Chegou-me, através deste formulário, resposta de 202 escolas com os dados das reuniões de avaliação marcadas e realizadas no dia 7, que teve uma percentagem de adiamento de reuniões quase a chegar aos 95%.
O número de respostas representa uma boa amostra e tendo em conta que a marcação de reuniões de avaliação do 3º período apenas pode ser feita no fim das atividades letivas (existem sempre umas más exceções) é muito provável que estejam aqui identificadas entre 20% e 30% das reuniões de avaliação realizadas no dia 7 de Junho.
Como a maioria das reuniões serão realizadas no dia de amanhã conto apresentar logo ao início da noite de amanhã os dados do dia 11 de Junho.
Para isso agradeço que identifiquem o número de reuniões marcadas e realizadas, neste formulário. Para os dados serem mais precisos identifiquem apenas ao final do dia com os totais.
Entretanto podem ir dando conta do número de reuniões que estão marcadas nas vossas escolas e como estão a correr.
Podem também dizer na caixa de comentários se alguma das reuniões adiadas do dia 7 foi marcada para o dia 11 ou se a marcação aconteceu para o dia 12.
O próximo quadro apresenta o QZP de provimento de todas as candidaturas do concurso interno, incluindo também dos docentes QA/QE.
Transpus a escola de provimento dos docentes de QA/QE para o QZP de onde é essa escola, assim é possível ter uma melhor noção de onde são os docentes de QA/QE.
Para acederem à lista já com o QZP de provimento de todas as candidaturas clicar aqui. São 603 páginas em pdf com as 31761 candidaturas.
Se me der na cabeça ainda faço a lista dos QA/QE por concelhos.
Carta aberta ao Senhor Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho
Exmo. Sr. Primeiro-Ministro.
Não sei se lerá esta missiva. Por certo, os seus afazeres governativos o impedirão de prestar a mais básica e elementar atenção às linhas que aqui lhe deixo. Lamentarei por isso. Tanto mais que trabalho, semana após semana, bem mais que as quarenta horas que quer impor à minha classe, aos meus colegas, a quem dá tudo o que é humanamente possível para se fazer cumprir o mais alto desígnio da humanidade: a Educação. Ainda hoje, domingo, estive trabalhando todo o dia. Trabalhando em torno dos papéis e da burocracia que o senhor e o seu ministro prometeram combater. É claro que não devo ser piegas, pois certamente o senhor também prescindiu do contacto directo com os seus familiares para estar num canto de sua casa em torno de papéis.
Devo-lhe dizer que votei em si. Sim, eu fui um dos que acreditou nas suas palavras, no seu projecto. Hoje sou um dos milhares de desiludidos consigo e com a sua actuação. Vossa excelência optou pelo caminho do suposto cumprimento íntegro do acordo com o triunvirato internacional (expressão cara ao seu parceiro de coligação). Digo suposto, porque vossa excelência sabe que na Educação não tem sido assim.
Recordo-lhe, antes de mais, o que está escrito no famoso memorando: “Reduzir custos na área de educação, tendo em vista a poupança de 195 milhões de euros, através da racionalização da rede escolar criando agrupamentos escolares, diminuindo a necessidade de contratação de recursos humanos, centralizando os aprovisionamentos, e reduzindo e racionalizando as transferências para escolas privadas com contratos de associação.” Sublinho, em primeiro lugar, o valor monetário de 195 milhões de euros. Era esse o compromisso estabelecido internacionalmente. Quanto cortou o senhor e o seu governo? Só para 2012, o senhor previu um corte de 600 milhões de euros. O triplo, portanto, do que seria necessário em todo o programa de ajustamento. E para 2013? Na proposta do defunto orçamento de estado estavam estabelecidos cortes de 703 milhões de euros… Mas não falo mais de números, pois esses são certamente conhecidos por si e pelo seu genial ministro das finanças, mais do que por mim.
Mas… Se por um lado foi mais longe do que o estabelecido no memorando de entendimento, por outro lado ficou aquém. Onde estão os cortes no financiamento ao ensino particular, aos contratos de associação, senhor primeiro-ministro? Onde está o fim do esbanjamento de recursos de todos os portugueses em grupos económicos? Porquê continuar ilegalmente a financiar os lucros privados em colégios com contrato de associação, quando a poucos metros existem escolas públicas vazias? Não espero que me responda, pois qualquer tipo de resposta que me pudesse dar seria fugaz e superficial. Na Educação, qualquer resposta a qualquer questão deve ser aprofundada e reflectida. Nunca meramente tratada do mesmo modo como se introduzem valores e fórmulas numa qualquer folha de cálculo, vulgarmente conhecida por Excel.
Mudando um pouco o assunto, permita-me dizer-lhe que desgostou-me a sua intervenção acerca das greves dos professores. Este sentimento deve-se essencialmente ao facto de jamais esperar semelhante posição de si. Acusou toda uma classe profissional com o mesmo estilo, que tantas vezes criticou, do seu antecessor. Continuou a incendiar a opinião pública contra uma classe que deveria ser respeitada e acarinhada, pois é nela que reside o futuro e a esperança de um país melhor. Somos nós quem tem a missão de dar aquilo que, não tendo valor, é dos bens mais valiosos: o conhecimento. Não estamos a fazer dos nossos alunos reféns, muito pelo contrário. É pensando neles e no empobrecimento cultural que lhes parece querer impingir, que nos levantamos e nos erguemos.
Não lhe tomo muito mais tempo, porque provavelmente já escrevi demasiado e o senhor é um homem ocupado. Gostaria, contudo e se me for permitido, de lhe deixar um desafio: um debate entre a minha pessoa e vossa excelência, com projecção nacional, onde fosse permitida a discussão de factos e argumentos frente-a-frente. Eu bem sei que será possível, devido aos seus compromissos de agenda, mesmo que eu trabalhe bem mais do que as quarenta horas e não contabilizando as quatro horas diárias de deslocação entre a minha habitação (perdão, a dos meus pais) e a minha escola.
Para finalizar, gostaria de lhe dizer que mais importante do que não deixar qualquer encargo financeiro às gerações que nos seguem é não deixar-lhe uma dívida traduzida numa condição de ignorância e de miséria. O senhor, mais do que nas urnas, será um dia julgado pela História. Irremediavelmente, ficará conhecido por um dos coveiros culturais e educacionais de Portugal. Lamento que assim seja, quando noutras ocasiões tanto se orgulhou de ter sido professor.
Sem mais assunto, os meus mais cordiais cumprimentos.