FNE QUER ASSEGURAR ESTABILIDADE E SEGURANÇA
Confrontada com uma proposta do MEC para redimensionamento dos QZP (Quadros de Zona Pedagógica), sob o argumento de que se procura evitar a existência de docentes sem componente letiva, a FNE rejeita que se pretenda responder à precariedade com aumento da instabilidade e da insegurança.
A FNE lembra que se assiste hoje, na dimensão do número de docentes sem componente letiva, às consequências de decisões desastrosas, incorretas e desvalorizadoras do trabalho dos docentes, tomadas por sucessivos Ministérios da Educação: a alteração desleal das condições de acesso à aposentação em relação aos educadores de infância e professores do primeiro ciclo; a revisão curricular dos ensinos básico e secundário cega e sem sustentação pedagógica; a imposição de normas de organização do serviço docente que inviabilizam as medidas essenciais de promoção de mais educação de qualidade e para todos; a agregação monstruosa de agrupamentos, à margem de qualquer preocupação de ordem pedagógica. Estas são decisões inadequadas a um sistema educativo que queira promover de uma forma sustentada e equitativa o crescimento das qualificações das suas populações.
Ao mesmo tempo que sofrem as consequências daquelas decisões, aos educadores e professores são impostas as medidas de austeridade que afetam genericamente os trabalhadores portugueses: redução de salários, congelamento de progressões, desemprego.
É neste quadro de dificuldades, de instabilidade e de insegurança que o Ministério da Educação apresenta uma proposta que se limita a aumentar a instabilidade e a insegurança. É nestas condições que o MEC quer que os docentes portugueses – com muitos anos de serviço, com família organizada – se predisponham a admitir, em nome do posto de trabalho, uma qualquer deslocalização.
Estamos, mais uma vez, em face de decisões que, ditadas por imperativos definidos por quem não conhece a realidade portuguesa, são de uma insensibilidade social inaceitável.
Embora discordando da proposta hoje apresentada, a FNE não desiste de se empenhar em obter para os docentes portugueses condições de segurança e de estabilidade que não se resumem a uma mera alteração do desenho do âmbito geográfico dos QZP.
É fundamental retirar de cima dos educadores e professores portugueses a ameaça sistemática do cutelo da mobilidade especial. Não temos professores excedentários. O que temos é respostas educativas insuficientes para um sistema de educação e formação de sucesso para todos os que nele devem estar envolvidos.
Não há razão para aplicar a mobilidade especial aos docentes portugueses.
Não aceitamos a mobilidade especial como mecanismo de contenção de custos.
A FNE fará tudo o que estiver ao seu alcance para impedir a aplicação da mobilidade especial aos docentes portugueses.
Porto, 20 de março de 2013
8 comentários
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E porque não colocar estes docentes nos apoios às dificuldades de aprendizagem, nos departamentos de educação especial, nas bibliotecas, nas mediatecas?
Então, quando é que abrirá o concurso nacional? Para o fim de Abril, não?
Pois, pelo menos foi o que eu ouvi na notícia de ontem….e portanto os resultados da VE estão para demorar…que sufoco!!!!
Quer? Só faltava DIZER que não quer!
E depois?????
Mas esta negociação tem de estar concluída a tempo deste novo concurso? Como é que se pode analisar algo de tão importante num prazo tão limitado?
Estes senhores são maquiavélicos!
Agora é que vamos ver se os sindicatos servem para alguma coisa…
Não fico nada tranquila com esta gente dos sindicatos enfiada no MEC antes de sairem os resultados da vec.
A ver…
PARA O COLEGA ARLINDO:
Pergunta ingénua: Quer então dizer que a resposta, por parte da FNE, à eutanásia de 80% dos Professores Portugueses será a óbvia greve por tempo totalmente indeterminado?
(Espero sentado pela resposta do colega.)