SONDAGEM a TODOS Profissionais da Educação + Síntese do Plenário Nacional
O Plenário Nacional de hoje teve a participação de Profissionais da Educação (docentes e não docentes) de várias zonas do país. Como acontece em todos os plenários dinamizados pelo S.TO.P. todos tiveram a oportunidade de intervir e de apresentar as suas propostas (independentemente de serem sócios). Ideias gerais da intervenção inicial da direção do S.TO.P.:
“Todos os Profissionais de Educação (pessoal docente e não docente) têm sido desconsiderados e roubados nos seus direitos, o que se tem traduzido numa maior desvalorização, desmotivação e exaustão destes profissionais essenciais, o que prejudica também as nossas crianças e jovens. Ao mesmo tempo que o governo diz não ter mais recursos para investir nos Profissionais da Educação assistimos a sucessivas injeções de milhares de milhões de euros em buracos financeiros de negociatas obscuras que não servem as populações. O S.TO.P. tem constantemente alertado o Ministério da Educação (ME) de que já deveria ter iniciado reuniões de negociação coletiva sobre vários temas fundamentais que continuam adiados. Por exemplo sobre modelo de avaliação injusto e artificial com quotas (pessoal docente e não docente), as quotas de acesso aos 5.º e 7.º escalões, precariedade docente (AEC e Contratados) incluindo a questão dos colegas lesados da Segurança Social e vinculação pelas reais necessidades do sistema educativo, rejuvenescimento e contabilização de todo o tempo de serviço congelado, regime de aposentação especial sem penalização a partir dos 60 anos de idade e direito a uma pré-reforma digna, valorização em particular do pessoal não docente com salários de miséria, a gestão escolar democrática, ultrapassagens na progressão da carreira, a municipalização, concursos docentes justos através da graduação profissional, redução do número de alunos por turma e medidas para combater a indisciplina, diminuir o excesso de trabalho burocrático e definição clara entre componente letiva e componente não letiva, subsídio de alojamento/transporte e passagem da SS para CGA para todos os Profissionais de Educação que se sintam lesados, etc. A posição do S.TO.P. sobre estes temas é pública e já foi apresentada por inúmeras vezes ao ME mas este continua a apresentar uma postura de total bloqueio negocial. Ou seja, durante todo este tempo, ficou mais uma vez evidente que o ME, apesar da sua narrativa, continua a desconsiderar profundamente quem trabalha nas Escolas e por isso é fundamental começar a exigir de forma mais forte que o ME inicie urgentemente essas reuniões de negociação coletiva com os sindicatos.
– A insistência do ME em não aceitar reunir sobre estes temas já levou por exemplo a que recentemente (devido à Municipalização) se descarte de forma ignóbil pessoal não docente que estava na iminência de entrar para o quadro sobrecarregando ainda mais os Profissionais em serviço e prejudicando os alunos. Também não podemos aceitar passivamente a conclusão da transferência de competências da Educação para os municípios, municipalização essa que se prevê estar concluída durante o presente ano letivo (até 31 março de 2022), nem aceitamos a manutenção da falta crónica e dos salários de miséria do pessoal não docente.
– Também é importante exigir mudanças concretas para os Técnicos Superiores de Educação, estes que merecem ter o seu processo de posicionamento remuneratório e de reposicionamento de carreira e não passarem a receber ainda menos do que auferiam enquanto precários, ou também à concretização efetiva do seu direito à mobilidade.
– As desconsiderações do ME aos Profissionais da Educação chegam ao cúmulo de atitudes “fora da lei” por exemplo no passado quando atacaram ilegalmente a greve Às avaliações de 2018 (que o S.TO.P. iniciou) ou mais recentemente no seu incumprimento em iniciar negociações num determinado prazo com os sindicatos na Revisão do regime de Recrutamento e Mobilidade do pessoal docente ou também no incumprimento de negociação coletiva com os sindicatos relativamente às questões de Saúde e Segurança no Trabalho algo particularmente relevante quando ainda continuamos em contexto de pandemia.
“Loucura é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.”
