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A falta de professores é sentida nas escolas das regiões de Lisboa, Algarve e Alentejo de forma transversal desde o 2.º Ciclo.
Os diretores têm cada vez mais dificuldade em substituir professores de baixa e há casos de turmas sem um dos professores desde o primeiro período, garantem o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, e o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira.
Inglês, Matemática, História, Geografia ou Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são grupos de recrutamento com reservas “vazias ou quase vazias”.
(Pelo JN Premium – Há turmas sem professores desde o primeiro período)
No país do faz de conta
No país das contas arrumadinhas e de tricas políticas intermináveis, mas em que se discute muito pouco o verdadeiro estado dos serviços públicos, há milhares de alunos que passam meses sem aulas, à espera de professores substitutos que nunca chegam.
Na Escola Secundária D. Dinis, por exemplo, duas turmas estão sem Física e Química há dois meses. Na Secundária de Bocage, há turmas de 12.0º ano (e que, portanto, vão fazer exame) sem professor de Matemática.
As duas escolas não ficam num concelho isolado a um canto do território. Situam-se respetivamente em Lisboa e Setúbal e são o produto de uma conjugação de fatores que mostra os equilíbrios precários com que se iludem cenários macroeconómicos. Com um corpo docente envelhecido, carreiras pouco atrativas e um sistema de colocações que obriga os professores a passarem décadas de mala às costas antes de conseguirem efetivar-se, as escolas recebem cada vez mais respostas negativas quando precisam de fazer contratos de substituição.
Desde início do ano, o Ministério da Educação já viu recusados 2530 horários. As rendas altas nos centros urbanos são um dos obstáculos, mas além disso as reservas de recrutamento estão praticamente vazias. O cenário irá agravar-se a médio prazo, não só porque 10 a 12 mil docentes desistiram de concorrer nos últimos cinco anos, mas também porque não há novos candidatos em formação.
Só este ano, o número de inscritos nos cursos para o Ensino Básico caiu 30% e houve politécnicos que não conseguiram colocar um único aluno. Dito de forma nua e crua, a carreira de professor não é atrativa e as médias de colocação indicam que a via de ensino é uma escolha de fim de linha. O sucesso na escola depende de muitos ingredientes. Mas não se consegue, indiscutivelmente, sem professores motivados e para quem dar aulas seja um prazer. Ainda não soaram os alarmes no Ministério da Educação?
Não liguem os pontos que não é preciso:
A Borrasca A Caminho | O Meu Quintal
4 comentários
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“O problema/razão são as rendas elevadas”!!!!
Tenham VERGONHA.
A razão são os baixos salários e uma carreira destruída.
Se a razão fossem as rendas altas, então os grandes centros estariam desertos. Ou será que as rendas altas são só para profs?
Percebem ou será preciso fazer um desenho?!
Mas são estes professores que continuam a receber/aplaudir, em cerimónias vergonhosas, os seus algozes, secretários de estado e ministro, por esse país fora.
Deviam oferecer-lhes um total desprezo ou …ketchup…
Acordem, de uma vez por todas.
Querem professores do 2º Ciclo??? Simples vão buscar os professores do 2º ciclo que estão tipo “lapa” no 1º ciclo! Deixando os especializados em 1º ciclo no desemprego!
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Não existe falta de Educadoras de Infância e de Professores Primários. Também não existe falta de professores de Ginástica.
O sector onde se verifica falta de Professores é no Ensino Secundário (docentes de Geografia, História, Química, Física, Economia, Direito….). A falta que existe neste setor de ensino tem a ver com a maior e melhor empregabilidade destes Licenciados por Universidadesque possuem formação para desempenharem funções de Quadros Superiores em Empresas Privadas.
Claro que uma “educadora e/ou Babá” só tem emprego como educadora ou, na melhor das hipóteses, como empregada do Pingo Doce.
Portanto, não misturem Alhos com Bogalhos.
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É claro que não soaram alarmes nenhuns no Ministério da Educação. A educação é a última coisa com que o Ministério da Educação se preocupa. Se lhe chamássemos Ministério da Instrução Pública, estar-se-ia igualmente nas tintas para a instrução pública. Devíamos chamar-lhe Centro Nacional de Apoio Emocional e Económico aos Autistas da Tecnoburocracia Pedagógica.