Alunos do profissional vão ter vagas específicas para entrar no superior já em 2020
O governo e as instituições do superior assinam nesta sexta-feira uma série de compromissos para a atual legislatura, entre os quais a criação desta nova via de acesso, que o ministro do Ensino Superior garante estar disponível já em 2020. Mas as universidades e politécnicos terão autonomia para escolher abri-la ou não.
18 comentários
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Acho que é o inicio de muita coisa. Os alunos que vao para cursos gerais ficam sujeitos aos exames, outro nível de dificuldade e os que optam pelos profissionais ou cursos efa acabam por se prepararem para uma prova e entram nos cursos que querem ultrapassando outros.
Nao é justo pr os alunos.
Vai levar a que os alunos fujam pr o ensino profissional
Atenção, nem todos os alunos do profissional querem seguir para a universidade e estão sujeitos a uma PAP que exige conhecimento profundo, quase de um nível superior do âmbito do curso que escolheram.
(…) “exige conhecimento pro-fun-do , quase de um nível su-pe-ri-or” .
Vanda Serrão, em sua defesa vou tomar “isto” como ironia …
E as entradas para maiores de 23? Também deram cabo do sistema universitário 😏?
Nos cursos de Informática, qualquer “porcaria” passa por PAP. Menos de 100 linhas de código em PHP e um bocadinho de CSS roubado da Internet, dá direito a 14 ou mais valores em algumas escolas. Sei do que falo, porque em algumas delas fui obrigado a avaliar “porcarias” destas. É por isso que estes cursos valem zero “lá fora”.
As novíssimas “novas oportunidades” :
Na ânsia de se equiparar – em termos estatísticos – aos outros países, Portugal recorre aos mais abjectos truques para fabricar diplomados em todos – todos – os níveis de ensino . Sem que – em muitos casos – uma decente qualidade seja motivo de preocupação (o que interessa são os números). Vejamos :
a) as designadas Novas Oportunidades “socratinas ou mlrodriguinas” permitiram que milhares e milhares de iletradas criaturas passassem a ter um certificado de 9º e 12º anos . Em pouquíssimos meses ou semanas , ignorando-se ( !!) o conhecimento veiculado pelas disciplinas curriculares do ensino regular, bastando contar (num dossier com laçarotes) duas ou três histórias ou estórias de vida) . Mas os números engordaram, carago!
b) como se não bastasse a baixa qualidade de imensos alunos que chegam – pelas vias normais – ao ensino superior (ou dito superior) , chega agora uma outra versão das “novas oportunidades”, permitindo-se que alunos do profissional – criaturas que num país decente nunca chegariam sequer ao ensino secundário – possam ascender ao ensino superior! ! É certo que, maioritariamente, o destino é o politécnico. Ora, se este subsistema já por si é pouco reconhecido, o estigma que já possui aumentará em flecha.
A admissão é feita através de um exame? Heeee ! Os politécnicos do interior, à míngua de clientela, esfregam as mãos de contentes e não lhes irão dificultar a vida. Pudera! O descrédito…
Há casos e casos, … mas será que se esquecem que muitas vezes um 16 numa disciplina de um curso profissional pode corresponder a um 12, na mesma disciplina, mas numa turma do ensino regular?
Nunca ouviram ninguém dizer que num profissional é mais fácil conseguir uma melhor média de acesso?
Passagens administrativas até ao Pós-Doutoramento, JÁ!!!
Inacreditável. Chegou a hora de nivelar a exigência no ensino regular à do ensino profissional, ou seja:
– O aluno existe- tem 15
– O aluno vai de vez em quando às aulas- tem 17
– Vai às aulas, não parte mesas e cadeiras- tem 18
– Não bate no professor- tem 20
Não posso pactuar com esta injustiça. Os alunos do regular não podem continuar a ser os massacrados do sistema.
Bragança Serrão, vive em que mundo?
