28 de Fevereiro de 2012 archive

Boa Noite

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Pergunta da Semana a Marcelo

A semana passada o Professor Marcelo começou a receber a pergunta que lhe foi feita por mais de 200 pessoas (segundo ele todo o universo de professores afetados) a partir de 5ª feira à tarde e não conseguiu ter informações do MEC à pergunta que lhe foi feita e por isso espalhou-se com a resposta.
Nesse post também dei conta que na semana seguinte se podia voltar a questionar sobre o intervalo de horários apresentado pelo MEC.

Numa volta pelo Facebook encontrei uma pergunta que se enquadra perfeitamente neste objetivo e foi elaborada pela Nuria Inácio.

 

ASSUNTO: Intervalos de horários da proposta de regulamentação do concurso de professores

 

Sobre a nova proposta de regulamentação do concurso de professores coloco a seguinte questão:

Concorda com a alteração dos intervalos de horários para a manifestação de preferências (atualmente são: 22h; 18-21h; 12-17h; 8-11h) para dois únicos intervalos: 22h e entre as 6h e as 21h, conjugado com a obrigação de todos os opositores ao concurso concorrerem a 3 QZP (Quadros de Zona Pedagógica) ?

Ou seja, um professor ou se limita a concorrer a horários completos e assim habilita-se a ficar no desemprego todo o ano, ou corre o risco de ser colocado num horário em que o intervalo de horário pode ir das 21h (cerca de 1000 euros/mês) às 6h (cerca de 300 euros/mês) a 100, 200 ou 300 km de casa!

 

A pergunta deve ser enviada para: perguntasamarcelo@tvi.pt com o assunto identificado em cima.

Para quem pretende enviar esta questão e não reúne as condições para se encontrar na 1ª prioridade da proposta do MEC deve no corpo da mensagem escrever também o seguinte recado:

Quando o professor Marcelo referiu no programa de dia 26 de Fevereiro que o universo de professores contratados afetados com a perda da 1ª prioridade para os docentes do ensino particular com contrato de associação seriam todos os que lhe enviaram a pergunta, ou seja 200, venho informar que serei apenas mais um(a) dos 30.000 professores que com esta alteração da prioridade no concurso de professores serei preterido(a) por professores que tenham tido 4 contratos anuais nos últimos 6 nas escolas particulares com contrato de associação.

 

Para que o termo QZP seja percebido, o melhor é enviarem em anexo a constituição dos mesmos e os concelhos que compõe cada um dos QZP. Não vá o professor Marcelo pensar que um QZP seja um conjunto de dois ou três concelhos. 😀

Lista em pdf dos QZP

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Não é Caso Único

Veremos é se não ficará encostado a uma box de uma DRE em extinção.

E já agora confirmei o exposto neste post.

Ainda que os “Adalmiros” que nos dirigem considerem a continuidade pedagógica e a prestação de serviço em determinada zona como fator preferencial para recrutar docentes, é sempre bom verificar que tal discriminação pode ter relevância disciplinar.

Que sirva de aviso daqui para a frente, porque em muitos casos é mesmo por desconhecimento.

 


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Mail de Tânia Bilreiro a Marcelo

Caro Professor Marcelo Rebelo de Sousa,

Começo por referir que acompanho os seus comentários com interesse pois considero que, regra geral, elabora uma análise objetiva da realidade.

Entristeceu-me pois, a forma como abordou a temática da alteração nova proposta de regulamentação do concurso de professores.

Primeiro, quando o professor Marcelo referiu no programa de dia 26 de Fevereiro que o universo de professores contratados afetados com a perda da 1ª prioridade para os docentes do ensino particular com contrato de associação seriam todos os que lhe enviaram a pergunta, ou seja 200, venho informar que serei apenas mais uma dos 30.000 professores que com esta alteração da prioridade no concurso de professores serei preterida por professores que tenham tido 4 contratos anuais nos últimos 6 nas escolas particulares com contrato de associação.

Desde criança que preferia brincar com o giz e quadro do que com as bonecas que possuía. Assim, contra todas as estatísticas do desemprego, ingressei na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. No quarto ano somos informados que o estágio, que iríamos realizar após as férias, deixou de ser remunerado e, por este facto, os 365 dias de serviço não seriam contabilizados.

