Casos Reais

… que só podem ser resolvidas com o pagamento das deslocações para o exercício de funções dentro de um agrupamento, mas que mesmo assim será fácil de resolver nos locais onde não exista esse transporte.

 

Caso enviado pela APEVT

 

Começam a surgir-nos situações “desabafos” e preocupações muito complexas.

Uma colega, a chorar, fez-nos chegar um depoimento ao qual não podemos ser estranhos.

Reside a pouco mais de 50 Km da Escola onde exerce funções docentes. Esta colega de EVT, grupo 240 (um dos mais afetados), não tem transporte próprio, pelo que utiliza transportes públicos (comboio e/ou autocarro) para se deslocar, como até 31 de agosto sempre fizera.

Hoje tomou conhecimento do serviço docente que lhe foi atribuído. Sendo que tinha “horário zero” e foi “respescada“, atribuíram-lhe serviço em 11 Escolas do 1º CEB no Agrupamento, Mega, onde está. Algumas dessas escolas distam 8 a 10 Kms umas das outras.

Como vai resolver a situação? A escola providencia transporte? Imaginem encaixar 11 escolas, 2 horas em cada escola, num horário. Sendo que entre cada bloco de 2 horas há um “furo” para andar a saltar de “uma escola para outra“. Cabe às escolas providenciar as deslocações? O que vou fazer? Meto uma licença sem vencimento? – Estas foram questão que quem denunciou a situação nos colocou…

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2012/09/casos-reais/

28 comentários

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    • Jatephodes on 4 de Setembro de 2012 at 14:25
    • Responder

    Soluçao nº 1 – Tira a cata de conduçao
    Soluçao nº 2 – Compra uma scooter
    Soluçao nª 3 – Bicicleta
    Soluçao nº 4 – Nao tem condiçoes nao trabalha.

      • Atento on 4 de Setembro de 2012 at 14:34
      • Responder

      Mas onde está escrito que devemos ter carro ou carta de condução para sermos professores? As condições de trabalho tem de ser a entidade patronal a providenciá-las. Foi bastante infeliz neste comentário ou será o desespero de não ter sido colocado e agora quer o mal dos outros unicamente por inveja…

        • Luis on 4 de Setembro de 2012 at 15:25
        • Responder

        Ó sr. atento então também a minha entidade patronal terá que me arranjar transporte para o meu trabalho. Se não sabem deviam saber que as colocações são por agrupamento e não por escola e como isto esta a probabilidade de completar horario com escolas do mesmo agrupamento sao grandes.

      • Inês on 4 de Setembro de 2012 at 15:35
      • Responder

      A pessoa “Jatephodes” tem um caracter muito bondoso e compreensivo… espero que sejam igualmente bondosos e compreensivos consigo ao longo da sua vida! Merece.


  1. Não vi em nenhum lado que seja pré-requisito o docente ter carta de condução ou carro próprio.
    A escola tem de providenciar estas situações.
    Conheço colegas que tem carta e não tem carro uma vez que se torna dispendioso.
    Há que salvaguardar todas as situações, não temos todos acesso a carros e não há nada que obrigue a ter carro, uma vez que os transportes públicos são mais em conta. Os professores não tem de ser obrigados a ter essa despesa acrescida.
    Além disso, 11 escolas nem com carro próprio. Pessoalmente já tive 6 e ter apenas 5 minutos para fazer 15 km não é viável.

    • Paula Isabel on 4 de Setembro de 2012 at 14:35
    • Responder

    O que este ministério anda a fazer é uma vergonha para todos os portugueses
    e uma falta de respeito total pela pessoa do “professor”
    Estas noticias deveriam ter mais expressão não só cá dentro mas a nível europeu
    Isto é uma vergonha… em total solidariedade com a colega e com muitos outros afins em condições idênticas…
    (Deveria de haver uma paralisação total das escolas por tempo indeterminado até que mudassem algumas destas politicas economicistas)