A existirem quotas para estas entradas, levará a que a classificação de entrada no E.Superior destes alunos seja elevada (eventualmente mais elevada que pelo contrário acesso geral..) Só os melhores alunos do ensino profissional entrarão por este acesso (e eventualmente uma ” segunda vaga” de alunos tentará entrar via acesso geral)…E existem bons alunos no ensino profissional…poucos, é verdade, (mas mesmo assim, mais do que muitos comentadores pensam), mas estes lugares de entrada também são poucos…o que não me parece justo é que excelentes alunos do ensino profissional fiquem de fora da Universidade porque são como tubarões a competir com suricatas para ver quem consegue estar mais tempo fora de água…
Não se trata de pensar. Trata-se de conhecer os alunos do profissional há 18 anos. Mediocridade total. O governo é que pensa que dali sai alguma coisa de jeito.
O ensino profissional não foi “pensado” para ingresso no Superior, caramba!
A formação geral (geral, insisto) que deve ser exigida para aceder à Universidade ou aos politécnicos não é, de modo algum, veiculada através desta via. Todos sabem! Atente-se nos curricula, conteúdo e carga horária das disciplinas ( mesmo as que têm designações mais ou menos parecidas com o ensino regular), grau de exigência e por aí fora.
(bondosamente, dispenso-me de aflorar o perfil daquelas criaturas ( comportamento, historial escolar, prévios conhecimentos específicos e gerais , etc. ) .
Estão a fazer uma tempestade num copo de água. Este regime é facultativo e as universidades e politécnicos é que escolhem se querem aderir ou não.
Resultado final as principais universidades públicas que enchem as vagas todos os anos com os alunos do ensino regular não vão aderir a este sistema.
Serão os politécnicos de 2ª linha e universidades privadas que estão desesperados por aluno a aderir a esta modalidade e resultado final fica tudo na mesma.
Acham mesmo que as Universidades de Lisboa ou do Porto, Coimbra a Nova de Lisboa vão aderir a isto?
Incrível a falta de noção que vai aqui nestes comentários acerca do ensino profissional.
Dizerem que basta aparecer às aulas para passar aos módulos nem merece comentários, também dizer que o pessoal do ensino profissional são “criaturas que num país decente nunca chegariam sequer ao ensino secundário” é mais uma vez não ter noção que nem toda gente quer ser doutor e por isso segue a vida profissional para depois de fazer o 12º ano arregaçar as mangas e fazer se à vida em vez de andar a chular o dinheiro dos papas.
Por fim tal como vi num comentário aqui estão a fazer uma tempestade num copo de água visto que maior parte do pessoal que segue a via do ensino profissional não tenciona seguir o ensino superior e que as vagas de que falam serão maioritariamente abertas por institutos que nem 10 alunos conseguem meter num curso.
Não sei em que escolas tem dado profissionais nem em que grupo. Eu tenho dado no 550 nos últimos 10 anos. Não ter noção é dizer que a maioria destes alunos quer fazer o 12º para “arregaçar as mangas e se fazer à vida”! Isto só dá vontade de rir! Nem arregaçam mangas para tirar um caderno da mochila, quanto mais! Querem (a maioria!) fazer o 12º, nada mais, e porque é obrigatório, se possível com pouco trabalho e boas notas. O 10 é praticamente garantido ao maior bronco que lá ande, fruto dos ridículos critérios de avaliação aprovados na maioria dos grupos (componente das “atitudes” de quase 50%).
Exatamente 550. É isso e muito mais. A verdade é que estas criaturas vão ficar com as portas abertas para os mesmos cursos e mesmas universidades que os alunos do regular. Isto é demasiado grave para ser encarado de ânimo leve. Os professores devem refletir profundamente sobre aquilo que andam a exigir aos alunos do regular. Um aluno do regular para ter um 10 a uma disciplina tem que trabalhar muito e depois mais exames. Um do profissional basta estar inscrito no curso.
Vamos ao caso da informática. Acha mesmo que o IST ou a FCT /UNL ou a FC/UL vão abrir vagas para os seus cursos de Engenharia Informática para alunos provenientes desta modalidade? Isto falando só do caso de Lisboa.
Se estas instituições preenchem as vagas todas logo na primeira fase do concurso nacional e este ano com notas mínimas acima de 15, não precisam destes alunos. Logo neste casos os alunos não terão as portas abertas da mesma forma que o do ensino regular.
Como bem disse a Maria isto só irá acentuar a diferença entre universidades de primeira e politécnicos do interior de 2ª categoria. O estigma irá aumentar ainda mais.
Isto é uma festa, já dizia a Maria de Lurdes.