Fica aqui a notícia completa do DN com base nos números trabalhados aqui no Blog, que parecem mais fiáveis que os do MECI e que teve hoje um comunicado oficial por parte do MECI
Esta notícia no DN surgiu dois dias antes dos números lançados para o Expresso.
Medidas extraordinárias ainda só reduziram em 10% o número de alunos sem aulas
A um mês do final do 1.º período, ainda há quase 45 mil alunos sem professor a pelo menos uma disciplina. Objetivo do Ministro da Educação – de diminuir em 90% o número de estudantes sem aulas até final de dezembro – está longe de ser atingido, garantem especialistas.
Ao DN, Davide Martins, especialista em estatística de Educação e colaborador do blogue ArLindo (dedicado à Educação) explica que a redução do número de alunos sem aulas, após as medidas implementadas pelo MECI, representaram apenas uma ligeira descida “não-significativa”. Na semana passada, avança, estavam a concurso 399 horários, afetando quase 45 mil alunos. Em igual período do ano letivo anterior, eram 50 280 os estudantes sem docente a uma ou mais disciplinas.
“Temos uma redução de cerca de 10% de alunos sem aulas. É uma redução, mas longe da promessa do ministro. Tinha de acontecer algo de muito relevante, este mês para conseguir reverter isto”, sublinha.
Para este especialista, as medidas implementadas pelo MECI são “migalhas” e é necessário “muito mais para combater a falta de professores de forma efetiva”. Acresce, ainda, a dificuldade para substituir professores que se aposentam ou estão de baixa por doença. Uma situação transversal a todo o país e não apenas na zona Sul, onde a falta de docentes é maior.
“A manta é curta. Os que estão vinculados a Norte, não estão disponíveis para vir para o Sul e vice-versa. E nenhuma destas medidas atrai novos professores para o ensino. Consegue-se ir buscar meia dúzia de professores aposentados, mas não se formam professores num dia. A única forma de resolver o problema da falta de professores é atrair gente para o ensino”, defende.
9 comentários
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“Acresce, ainda, a dificuldade para substituir professores que se aposentam ou estão de baixa por doença.” Não é bem assim. A Norte, nomeadamente na zona 9, substitui-se um professor de baixa enquanto o diabo esfrega um olho. Claro que à medida que o ano avança se torna menos fácil, mas basicamente é assim.
Para atrair pessoas é preciso tratar bem quem anda nisto há 20 anos a levar pontapés.
Fala-se muito naqueles que andam a passear pelo país. Pois bem. E aqueles que são obrigados a estarem em determinadas escolas porque não abrem nunca mais vagas perto de casa?
Curiosamente para que um aluno fique numa escola o factor “perto de casa” ou junto a uma morada de um familiar é imprescindível.
Para um professor, já não é. Pode andar a passear por um QZP inteiro ou pelo país.
Estou há 15 anos numa escola a 25 km de casa, quando tenho uma a 20 metros da minha casa. Mas nunca mais há vaga e nunca haverá porque quem lá está não sairá nunca (eventualmente quando morrer, já que agora até podem ir até ad eternum).
Quando é que o ministério adota medidas para valorizar os atuais docentes?
Por exemplo, em relação à recuperação de tempo de serviço, porque não fica claro no portal do IGEFE quando será feita a recuperação, com uma calendarizaçao precisa desde o início até ao fim?
Por exemplo, 01/09/2024, 30/12/2025, 30/12/2026, etc.
Isto deveria ser completamente claro. Porque senão, basta mudar de escola para que um iluminado qualquer se lembre de contar a recuperação de outra forma e tramar quem anda a trabalhar.
Claro que se alguém tivesse alguma benesse posterior, isso poderia mudar a contagem para melhor. Mas as contas base de acordo com o que existe atualmente seriam claras e não causariam as confusões que estão a causar um pouco em todo o país.
Colegas, não sei se este é o sítio certo mas coloco a questão.
O que são Centros Tecnológicos que foram agora criados?
Sei que há uns de Informática e de Multimédia em Lisboa, mas são ao certo o quê?
São públicos? Podemos concorrer para ir para lá?
Agradeço a resposta de quem souber.
No âmbito do PRR foram criados 365 centros tecnológicos especializados, quer em escolas públicas quer em escolas privadas. Estes centros destinam-se a melhorar a qualidade do ensino profissional, quer ao nível dos equipamentos, quer ao nível das instalações. O investimento total foi de 650M€.
Obviamente quem leciona nestes centros são os docentes das escolas públicas ou privadas onde existem CTE.
Exato.
Caso não conheça, dou como exemplo o Agrupamento de Escola D. Dinis, em Lisboa, que terá dois CTE, um de Informática e outro de Multimédia, ja em total funcionamento a partir do próximo ano.
Neste caso, como alguns docentes do quadro sairam no último concurso para outras escolas ou para a reforma, serão precisos mais 5 professores de Informática.
Se quiser, pode concorrer para lá, Luís.
Há falta de professores? Expliquem como neste último concurso extraordinário tenham sido colocados apenas 8 professores no grupo 550 de informática? Não era um grupo deficitário, com falta de professores? Parece que não! Afinal deve ser verdade que apenas 2000 a 3000 alunos estão sem aulas a uma disciplina…
Não há falta de professores porque qualquer um dá Informática. Na minha escola há um de audiovisuais a dar Informática. E conheço uma onde é um de educação Visual. É a história das ECT que supostamente permite isto e dos mestrados via ensino que são uma fraude.
As auditorias fazem se antes da divulgação de números falaciosos , oh Sr ministro da (des) educação 👎🏻👎🏻