita em entrevista justas e sérias neste país!A prática já demonstrou o contrário este ano!

    • BG520 on 6 de Março de 2012 at 21:12
    • Responder

    Mudar as regras assim não é justo, faria sentido estas regras mas para daqui a 2 anos….porque as minhas escolhas até agora tinham por base a regra “ter leccionado no ensino público nos últimos 2 anos”…recibos verdes, impostos e mais impostos e privado sem subsídios e seguranças de nada é o que me resta e isto se tiver horário…se não desemprego…

    • JC Narciso on 6 de Março de 2012 at 21:32
    • Responder

    «Pelas artimanhas que se vai fazendo no ensino privado». O senhor queria dizer «no público», ou ter-se-á enganado ?
    Se isto era mesmo o que o senhor queria dizer revela uma inexperiência muito grande.


    1. Artimanhas contratuais no ensino privado para evitar o vínculo obrigatório ao fim de 3 contratos.

        • BG520 on 6 de Março de 2012 at 21:39
        • Responder

        E que não são poucas…recibos verdes por exemplo…


  3. 50% de ponderação para a entrevista é típico de um país que vive da cunha, do favoretisto e mais uma vez um grande desrespeito pelos contratados que, do pouco que têm, ainda vão arcar com as despesas inerentes à realização das entrevistas (combustível, portagens, alimentação, …).
    Espero que alterem este ponto.
    obrigada

    • Pedro on 6 de Março de 2012 at 22:48
    • Responder

    Isto de facto é o absurdo.
    Reparem na lógica da 1º prioridade concedida aos privados com contrato de associação.

    – Concorrem este ano para contratação e desistem da colocação para garantir a 1º prioridade no concurso externo.
    Os alunos que aguardem pelo próxima colocação. não há problema é só uma semana ou mais.

    – Maior bandeira deste novo diploma.
    Substituir com eficácia os professores em falta, para os alunos não ficarem sem aulas.

    Para agradar os privados perde-se a coerência e lógica total.

    • ESilva on 7 de Março de 2012 at 10:45
    • Responder

    Infelizmente, Arlindo, não partilho desse otimismo. Estou mesmo convencido que os próximos dois concursos vão ser um desastre, com a inclusão de centenas de docentes das escolas com CAssociação.
    Repare: para poderem ser opositores ao concurso externo de 2013/14, têm de o ser à contratação em 2012/13.
    E como tudo é volátil, nestes dias que correm, pelo sim pelo não eles vão concorrer em massa. E duvido que poucos concorram a QZP que não interessem.
    E, como tal, vão estragar muitos horários, ao recusar, porque os lugares ficam uma ou duas semanas sem ninguém, e porque aqueles que têm tido sempre colocação em Agosto irão ocupar horários mais longe ou incompletos.
    É uma sacanice, ainda mais dolorosa porque os contratados dos primeiros cem lugares tinham sempre alguma esperança, que agora se esfuma.
    Só na área para que concorro preferencialmente prevejo que apareçam cerca de vinte professores à minha frente. É muito horário…


    1. Para o concurso de 2012/2013 concorrerm em 2ª prioridade, é quase certo que não ficam colocados.

        • ESilva on 8 de Março de 2012 at 13:25
        • Responder

        Sim, toda a razão, não tinha pensado nisso. Obrigado.

        Mas vão estragar-me eventuais vagas que apareçam, no concurso externo. E eu não vou estragar as deles…

    • Pedro on 8 de Março de 2012 at 9:51
    • Responder

    Eu acho que será o oposto, devido à revisão curricular e aos constragimentos orçamentais, as escolas privadas terão a tendência em dispensar o pessoal com mais tempo de serviço porque têm uma folha salarial mais elevada e ficar ou contratar professores com pouco tempo de serviço para pagar bem menos. Este novo regime foi, no meu ponto de vista, uma maneira de integrar no sistema publico a grande maioria das cunhas do privado com muito tempo de serviço que agora vão ser dispensados por estes terem uma folha salarial elevada.

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