Realizei o estágio e terminei sem qualquer tempo de serviço. Nos anos seguintes continuei a lutar para voltar a ensinar e desde 2006 já foi mediadora cultural numa biblioteca escolar, formadora de Expressão Plástica, formadora de Cidadania e Profissionalidade, Formadora de Cultura Língua e Comunicação e Formadora de História da Cultura e das Artes. Em 2009 deixei as funções de formadora de Cidadania e Profissionalidade para ingressar no ensino público. Nesse CNO ficaram em funções colegas de profissão que se mantiveram a ganhar melhor e a habitar perto de casa. Mas eu pretendia concretizar o meu sonho e optei pela incerteza do futuro e sentimento de realização do presente. Nesse ano dei aulas em três escolas, sempre a receber como não profissionalizada pois não tinha 365 dias de leccionação em escolas públicas.

Este ano por alterações curriculares a minha área disciplinar vê a carga horária, já insuficiente para leccionar os conteúdos programáticos, diminuída. O governo apressa-se a colocar uma adenda à legislação que prevê o não pagamento por extinção do contrato.

Em Setembro, não entro no ensino público, e consigo ingressar numa escola privada no Alentejo. Apesar de serem apenas 16 horas semanais, aceito a oportunidade. Recebo no final do mês mais uma infeliz notícia: as categorias tinham sido alteradas e já não iria passar para o escalão seguinte. Apesar de mal ganhar para pagar as despesas, ai estive dois meses.

Em Novembro recebo um email: entrara na terceira cíclica (10 horas em Santarém). Ponderei e, considerando que a não aceitação provavelmente significaria perder a primeira prioridade com tanta dificuldade adquirida, reingresso no ensino público. Atualmente percorro 200 Km três vezes por semana para lecionar 10 horas e assim manter a prioridade.

No mês passado solicito esclarecimentos à Secretaria pelo facto de me manter a receber como não profissionalizada, apesar de ter já leccionado 365 dias no ensino público, e prontamente me colocam uma informação do governo anterior que congela as progressões. Receber como professora profissionalizada, que sempre fui, era considerado uma progressão.

Este mês recebo um email sobre a temática que me levou a contata-lo. Sou pontual, assídua, dedicada e empenhada nas aulas e na vida escolar; abdiquei de muito na minha vida pessoal em prol do ensino; e a recompensa será o DESEMPREGO. Enquanto isso, os meus colegas ingressaram no ensino privado com critérios subjetivos e tranquilamente ai permaneceram até receber uma choruda indemnização pelo despedimento, irão encabeçar a lista de colocações. Termino pedindo desculpa pelo desabafo, mas não sei mais como reagir perante documentos que com parcas linhas me destruíram a vida.

Com os melhores cumprimentos,

Tânia Bilreiro

 

Nota: negritos e sublinhados da minha autoria.

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Horários em Concurso por QZP – Fevereiro

Este quadro apresenta o número de horários em concurso em Fevereiro de 2012 nos grupos de docência e distribuídos por QZP.
Os QZP com mais pedidos de horário são Cidade de Lisboa e Zona Norte de Lisboa com 183 horários, Porto com 173, Lisboa Ocidental com 165 e Península de Setúbal com 138 horários.
Bragança, Castelo Branco, Douro Sul, Guarda e Vila Real pediram 10 ou menos horários durante todo o mês de Fevereiro.

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1266 Horários em Concurso em Fevereiro

O quadro está elaborado com a única data fiável que consigo filtrar que é a data final de candidatura. Como a maioria dos horários terminam o prazo de candidatura numa sexta-feira é sinal que os horários são colocados à terça-feira logo após a saída das listas de DACL das segundas feiras.
Os grupos com mais horários são o 110 com 277 horários, o 300 (Português) com 89, o 230 (Matemática e Ciências) com 76 e o 500 (Matemática) com 70 horários.

Começam a ser residuais os horários para os restantes grupos de recrutamento.

 

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Opinião – Andreia Rocha

Ainda sobre as prioridades.

 

Boa Noite!