A.Einstein
Quem dirige as lutas na área da educação nas últimas décadas têm dividido as lutas dos Profissionais da Educação (por exemplo entre pessoal docente e não docente) e tem dinamizado essencialmente greves de 1 dia de 3 em 3 meses. Infelizmente com esta estratégia de luta os resultados são bem conhecidos por todos que trabalham nas Escolas. Queremos continuar com esse tipo de luta e esperar resultados diferentes?
VAMOS FAZER O QUE AINDA NÃO FOI FEITO?
Perante todas estas desconsiderações, roubos e bloqueio negocial seria ingénuo não constatarmos que durante este mês temos eleições de importância máxima para o poder local (quem assinou o recente “despedimento” do Pessoal não docente) e também muito importante para o poder central porque terão sempre repercussão a nível nacional.”
Depois de várias intervenções, no plenário foi aprovado no geral o plano apresentado pelo S.TO.P. e mais algumas propostas de colegas presentes:
1) Concentração contra os despedimentos do pessoal não docente (apelando à solidariedade de todos os cidadãos e à união dos outros sindicatos):
a) à frente da CM Coimbra esta terça, 7 setembro, às 12h;
b) à frente da Câmara Municipal de Barcelos, esta quarta, 8 setembro, às 12h.
2) Concentração à frente do ME em Lisboa (Av.24 de julho) esta quinta, 9 setembro, às 18h30, contra estes despedimentos mas também contra os concursos injustos nomeadamente com mais ultrapassagens na RR1 e/ou também contra outras injustiças (avaliação com quotas, reforma tardia, precariedade, falta subsídios transporte/alojamento, salários de miséria para o pessoal não docente, estrangulamento no acesso ao 5.º e 7.º escalões, etc).
5) O S.TO.P. solicitará reuniões com os grupos parlamentares e à Presidência da República e também apelará para que estes pressionem o governo a corrigir essas injustiças (nomeadamente nas discussões do O.E.).
6) Auscultação através de uma sondagem online aos Profissionais de Educação (docentes e não docentes) se concordam com uma greve no início das aulas para exigir ao Poder (local e central) a correção das injustiças referidas e respeito/justiça para quem trabalha nas escolas nomeadamente reivindicando a marcação de reuniões negociais (com datas definidas) em torno dos temas fundamentais referidos (e outros) para quem trabalha nas Escolas.
ESTAMOS FARTOS DE ESPERAR INDEFINIDAMENTE! Se for essa a vontade dos colegas, começaremos a exigir de forma mais veemente no início deste ano letivo RESPEITO e JUSTIÇA por nós, pelas nossas famílias e as crianças/jovens de todo o país.
PARTICIPEM NA SONDAGEM aqui (a auscultação será até dia 8 setembro inclusive):
Sondagem no link inicial.
13 comentários
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mais uma greve
vira o disco e toca o mesmo
Realmente este pessoal dos sindicatos precisa de reciclagem.
Ou são bandeiras na rua aos berros ou greve que até faz com que o patronato poupe dinheiro.
Mas será que não evoluem?
Mais banha da cobra.
