A nível de concursos, este ministro não começou bem: em pouco tempo têm sido detetados vários erros, ao ponto dos serviços contactarem os professores para resolverem os problemas no algoritmo do sistema.
Este ano, a alteração da calendarização da MpD, que foi executada depois da MI, não sendo um erro de algoritmo é ainda mais grave, porque, de forma consciente ou por ignorância, prejudicará muita gente.
Vejamos um exemplo concreto (entre outros que tenho conhecimento):
– A professora A, de Vila Verde, ficou na Mobilidade Interna (MI), em Amares;
– A professora B, de Amares, na MI, ficou colocada em Guimarães;
– A professora A, na MpD, na semana seguinte, consegue (e bem) mobilizar-se para Vila Verde e liberta a vaga de Amares;
– A professora B, de Amares, ficará em Guimarães e verá professores menos graduados (e se calhar de Guimarães) a ocupar a vaga na primeira Reserva de recrutamento.
Qual a vantagem que o Sr. Ministro vê com esta alteração da calendarização?
Vejamos outra situação concreta:
– O professor C, de Sintra, ficou na MI em Agualva (numa das escolas com maior falta de professores);
– A professora D, de Agualva (opositora a todas as escolas da região), ficou na MI em Oeiras;
– O professor C fica colocado na MpD na escola mais próxima de casa e libertará a vaga de Agualva.
– a professora D não ocupou a vaga da escola mais próxima de casa (e que ela preferia) e, provavelmente, na próxima reserva, o horário libertado não será ocupado por falta de professores interessados.
Conclusão:
– vários professores QZP por colocar, que terão de se apresentar na escola do ano passado (alguns do algarve ou das ilhas), quando teriam lugar na MI se as vagas não tivessem sido “ficticiamente” ocupadas;
– vários professores ultrapassados por outros menos graduados na próxima reserva de recrutamento;
– em várias escolas, muitos alunos sem aulas porque aqueles que estariam interessados nesses horários já têm outra colocação.
Estas situações têm sido recorrentes ao longo das reservas, mas não havia nenhuma razão para acrescentar mais este grau de injustiça neste “procedimento” da Mobilidade por Doença, pois não Sr. Ministro?
13 comentários
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Mas não só.
O Arlindo escreveu há uns dias que tinha praticamente todas as necessidades de professores supridas.
Com a divulgação das listas será que não ficou mais 8 ou 9 docentes colocados em mpd? Será que estes ou outros não vão fazer falta noutras escolas?
Deixem o ministro descansado! O facto é que a salgalhada é tanta que nem deus conseguia resolver e ordenar isto!
Fazer tudo certinho num concurso de professores é uma missão impossível! Querem que volte o inútil João Costa? Que afirmava que a total RTS era absolutamente legítima mas que nunca a deu. Fez uma ridículo acelerador de carreira para o professorinho tuga ficar contente! Deixem o ministro, está lá há tão pouco tempo, mas já vez mais que os outros em relação à recuperação e ao equilíbrio posto nessa lei!
Apoiado! Não votei sequer na AD mas reconheço que este ministro foi o melhor que temos apanhado nas últimas DÉCADAS de desprestígio, cortar, denegrir e enxovalhar a classe docente. Desfazer em apenas 1 concurso TUDO o que a esquerdalha caviar fez de asneira (pq não venham dizer q foi ainda o Passos Coelho lolol) não é fácil…entre 25 a 30 anos de governação da esquerdalha e tirem as vossas conclusões do estado a que tudo isto chegou. Vamos deixar o homem trabalhar…tem feito mais em menos tempo do que muitos em DÉCADAS que lá estiveram. Obrigado MUMU, tio Sócrates, padrinho Costa e afins. Palminhas para todos vós, devem estar bastante orgulhosos
E aqueles que,portadores de uma doença incapacitante,comprovada foram admitidos mas não obtiveram colocação?Terão que deslocar-se 150 km para se apresentarem na escola de provimento .Qual a justiça?Vergonhoso.Discriminação!!
Tal como eu com 35% de incapacidade, desde 2006 com MpD e pela primeira vez não colocado, a minha esposa tbm é professora concorre por mim e ela ficou em MpD, é irónico e vergonhoso!
Cardiopatias Esquémicas Graves, resultantes de três Enfartes Agudos do Miocárdio Graves, já cerca de dez cateterismos e tenho doze stends nas artérias, com uma lesão de 40% no lado esquerdo do coração resultante do primeiro enfarte. Sou QA, vinte e quatro anos de servico e aminha escola de provimento dista de 90 km do meu domicílio.
Na MpD coloquei cinco opções nenhuma consegui colocação. Resta-me recorrer através dos serviços jurídicos do meu sindicato, o qual já está tratar desta decisão vergonhosa do ME e por fim a baixa médica. Jamais irei fazer diariamente perto de 200km diários.
Desejo tudo de para a colega
O exemplo de Agualva e Oeiras mostra o irracional do concurso de professores.
É que as duas localidades são contíguas! Tipo 10 minutos.
Exato, colega. Sou doente oncologica e tenho que regressar à escola de provimento, o que implica deslocar-me todos os dias 68 km. Contudo, colegas bem atrás na lista de graduação ficam em MI nas escolas para onde concorri. Isto é uma palhaçada. Mas não faz mal. É mais um horário para um colega, já que estarei mais um ano de baixa médica. Os concursos deste ano são a maior imbecilidade a que assisti em 36 anos de carreira.
Este testo é um exemplo perfeito do “confirmation bias” (viés de confirmação), porque ignora totalmente os casos que não estão de acordo com a posição do autor.
Esquece todos os casos dos professores que ficaram melhor colocados na MI do que na MPD.
Para o autor do texto estes professores deveriam ter sido prejudicados, ficando colocados em pior situação na MPD.
Este comentário reflete só ignorância! A maioria dos professores optará pela Mobilidade por Doença e as vagas foram falsamente ocupadas! Mas ok, percebo que a carneirada é cega e a politiquice parola vem sempre à tona!
Os procedimentos e timings deste ano da MpD são da responsabilidade do MECI mas também dos sindicatos que, com o objetivo de reestruturar o “concurso” em que a MpD se transformou, pediram negociação até ao último momento e tal atrasou os timings.
Ainda assim, o MECI poderia ter gerido as coisas de outra forma, colocando primeiro a MpD ou filtrando para a MI aqueles horários pedidos para MI e que poderiam ser “duplicados” em relação à MpD.
Só mostra o desconhecimento do mecanismo.
Poderiam ainda ter alertado os diretores para deixar em “standby”, em termos de MI, o pedido de horários para os grupos de recrutamento para os quais indicaram capacidade de acolhimento da MpD.
Enfim, um caos, uma casa a arder.
Mas, os sindicatos também parece não terem intenção de colaborar! Mesmo os diretores poderiam ter pensado nisso mal ao ministro anunciou os timmingse a possibilidade de opção entre MpD e MI, em Julho, na Maia. Enfim….
ai, que dores!
Tive conhecimento que num determinado agrupamento X ficaram colocados pelo menos, 3 docentes de diferentes grupos de recrutamento em MI. No entanto, os mesmos ontem foram notificados com vaga no mesmo agrupamento, na MPD.
No meu caso, fiquei em MI no QZP 54 e na MPD não consegui vaga.
E agora? As vagas não ocupadas em MPD serão distribuídas pelos docentes não colocados? Ou irão para contratação inicial?
E mais…. a maioria dos colocados agora na MpD não tera componente letiva visto a que havia (sobretudo em escolas mais pequenas) já ter sido ocupada na MI