  2. E há outro aspecto, para esta colega ter 11 escolas, imaginem quantos alunos terá…
    Há imensas entidades que fazem com que os seus trabalhadores tenham de se descocar, mas providenciam subsídio de transporte e descolamento.
    Com os professores porque tem de ser diferente, uma vez que ainda por cima estamos ao serviço do Estado?
    Que eu saiba um Ministro não se desloca ao seu local de trabalho em viatura própria e gasta combustível; não, em vez disso tem um motorista, um carro do Governo e combustível pago pelos contribuintes.
    Com estas condições ele trabalha… senão como seria??
    Divisões na nossa classe são desnecessárias.
    Os docentes tem de ser tratados como todos os funcionários do Governo merecem, ou seja, igualmente.

    • Sara on 4 de Setembro de 2012 at 14:41
    • Responder

    Esse testemunho não deve estar muito bem transcrito. Só 1 turma de cada escola é que irá usufruir do trabalho dessa docente? Se cada escola tiver no mínimo 4 turmas isso dá muitas horas.

    • Sara on 4 de Setembro de 2012 at 14:44
    • Responder

    Quem paga as deslocações dos Professores das Aecs? Que ganham muito menos que um professor de QA.

      • Dina Soares on 4 de Setembro de 2012 at 19:31
      • Responder

      Um professor das aec é um “técnico especilaizado”… apesar de cumpreir as funções de qq outro docente. se for licenciado e profissionalizado ganha pelo índice 126; quando consegue ” passar por cima das cunhas ” e começa a dar aulas desloca-se nos seus meios entre as escolas de um agrupamento e geralmente nos horários do fim do dia! É bom pertencer a este magnífico grupo de trabalhadores!
      Dina , nas AEC!

    • pika on 4 de Setembro de 2012 at 14:46
    • Responder

    Aquando da constituição dos agrupamentos, eu tive o cuidado de alertar quem de direito para este tipo de situações mais do que previsíveis … mas os “sábios” são cegos e surdos por natureza …

    • Xana on 4 de Setembro de 2012 at 14:52
    • Responder

    Colega (se assim podemos chamar), devia ter vergonha do comentário que fez… Ter condições para trabalhar significa ser bom professor, estar atento aos seus alunos e às necessidades de cada um deles, bem como ser SOLIDÁRIO com a classe profissional a que pertence!
    Ter condições NÃO significa deixar-se ser pisado e humilhado desta forma, em que para trabalhar é preciso ter carro e dinheiro para abastecê-lo, como se isso fosse coisa pouca nos dias de hoje… e ainda por cima estar sujeito a esta falta de solidariedade por parte de alguns (creio que poucos, felizmente) “colegas”.
    Se outros funcionários públicos têm direito a todas e mais algumas ajudas de custo, por que não têm os professores? Ou será que há funcionários públicos de 1ª e outros de 2ª ou 3ª categoria? Pergunta ingénua: claro que há!

    • Xana on 4 de Setembro de 2012 at 14:54
    • Responder

    Para o “colega” Jatephodes

    • Zaratrusta on 4 de Setembro de 2012 at 15:21
    • Responder

    Apesar de toda a palhaçada que se está a verificar, o Crato está a esfregar as mãos de contente por ter colocado 43 000 professores no desemprego.
    Não há ninguém que dê um tiro nos c***** desse c*****?

    Só neste país de m****.

    • Ana on 4 de Setembro de 2012 at 15:35
    • Responder

    Esta situação deveria resolver-se da seguinte forma: a colega e não a escola, tem a rrsponsabilidade de garantir a sua deslocação para a sede do agrupamento. Quaisquer deslocações entre escolas, deveria ser possível meter requerimento na secretaria para lhe ser paga ou a gasolina ou outro transporte. Pelo menos era assim que eu fazia quando dava formação no cno, fora da escola. Era-me paga a deslocação da escola ao local onde ia dar formação, bem como o regresso.

