O plano de recuperação de aprendizagens perdidas durante a pandemia de covid-19 arranca agora, mas professores e diretores dizem que não houve um reforço de recursos para este ano letivo.
Diretores queixam-se que plano de recuperação de aprendizagens começa sem reforço de equipas
“Este será um enorme desafio para as escolas, porque vamos ter de fazer mais com os mesmos recursos”, disse à Lusa o vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), David Sousa.
Em causa está o Plano 21/23 Escola +, divulgado em junho pelo Ministério da Educação para apoiar os alunos na recuperação das aprendizagens perdidas durante os dois períodos de ensino à distância provocados pela pandemia de covid-19.
David Sousa explicou que no passado ano letivo houve um reforço de equipas nas escolas: “Cada turma teve direito a um crédito de mais oito horas semanais”.
Foi criado um programa que permitiu aos estabelecimentos de ensino contratar técnicos especializados e professores e esses contratos foram prolongados para este ano. As escolas que no ano passado não aderiram ao programa puderam fazê-lo neste, mas, além disso, “do ano passado para este não houve mais nenhum aumento”, lamentou.
Confrontado com as críticas, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues disse tratar-se de “uma falsa questão”, sublinhando que o trabalho de recuperação das aprendizagens começou precisamente no ano letivo passado, altura em que foram dadas às escolas a possibilidade de contratar mais docentes e assistentes técnicos.
“A recuperação das aprendizagens não começa em 2021/2022. Em 20/21 já houve por parte das escolas ações concretas e plano pedagógicos”, disse, explicando que “os recursos que o Ministério da Educação deu ao longo deste último ano custaram muitas centenas de milhões de euros e agora são suplementados num plano para dois anos que está calculado em mais de 900 milhões”.
As equipas de trabalho chegaram às escolas no início de setembro do ano passado. “Obviamente que esses recursos humanos seriam descontinuados se nós não tivéssemos este plano de recuperação de aprendizagens. Mas é preciso dizer de forma clara que temos esses e mais recursos”, acrescentou, dando como exemplo as equipas de apoio a educação inclusiva que puderam dobrar o número de horas disponíveis.
Tiago Brandão Rodrigues sublinhou ainda que o Plano 21/23 Escola + é “um alicerçar de medidas que vão muito além de única e simplesmente dar recursos humanos às escolas”. São mais de 50 medidas que permitem às escolas possibilidades curriculares e pedagógicas para responder aos problemas que encontram.
No entanto, as palavras do ministro não convencem os sindicatos de professores que garantem que faltam reforços: “Temos recebido muitas queixas de falta de profissionais. Quer dizer, vamos trabalhar com o mesmo número de pessoas que havia nas escolas no ano passado quando não havia nenhum plano de recuperação”, disse o secretário-geral da Fenprof, em declarações à Lusa.
7 comentários
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Mais outro fingimento por parte do governo.
Dão lavagem cerebral aos diretores, os diretores dao aos desgraçados dos profs.
Depois os profs produzem á bruta uma resma de PAPEIS inócuos.
No final ficam tudo no papel muito bonito. Na prática ZERO.
é tipo o governo dizer que faz tudo para promover a qualidade no ensino e combater a pandemia nas escolas e vai-se a ver e NÃO AUTORIZAM turmas pequenas, desdobramento de turmas, opções e cursos novos, mais professores, etc etc …
tudo treta
Concordo plenamente com o Gates!
Não consigo entender como os diretores das escolas ainda continuam a acreditar no governo! Como é possível adorarem viver iludidos! Ainda não perceberem que com este “goberno” como diz o imbecil do ME é tudo “para Inglês ver”? Santa paciência! Cresçam e manifestem-se nos sítios da forma própria.
“Professor não iludido”, não entende como os comissários políticos acreditam no governo?
A troco de dezenas de milhares de euros de suplementos (tudo a contar para reformas de mais de 3000€ mensais e sem trabalhar!!!)
Ainda quer mais?
Onde tem vivido? Em Marte?
Os diretores queixam-se… mais mais uma farsa, encenada com a tutela, para enganar os incautos professores!
Então o plano 21/23 não tem já meses?
Lembraram-se agora que não têm recursos??!!
Vão eles dar as aulas! Já que a maioria não trabalha há mais de DUAS DÉCADAS.
Nota: não estou disponível, o meu horário já tem mais de 50 horas semanais.
“Cada turma teve direito a um crédito de mais oito horas semanais”.
MENTIRA.
…são @s diretor@s que temos… mentirosos ou apenas incompetentes?
Mais 8 horas semanais?
Querem saber onde aparecem os “créditos”?
Na componente não letiva dos professores… sim nas reduções (artº 79ª) e no chamado Trabalho de estabelecimento
Há quem tenha 9 turmas ( 18H de componente letiva) e coadjuvação, apoio,DT, tutorias e afins…
Mas não se esqueçam que no artigo 79, qualquer apoio é individual, não caiam na asneira de ter apoios de 2/3/4 alunos, por cada tempo não letivo.
Abram a pestana e reclamem.