A divulgação dos resultados do desempenho dos alunos nas provas finais do Ensino Básico e exames do Ensino Secundário é em si mesmo um acto de transparência que me parece ser tempo de voltar a defender.
Não por uma questão ideológica, não por ignorar que os dados divulgados não retratam todo o trabalho de alunos e escolas ao longo de anos ou que nem sempre a sua contextualização é feita da melhor forma ou com todas as variáveis relevantes. Mas porque é minha convicção que o acesso à informação é sempre um bem maior do que o seu ocultamento ou truncagem. Mesmo que apresentem uma realidade que não é a que eu mais gostaria de ver retratada, só dessa forma poderei agir para a alterar. No desconhecimento, o problema não é sermos iguais, é nem sabermos bem o que somos em relação ao que nos rodeia.
Não se lhe pode chamar outra coisa, dupla tributação. Quem desconta para a ADSE não o faz para que o excedente sirva para camuflar contas públicas e ser usado, pelo governo, como IRS, mas é o que acontece.
O excedente, dos descontos da ADSE, é usado de forma arbitrária pelos diversos desgovernos e quando for necessário para os seus beneficiários/contribuintes não existirá…
As receitas geradas com as contribuições para a ADSE “foram e continuam a ser utilizadas para maquilhar as contas públicas” e baixar o défice orçamental, acusa o Tribunal de Contas. Esta prática, “ilegal”, está a ameaçar a sustentabilidade do sistema de saúde criado para os trabalhadores do Estado. E, se tudo continuar igual – a somar à idade cada vez mais elevada dos seus contribuintes -, em menos de dez anos poderá já não existir verbas suficientes para que a ADSE se mantenha.