    • Rolandos on 4 de Setembro de 2012 at 16:17
    • Responder

    Poe dois anos estive no apoio socioeducativo e teip. No primeiro caso prestava em 3 escolas de uma vila do alentejo. No segundo caso prestava apoio em 5 escolas de um concelho em que a mais distante ficava a mais de 20 kms, outra a mais de 10 kms. As restantes distam 4 quilometros entre elas. Penso que o pessoal do quadro sempre foi muito acomudado. É impensável um professor não ter um carro de trabalho nem carta de condução. Qualquer docente que compre um carro já sabe que não será para lazer mas sim para trabalho.

      • Sara on 4 de Setembro de 2012 at 18:04
      • Responder

      Rolandos, já estive assim 4 anos. Além das 4 escolas em que dava apoio, sempre 1 professor faltava em qualquer das escolas do Agrupamento tinha que o substituir. Mas quem está nos ciclos acima do 1º Ciclo não se preocupou com isso até à hora em que para terem trabalho têm que vir para o 1º Ciclo.

    • Prof AEC on 4 de Setembro de 2012 at 17:12
    • Responder

    É para darem valor aos Professores das AEC. Andamos sempre a correr entre escolas do 1º ciclo, por estradas perigosas (curvas e mais curvas) quer faça chuva ou faça sol, quer haja gelo ou não, para ganhar pouco mais que o ordenado mínimo, e não sermos respeitados pelos restantes colegas, pois apenas servimos para ocupar os miúdos depois das 15h30, sim porque se temos mais umas horitas já está tudo estragado porque os Professores Titulares só querem ter aulas até as 15h30.
    No nosso caso também não nos pagam as deslocações, e recebemos menos de 10€ por hora, aí 10€, até era bom que ossem 10€. Gostava que muitos Professores dos Quadros, e até mesmo contratados, passassem pelas AEC para verem ao nível que desceu a Profissão de Docente em Portugal. Sim porque nós, Professores AEC, também somos Professores (sei que há casos em que não parecem).
    Desculpem o desabafo.

    • Ant G on 4 de Setembro de 2012 at 19:32
    • Responder

    Há profissionais das AEC que não são professores, alem disso são em muitos casos colocados de forma pouco transparente. As AEC não são obrigatórias e no contrato feito são especificado os termos de aceitação, o caso é diferente do da colega.
    A colega deverá solicitar à direção as ajudas de custo provenientes dessa deslocação e a escola deverá providenciar a forma como a colega se deslocará entre escolas (taxi, motorista da Camara, etc). Pode dar-se o caso de a colega ter que pagar do seu bolso o transporte, mas semanalmente ou mensalmente deve apresentar as facturas á escola, na secretaria e preencher o boletim itinerário. Se a escola insistir em que tem que ser com transporte próprio, peça-lhes o carro emprestado, uma vez que quando qualquer pessoa, um serviço, se deslocam à DRE ou ao MEC, ou se for comprar alguma coisa para o agrupamento a mais de 3 kms também há lugar a ajudas de custos.


  3. Eu exponha a situação ao DGAEP, Ministério do Trabalho (condições de trabalho) e Provedor de Justiça (Enviar para os jornais para o povo ter conhecimento destas condições não lhe fazia mal nenhum.

    O Orçamento de Estado tem umas classificações económicas, “ajudas de custo e transporte”… procure saber , se precisa de ajuda, avise.

    Assistente Tecnico
    http://www.assistente-tecnico.blogspot.com


  4. Eu colocava o problema ao DGAEP, Ministério do Trabalho e provedor de Justiça.
    (O envio para os Jornais é normal, o povo deve ter conhecimento destas condições.)

    No Orçamento de Estado/Escolas existe uma classificação economica – “ajudas de custo e transporte” , informe-se.

