Desabafo de um professor

 Desde miúda que o meu sonho era ser professora. Admirava os meus professores e por vezes revia-me no papel deles. 

Estudei empenhei-me e hoje sou professora há quase 30 anos. Formação académica Bacharelato, posteriormente Licenciatura e uma Pós-graduação.

Durante longos anos e como contratada, percorri o Distrito de Castelo Branco de ponta a ponta. Foram milhares de quilómetros, fazendo por vezes mais de 200 quilómetros diários para poder exercer a minha profissão. Gasolina, desgaste do carro e cansaço extremo levaram-me ao limite das minhas capacidades e à dificuldade em sustentar a família. Mas como diz o povo ” Quem corre por gosto não cansa” o que não é verdade, lá me fui arrastando e desempenhando a minha profissão com muito empenho, dedicação e amor pelos meus alunos.

Hoje encontro-me a exercer funções num Agrupamento de Escolas, perto do local onde vivo, não pertencendo ao quadro de escola. 

E o sonho de menina foi decaindo, absorvido por uma triste realidade.  

A abrupta transformação no ensino, aliada a uma sociedade conturbada, leva por vezes a uma profunda reflexão 

Valerá apena ser professor?

Quero ainda acreditar que poderemos contribuir para a construção de uma sociedade íntegra, de valores, justiça e união. 

Quanto ao ensino, é urgente dar mais valor ao empenho do professor, à sua dedicação, formação profissional e às aprendizagens e resultados dos seus alunos, do que à participação em projetos e outras burocracias.

                                  

 

                   De um professor como tantos outros

 

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