A estupidez humana é mais genuína do que a Inteligência Artificial?
A Inteligência Artificial nunca apreenderá o sarcasmo, a ironia, nem a poesia…
A Inteligência Artificial não emana calor, nem odores, nem os reconhece…
A Inteligência Artificial não ama, nem odeia; não sofre, não se sente feliz, nem abraça, nem consegue estabelecer vínculos afectivos…
A Inteligência Artificial não tem pensamento livre, nem pensamento crítico, nem consciência, nem vontade própria…
A Inteligência Artificial não chora, não ri, não sente saudade, não imagina e, sobretudo, não sonha…
Em resumo, a Inteligência Artificial nunca compreenderá um Ser Humano em toda a sua complexidade, ainda que, alegadamente, alguns sistemas de algoritmos consigam identificar certos estados emocionais, típicos da humanidade…
A opacidade no funcionamento de alguns algoritmos de certos sistemas de Inteligência Artificial, assim como a existência de possíveis vieses que poderão conduzir à manipulação comportamental ou à disseminação de conteúdos informativos falsos, levanta muitas questões de natureza ética na sua utilização…
A análise, profunda e imparcial, da relação entre os riscos/benefícios da Inteligência Artificial para os seres humanos não poderá deixar de ser realizada por todos os países que verdadeiramente se preocupem com o desenvolvimento da Humanidade…
Até mais ver, não há nada que supere a criatividade da inteligência humana, nem sequer a da própria estupidez…
Em Educação, muito mais premente do que o uso da Inteligência Artificial, deveria ter-se como principal objectivo o desenvolvimento da Inteligência Humana…
As ferramentas tecnológicas, incluindo a Inteligência Artificial, poderão ter um papel facilitador em algumas vertentes da Educação, mas nunca conseguirão substituir ou superar a exclusiva relação pedagógica Professor/Aluno/Conhecimento…
Obviamente, sem esquecer que a Inteligência Artificial, por ser uma imitação, uma simulação, da Inteligência Humana, nunca poderá, sob esse ponto de vista, substituir o raciocínio e a criatividade humanos…
Além disso, um original é sempre muito melhor do que a sua imitação ou cópia…
As criações de Leonardo da Vinci ou de Fernando Pessoa, dois incontornáveis génios da Humanidade, nunca poderiam ter sido concebidas ou imaginadas por alguma forma de Inteligência Artificial…
Porque nenhuma forma de Inteligência Artificial conseguiria replicar ou imitar o funcionamento cerebral de cada um desses dois seres humanos prodigiosos…
Porque há coisas efectivamente irreplicáveis e inimitáveis… O cérebro humano, sede de biliões de conexões sinápticas, responsáveis pelos processos cognitivos/actividade intelectual e pelo comportamento emocional, entre outros, é simplesmente único e incopiável…
E a Inteligência Artificial jamais conseguirá replicar o funcionamento do cérebro humano…
Até mais ver, a própria estupidez humana apresenta-se, indubitavelmente, como mais genuína do que a Inteligência Artificial…
Ainda que não se deva subestimar a perigosidade e a capacidade destruidora de um estúpido, nem ignorar que a gravidade dos danos eventualmente causados por si tenderá a correlaciona-se com a posição de Poder que o mesmo ocupe (Carlo Cipolla, “As Leis Fundamentais da Estupidez Humana”)…
Portanto, cuidado com os estúpidos investidos de Poder e de Autoridade, ou com os estúpidos com pretensões ao Poder e à Autoridade, sobretudo se forem crentes acríticos da Inteligência Artificial ou se a considerarem como a nova “pedra filosofal”…
“Aqui na têmes intaligência artreficial, pensem por vocesses próprios”… E é isto…
Paula Dias