    Assistente Tecnico
    http://www.assistente-tecnico.blogspot.com

    • Ana Martins on 4 de Setembro de 2012 at 19:51
    • Responder

    Comentário de um bloguer, noutro blogue acerca do mesmo assunto… pertinente… se tomos começarmos a fazer isto… talvez as coisas mudem!!:

    J.F. Diz:

    Setembro 4, 2012 at 3:40 pm

    Era óbvio que estas situações iriam ocorrer
    Já ocorreram, durante anos anteriores, tendo-me surpreendido a passividade e a simples sujeição das pessoas:
    Denuncie para as múltiplas estruturas que existem e Procure apoio judiciário

    A entidade terá … … … carro de serviço, táxi, serviço de transporte público compatível… está na lei (DL 106/98 de 24 de Abril foi sofrendo alterações . procurar por exemplo em : http://www.dgap.gov.pt/index.cfm?OBJID=91f17207-d63e-4f78-a525-4e8140f46f49&ID=885

    As deslocações em trabalho terão que estar integradas no horário de trabalho!!!

    Legislação laboral – concretizada, igualmente, na sua adaptação ao trabalho na função pública – lei 59/2008:

    *** art. 116, nº 2… a propósito do LOCAL DE TRABALHO (que para os docentes – novos escravos – passaram a ser 2, 3, 4 e vai daí em frente)
    (art. 193º do cód. do trabalho)

    ” 2 — O trabalhador encontra -se ADSTRITO às deslocações
    inerentes às suas funções ou indispensáveis à sua formação
    profissional.

    *** art. 117 – TEMPO DE TRABALHO:
    “Considera -se tempo de trabalho qualquer período durante o qual o trabalhador está a desempenhar a actividade ou PERMANECE ADSTRITO À realização da prestação, bem como as interrupções e os intervalos previstos no artigo seguinte. (art. 197º do cód. do trabalho)

    um acordão, por exemplo, do tribunal da relação de Coimbra… em matéria similar: http://www.trc.pt/direito-de-trabalho/5900-ap26106-.html
    in http://educar.wordpress.com/2012/09/04/um-rol-de-estranhezas-casos-concretos-2/#comments

    • JC Narciso on 4 de Setembro de 2012 at 21:27
    • Responder

    Valha-nos Deus ! Há 19 anos que ando nisto, sempre a saltar de uma terra para a outra e sempre colocado (como neste ano, a 500 Km de casa !). Só nos dois ou três primeiros anos tive horário incompleto. Nestes primeiros anos tive ensino recorrente, que distava da escola/ sede 20, 30, 40… e mais Km. Alguém me perguntou se eu tinha carro ??? Meus amigos, quase ninguém (e muito menos os arlindos, os ricardos ou os guinotes) sabem patavina disto !!!

    • Enfim on 4 de Setembro de 2012 at 21:53
    • Responder

    Tanta gente a olhar para o seu umbigo. Apoiem-se!!!!

    • Dulce on 4 de Setembro de 2012 at 22:10
    • Responder

    Esse e outros depoimentos deviam de ir para a televisão. Todos os dias os telespetadores deviam de ser bombardeados com estas notícias. Muita gente pensa que nós os professores temos muitas regalias e que nos queixamos de barriga cheia.

    • dedinho on 4 de Setembro de 2012 at 22:43
    • Responder

    Para além de a lei não obrigar a ter carro/carta, pode acontecer que o/a colega simplesmente não possa conduzir por motivos de saúde (ser amblíope ou cego, por exemplo)…


  5. a palhaçada nas AEC’s continua

    horário de 21 horas em Vila Franca de Xira – 960€/mês
    horário de 21 horas em Viseu – 660€/mês

    são só 300€ de diferença….. até quando continuarão a existir estes abusos….

    pq é que os sindicatos também não lutam pelos professores que leccionam as AEC’s??

    • Linha Vertical on 9 de Outubro de 2013 at 0:50
    • Responder

    Sou QZP de EVT com 17 anos de serviço, fui colocado a 100Km de casa.
    Tenho por semana 15 tempos na escola sede, e 8 tempos com as A.E.C,s em 8 escolas diferentes, escolas essas que distam entre si quase 15Km, com estradas estreitas e em mau estado.
    A Direção do agrupamento não contabiliza o tempo de deslocação de uma escola para a outra (perto de 1 hora).
    Vou informar o executivo que não vou utilizar o meu carro, depois vamos ver o que acontece.

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