18 de Agosto de 2024 archive

Cristina Mota na NOW

Cristina Mota, a representar a Missão Escola Pública esteve, ontem de manhã, na Now.

 

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As Escolas não fecham em agosto…

O trabalho numa escola não acaba com o fim das aulas a meio do julho. Há exames para corrigir, notas para lançar, recursos para responder, turmas e horários para fazer. Trabalho que se estende até setembro e ao reinício das aulas. Desde o ano passado que o Ministério autorizou as escolas a encerrar uma semana, mas há quem tema que este ano haja escolas que nem esses dias consigam fechar.

A Educação não morre em agosto.” Pais para receber, exames para corrigir, notas para lançar, horários para fazer… O dia de uma escola em tempo de férias

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«FILHOS DE UM DEUS MENOR»…

 

Mais uma vez, tomei consciência de que não estamos todos debaixo do mesmo sol.

Circulam por aí alguns considerandos sobre a desunião da classe e de sectarismos dentro da mesma. Porém, o princípio ético em que assenta o conceito de «justiça» não se baseia em interesses particulares e norteia a ordem social evitando que nos comportemos como selvagens no seio de uma anarquia (caos que, se calhar, já reina na classe).

Foram ontem tornadas públicas as listas de colocação da fase de mobilidade interna evidenciando a perpetuação das injustiças, contra as quais a passividade é o retrato acabado de quem pretende continuar a permitir que aconteçam.

Como poderei sentir-me satisfeito sabendo que colegas atrás de mim nas listas de graduação irão lecionar perto do domicílio, enquanto eu terei de me fazer à estrada durante todo o ano (com a agravante de ter problemas de saúde)? E, como eu, o mesmo aconteceu a tantos milhares de professores que, desolados, se viram ultrapassados por colegas, consequência de prioridades criadas artificialmente.

Sendo os docentes seriados pela média de curso e pelo tempo de serviço, não é aceitável terem-se criado subterfúgios legislativos que permitem arrumar numa gaveta este critério de ordenação propiciando ultrapassagens.

Conheço casos de colegas que, nos cursos superiores, eram alunos fracos e que, face à iníqua criação de prioridades, têm ficado colocados à frente de outros com uma avaliação muito superior na sua formação (onde me incluo). E quem não sabe de situações de professores com pouco tempo de serviço a ficarem mais perto do seu domicílio do que outros que há décadas andam a percorrer o país? Então, a graduação profissional serve para quê?

É lamentável que uma classe que deve valorizar o valor da justiça na avaliação dos seus alunos, esqueça este conceito quando se trata de relações profissionais entre pares, seja nos concursos de professores, seja na avaliação de desempenho, revelando elevados níveis de hipocrisia, oportunismo e deslealdade.

Em resultado desta tendenciosidade, já são muitos anos com professores prejudicados no seu tempo (desperdiçado em horas ao volante), financeiramente (pagando as deslocações e alojamento) e emocionalmente (tendo de ficar privados da companhia das suas famílias).

Bem vistas as coisas, se calhar este assunto é bem mais doloroso e tem mais repercussões na vida das pessoas do que muitos querem fazer crer tentando abafá-lo.

Não sendo possível alterar o passado e corrigir as injustiças cometidas sobre tantos, para evitar que no futuro se repitam, seria bom que, nas reuniões com a tutela, os sindicatos puxassem este assunto para o topo das suas agendas reivindicativas.

Suponho que esta situação só tem acontecido e continuará a arrastar-se, porque aos beneficiados não lhes convém perderem este privilégio, aos sindicatos não lhes interessa criar problemas a uma parte dos seus associados e à tutela pouco lhes incomoda o que se passa de infausto na vida dos professores.

Perdoem-me não poder partilhar da mesma euforia de outros colegas, porque não tenho nenhum motivo para celebrar, bem pelo contrário. Não será com gosto nem com motivação que, eu e tantos milhares de professores que ficaram prejudicados, irão encarar o próximo ano letivo.

Afinal, muitos de nós andámos a queimar as pestanas a estudar tanto e a percorrer tantas escolas do país ao longo de tantos anos, para quê?

Neste sistema, onde estão valorizados a meritocracia e os anos de entrega à profissão?

À margem desta situação, consciente da dificuldade crescente no desempenho desta profissão, desejo a todos um bom ano letivo.

Carlos Santos

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