Não há volta a dar a não ser uma mudança radical nas formas de luta. A 1ª grande decisão seria o corte radical com o unidade sindical nas lutas (quando a FENPROF marca uma manif ou aquelas greves de alecrim e manjerona vai toda a procissão atrás, S.TO.P incluíndo!) pois isso não nos tem trazido nada de significativo, bem pelo contrário, pois na opinião pública (e mesmo entre muitos colegas menos atentos) a ideia é de que os sindicatos são todos iguais, os sindicalistas são uns malandros, não querem é trabalhar, etc, etc. E não me falem nas grandes manifs de 2008, porque tudo aquilo bem espremido, foi a montanha a parir um rato (com a exceção da divisão da carreira (a triste figura dos titulares, muitos deles agora encavalitados nas lideranças intermédias a darem cabo do juízo aos restantes colegas). Quantos às formas concretas de luta, já vimos que as greves não têm tido grande impacto, e mesmo a greve às avaliações como a de 2018, começaram bem, a ideia foi boa, infelizmente, vimos a ME a permitir reuniões finais de avaliação com menos de metade dos Conselhos de Turma e, em cima disso, a triste figura dos “colegas” que atraiçoaram os que lutavam e foram mesmo fazer a javardice de comparecer a essas reuniões de farsa (um dos argumento é que tinham férias marcadas e tal e não podiam esperar mais, outro foi o medo de represálias por parte dos Diretores, etc.). Com a classe que temos, só temos o que merecemos! Assim sendo, só resta um caminho: denunciar, denunciar, denunciar, nos media tudo o que está errado, ilustrar bem o inferno que vivemos hoje nas escolas e depois, a par disso, iniciar em força uma GREVE DE ZELO, à escala nacional, com medidas bem claras (trabalhar apenas, com todo o rigor e profissionalismo, dentro das salas de aulas e recusar todo e qualquer projeto/atividade que saia da atividade letiva restrita, reduzir o nº de testes e trabalhos (uma barbaridade de trabalho que se vê por aí, com colegas que continuam a aplicar 3 testes por período e montanhas de TPC’s e trabalhos diversos) e privilegiar a avaliação formativa em sala de aula (afinal de contas, a decisão governativa para acabar de vez com os “chumbos” deve estar quase aí a chegar, e todos sabemos que o caminho para tal já está em marcha há algum tempo), dar por encerrada a aula assim que algum ato de indisciplina mais sério aconteça, reduzir ao máximo as papeladas e burocracias (muitas vezes inventadas dentro da própria escola, como é o caso das metas de sucesso – e suas análises e justificações -, que não estão legisladas em lado nenhum), ponderar muito bem as saídas da escola, optando por outros meios (visitas virtuais, etc.), reduzir ao máximo o nº de reuniões de grupo e departamento, basicamente, evitar tudo o que possa aumentar o nosso horário de trabalho para além das 35 horas semanais. E tudo isso deveria ficar numa base de dados em que os docentes (mesmo que anonimamente) inscrevessem aquilo que antes faziam “por amor à camisola” e aquilo que deixaram de fazer, perante a surdez, cegueira e desrespeito do ME para com os professores! Podia ser que assim os pais começassem a acordar para o desgaste e a desmotivação dos professores, e para tudo o que está a acontecer nas escolas, e começarem também a juntar a sua indignação e preocupação à dos professores. Com a pressão dos pais, em conjunto com os professores, o ME acabará por ceder!
E que tal rever e tornar mais justo a questão da norma travao?
Docentes com mais de 8 anos de serviço a serem ultrapassados por muitos que por não terem nada que os prenda e por estarmos numa fase de muitas ofertas de horários conseguem os tão desejados completos anuais.
Num país com falta de natalidade os professores que deram primazia também a família são penalizados…. Afinal um professor apenas deve ser professor porque ter qualidade de vida para criar os seus filhos não lhe é permitido.
Não são 3 contratos anuais que deviam ser usados para aceder a estabilidade que todos merecemos.
Sobre este artista avençado “professor karamba” só me apetece recuperar a frase do Manuel Machado (treinador de futebol): “Na vida, um vintém é um vintém, um cretino é um cretino!” O mesmo se passa na blogosfera!
Escandaloso ainda o que alguns Diretores de Agrupamentos Escolares estão a fazer! São muitos os Chefes de Serviços da Administração Escolar aposentados, para os substituir alguns Diretores pedem mobilidade e consolidação na carreira de coordenadores de funcionários que por eles nutrem empatia… Não serão muitos a nível nacional licenciados que estão na carreira de assistentes técnicos e assistentes operacionais, mas existem ainda muitos com habilitações superiores! Apelo ao ME e aos SRS. DIrectores dos Agrupamentos de ESCOLAS E ESCOLAS NÃO AGRUPADAS, q revejam esta injustiça vergonhosa. Os coordenadores devem ser licenciados, com tempo de serviço, formação certificada, experiência. Todo o direito de ser estes funcionários os coordenados dos não docentes. Não devem ser dados poderes ao Diretores para este tipo de escolha. No caso não haver algum não docente licenciado, que se faça a escolha para coordenador com critérios de tempo de serviço, formação, experiência.
