Depois do triste espetáculo que foram as negociações que levaram o governo, unilateralmente, a elaborar a celebre Portaria 2, 9, 18, o que irá surgir agora na mesa de negociações?
Durante o ano de 2018, assistiu-se a um espetáculo deprimente onde, o governo fincou o pé numa leitura enviesada equiparando a carreira dos professores à carreira geral, como ela não existisse. (será esse o objetivo no futuro?)
Aos senhores deputados, faltou a análise do que se passou durante todo este ano. As negociações não existiram. Eu não vou aqui explicar o que é uma negociação ou o seu significado, mas foi coisa que não existiu neste processo.
Vamos, agora, partir de que ponto? Dos “942” ou dos 2,9,18? Da proposta do governo, com pareceres negativos, de todos aqueles que tiveram palavra, com exceção da do governo, ou de uma proposta justa e séria?
Vamos brincar, mais uma vez, às negociações ou vamos negociar de forma séria e sem segundas interpretações de um texto claro e que só levanta duvidas a quem tem como princípio o desrespeito por uma classe (falando só dos professores, mas que são acompanhados por outras classes).
No parlamento houve um sr. deputado que falou em valorizar os professores e que encheu a boca ao dize-lo. Culpou a intransigência dos sindicatos, esquecendo-se da do governo. Parecia que não sabia muito bem o significado das palavras que empregou, nem daquilo que aprovou no OE de 2018.
Negociar o tempo e o modo da recuperação do tempo de serviço congelado, não é o mesmo que negociar o tempo de serviço que alguém calculou em relação a carreiras que não têm comparação. É negociar como e por quanto tempo se vai estender a recuperação da totalidade do tempo de serviço congelado.
O que, neste momento, falta saber é: Se das futuras negociações resultar o mesmo “acordo” unilateral, o que é que os partidos, que hoje votaram pela continuidade das negociações, estão dispostos a fazer?
Por mais que queira acreditar que as pessoas são sérias e que as futuras negociações correrão de uma forma diferente das que se deram este ano, custa-me faze-lo, porque sei que o objetivo não são as pessoas, não são os professores, é o deficit.