 

Não podia deixar de partilhar convosco um aspeto que me parece problemático e simultaneamente alarmante no projeto para a revisão da regulamentação dos concursos dos professores apresentado pelo MEC. Tem que ver com a questão tão debatida das prioridades sugeridas e não só com o possível benefício dos colegas dos Privados com contrato de associação.

 

O que julgo mais alarmante e que pelo menos ainda não ouvi referido, é que, inevitavelmente, professores que trabalharam na máquina pública, foram sujeitos a avaliação e porventura classificados como muito bons professores, mas, porque não correspondem ao critério para 1.ª prioridade, podem, de forma para mim muito irónica, ser “atirados ao lixo”, passando de “bestiais a bestas”, desculpando-me a expressão.

 

Para além disso, esta alteração poderá conduzir ainda uma maior descredibilização da função docente (inevitavelmente estes professores vão ser alvo do estigma do desemprego prolongado e em funções muito diferentes das docentes, e temos que concordar que a perda de autoridade da carreira, a que já hoje assistimos, tem vindo a associar-se ao resvalo social e económico que estes profissionais têm vindo a sofrer e que se pode acentuar com esta medida.

 

Para além deste último exemplo, vai ser inevitável uma divisão no seio da carreira docente, ou melhor, no seio dos próprios contratados, pois os docentes de 2.ª prioridade terão sempre dificuldades a aceder a horários anuais e completos durante 4 anos, pois estes horários, claramente serão sempre entregues aos primeiros da listagem, sendo que haverá uma clara diferenciação entre “professor” e “professor substituto”, pois nitidamente, a grande maioria dos professores de 2.ª prioridade apenas poderão ter acesso a horários temporários e incompletos e, mesmo subindo na graduação, muito dificilmente chegarão à primeira prioridade, porque o MEC dificulta assim o acesso igualitário à carreira, pois nem mesmo em regime de Oferta de Escola estes horários têm sido lançados, contra todas as bases legais, dando lugar, neste último ano, a horários temporários de um mês renováveis, não havendo lugar para horários anuais. Há, nesta condição imposta para o estabelecimento de prioridades, um grande desrespeito pela igualdade de condições ao acesso à carreira e uma clara pretensão de segregação e descrédito da classe, o que, a meu ver, não só viola valores morais, como senso comum e, de certa forma, o estabelecido na declaração dos direitos humanos, no que concerne ao direito ao trabalho, sugerindo até uma certa discriminação pelos docentes que têm vindo a “tapar os buracos” nas escolas.

 

Se a pretensão do MEC é “livrar-se” do excesso de professores contratados, julgo que cabe aos sindicatos informar os interessados que as medidas até aqui impostas, bastam. Os contratados com pior graduação já terão imensas dificuldades para aceder a um lugar, portanto, inevitavelmente não terão acesso à função. Em 2.º lugar e apesar de considerar injusto, se o MEC faz tanta questão que os professores do privado concorram em igualdade de circunstâncias, façam por não os beneficiar, há uma fórmula simples, basta manter as prioridades como estão mas deixar que o tempo de serviço desses colegas releve para primeira prioridade. Mas fique claro que não sou a favor desta sugestão.

 

Sinceramente, no que a este ponto diz respeito, julgo que as prioridades deveriam manter-se como estão, visto que muitos contratados integrados no sistema há dezenas de anos, conceberam as suas vidas pessoais e profissionais com base no que estava estabelecido e que nenhum governo quis mudar. A alteração que o MEC sugere não traz nada de novo, não traz poupanças de maior e vai destabilizar a classe e a vida dos envolvidos que, com muito sacrifício, têm vindo a servir o país e vêm-no agora virar as costas a esse esforço hercúleo que é deixar família para trás em busca de horários medíocres, por vezes. Em tudo o que um Governo faz e nas decisões que afetam as pessoas que pagam os impostos e elegem os dirigentes, deve ser prioritário o bem-estar dos eleitores e os nossos representantes têm-se esquecido desse fator tão importante e basilar na sua função. E neste contexto específico, será necessário alertar os representantes dos MEC para as questões humanas da situação e analisar os benefícios e os malefícios desta decisão à lupa. E pelo que aqui afirmei e que tem sido afirmado por muitos outros, julgo que esta medida trará muitos mais problemas do que soluções.

 

Para refletir…

 

Cumprimentos

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