ACABEM COM ESTE TIPO DE INJUSTIÇA!
Uma realidade em algumas escolas!
Concordo na íntegra.
Estudaram , merecem um cargo à sua medida ou então que os passem a tecnicos superiores!
Escandaloso !!
Os docentes nem se manifestam, porque será?
Senhores Diretores e Diretoras é para os afilhados mesmo sem curso superior, tempo de serviços, formação acreditada?
Quais são os critérios de escolha?????
Vamos lá malta do sindicato dos não docentes,!! Isto é uma vergonha, não docentes com licenciatura e serem outros os escolhidos para coordenar. Ao agrado do Sr. ou Sra Diretor!!
Os docentes ganham mais que um médico.
Uma vergonha!
Com horário em que nada tem a ver com o profissional de saúde!!
URGENTE A REVISÃO DA TABELA DE REMUNERAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/CATEGORIAS PROFISSIONAIS
E que tal tomar os comprimidos?
Estão a fazer falta!
E deve ser muita medicação ó otario.
Excelente, professor!
Carregue…..
Além das questões meramente profissionais, parece-me que credibilizaria e fortaleceria os sindicatos preocuparem-se com a qualidade do ensino.
Será falha minha, mas não vi nenhum sindicatos a criticar o facto que motivou esta minha humilde carta:
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Exmo. Senhor
Primeiro-Ministro
(Com conhecimento a Sua Excelência o Presidente da República)
Como corolário de diversas medidas do Ministério da Educação, todas parecendo ir no sentido da deterioração da escola pública (entendível esta como local de ensino, de qualidade), o Despacho n.º 6605-A/2021, de 6 de julho de 2021, revogou todos os programas e metas curriculares vigentes, e instituiu um ensino, para todos os alunos, reduzido a objectivos e a conteúdos mínimos (metaforicamente designados como “aprendizagens essenciais”).
Pensando que todos os professores e encarregados de educação de Portugal merecem ser esclarecidos, solicito a V.ª Ex.ª que responda a estas singelas questões:
1. Sendo iguais, em termos de salários, de equipamentos e de instalações, os custos para o Orçamento do Estado derivados da concretização de um ensino de qualidade ou desta “escolinha de mínimos” imposta pelo governo a que V.ª Ex.ª preside, e sendo evidentíssimo que não melhorarão nem os conhecimentos nem as competências dos alunos do sistema público de ensino, qual o objectivo real do senhor António Costa e do seu Ministério da Educação ao aprovar e pôr em vigor o referido acto normativo?
2. Que benefícios decorrem para Portugal e para os Portugueses da universalização de um ensino público desprovido de rigor e de exigência, limitado, para todos os alunos, a objectivos e a conteúdos mínimos?
3. Numa União Europeia e num mundo onde todas as pessoas e todas as empresas estão sujeitas a uma fortíssima concorrência, de que modo esta “escolinha pública de mínimos” preparará os filhos das famílias portuguesas para competirem nesta economia globalizada?
Estou certo de que os professores e os encarregados de educação de Portugal agradecerão uma rápida resposta a tão simples, claras e directas perguntas.
Para obviar a algum esquecimento por parte do gabinete de V.ª Ex.ª, a cada semana que passar sem resposta cabal e concreta ao que lhe é solicitado, recordarei o senhor António Costa de uma eventual falta.
Com os mais respeitosos cumprimentos.
Mário Rui Simões Rodrigues
Realmente os sindicatos só pedem greves, o resto é o q sabemos … O rigor a exigência a qualidade do ensino não interessa, fazem umas provas de aferição para dar trabalho as equipas do ministério q não tem mais nada para fazer e tem de manter os tachos e q não servem para nada , se voltassem a colocar os exames no final de ciclo, aí sim iam aferir alguma coisa.
Os nossos representantes sindicais já sabem q o ministério não dá reformas a ninguém aos 60 anos mas continuam a insistir em vez de proporem os 40anos de serviço , talvez por aqui conseguissem alguma coisa…o resto , só fazem ruído e mais nada!concordo com tudo o q o Mario escreveu, mas na escola do lazer e do recreio isso não interessa…