Ao longo do ano 2019 mais uma vez este espaço teve uma média diárias de visitas acima das 20 mil, sinal do reconhecimento que os leitores têm por este espaço (7.486.901 visualizações dando uma média diária de 20.558).
Durante esta semana atingimos também o número de 60 milhões de visualizações desde o início de funcionamento do blog, em 2008.
Mais uma vez o ano de 2019 teve publicações diárias de notícias, opiniões e estudos sobre tudo o que à educação diz respeito e foram publicados perto de 2.000 artigos.
Esperamos continuar com o mesmo empenho e dedicação para o ano de 2020.
A equipa do Blog DeAr Lindo deseja a todos os nossos leitores um bom 2020.
sou educadora de infância e estou a trabalhar no refúgio Aboim Ascensão pelo 2º ano em mobilidade estatutária por ser impossível encontrar casa com contrato anual no meu AE em Albufeira e então aceitei o desafio em Faro e consegui com muita dificuldade e esforço uma renda de quase 700 euros, ganhando eu 1158. ..
Venho informar que partilhei a realidade que segue ao Primeiro Ministro sobre a realidade no sentido que seja valorizado o esforço dos contribuintes que como eu são lesados por terem sido congelados, privados de usufruir dos seus direitos, de uma vida melhor, com mais qualidade e melhores expetativas.
É verdade que os Sres Ministros e Deputados… “vivem” bem e “sem” medidas à custa de um povo tão generoso e humilde.
Lamento isso, sinto que “são” responsáveis pela “amputação do bem estar do povo, dos seus direitos retirados, diminuídos, faseados… enfim não “iludam”.
Sou mãe e monoparental, numa terra longe do meu distrito (Aveiro) que espero antes dos meus 50 anos conseguir me aproximar. Pelo menos é o meu sonho, aguardo o próximo concurso, que suponho daqui a 2 anos, quando os celebrarei. Veja bem o que isso quer dizer… deslocada mais de metade da vida profissional… onde está o respeito, a valorização, o reconhecimento e agradecimento aos que todos os dias cumprem a sua missão com tanto esforço, custo, medo, angústia, fragilidade, solidão, cansaço e saudade, amor, confiança, energia e carinho?
Quando é que se “colocam” na pele das pessoas, deste povo nobre, fiel, simples, honrade e pacífico sim, quando?
Que este ano 2019 e anteriores pudessem servir para contarem o quanto retiraram às famílias, quantas felicidades rombaram, quantas doenças, tristezas e fatalidades causaram? Sim, são RESPONSÁVEIS. A causa é vossa, medidas erradas, algumas desumanas e inaceitáveis, lamento.
Todos os dias reparo no que me rodeia e vejo que não há brilho nos olhos das pessoas, há tanta tristeza e dor, sou consciente dessa realidade e gosto de dar sempre o meu sorriso e meu ânimo e sei que não é fácil.
Gostava que esta carta fosse lida e partilhada, pelo menos que inspirasse estas palavras e que enchessem de verdade o seu rosto e seu coração e acabasse por lhe dar vontade de dar a mão ao nosso povo, às classes que merecem seu reconhecimento todas, nós todos somos Ronaldos com um salário mísero, condições escassas e vontade de melhor.
Desejo que sejam dados e reconhecidos os valores e méritos a todos os portugueses que se esforçam tanto com tão pouco. São uns heróis, sofrem em silêncio, acreditam em dias melhores pacificamente.
Eu não posso avançar para 2020 sem comunicar as injustiças que “cometem” com este povo, estes trabalhadores, que enfrentam dificuldades todos os dias.
Agradeço esta leitura e aguardo que me contacte, provavelmente para o ano
O Tribunal Fiscal e Administrativo do Funchal (TFAF) deu razão ao professor que foi suspenso sem vencimento durante seis meses pela gestão escolar, conhecido por transformar uma escola problemática da Madeira numa das melhores do país.
Está moribundo o Ensino do Português no Estrangeiro (EPE)
Basta uma literacia política mínima e a leitura atenta da Constituição da República Portuguesa (CRP) para podermos afirmar que o direito à língua é um direito fundamental. Com efeito, a língua materna é elemento determinante da identidade cultural, estando o seu ensino e valorização permanente consagradas como tarefas fundamentais do Estado [art.º 9º, alínea f) da CRP]. O relevo particularíssimo do papel da língua portuguesa (língua oficial de oito estados independentes, falada em todos os continentes por cerca de 280 milhões de pessoas) para os cidadãos espalhados pelo mundo está bem expresso quando a CRP volta a fixar que incumbe ao Estado “assegurar aos filhos dos emigrantes o ensino da língua portuguesa e o acesso à cultura portuguesa” [art.º 74º, nº 2, alínea i)]. Apesar disto, as decisões políticas da última década têm promovido a menorização do ensino do português, como língua materna, para os filhos dos emigrantes, revelando um condenável desprezo pela necessidade de manter uma forte ligação identitária (linguística e cultural) de Portugal com a sua diáspora.
Ainda que sem nunca ter sido assumido politicamente como instrumento estratégico importante, o EPE conheceu uma acentuada expansão durante os 30 anos em que esteve sob tutela do Ministério da Educação (em 2000 a rede EPE tinha cerca de 700 professores). Com a passagem, em 2010, do EPE para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, via Instituto Camões, a degradação começou. Os coordenadores do EPE foram substituídos por quem nunca tinha leccionado na rede ou sequer leccionado alguma vez. Em Outubro de 2012 (D-L nº 234/2012) foi instituída a vergonhosa obrigatoriedade de os emigrantes pagarem 100 euros anuais para os filhos fruírem do direito constitucional de aprenderem português como língua materna. Acresce que o processo de cobrança é iníquo: se os filhos dos emigrantes têm as aulas em conjunto com alunos dos países de acolhimento, ficam isentos e o Estado português financia a aprendizagem dos alunos estrangeiros; se os filhos dos emigrantes têm isoladamente as suas aulas, pagam ou são expulsos dos cursos, como acaba de acontecer na Suíça. Como era de esperar, a maioria dos pais recusou-se a pagar e mais de 20.000 alunos ficaram sem aulas de língua e cultura portuguesas (eram 60000, serão hoje cerca de 40000). Distribuídos pelos países onde existem cursos de ensino básico e secundário (Espanha, Andorra, França, Luxemburgo, Bélgica, Países Baixos, Reino Unido, Suíça e Alemanha), restam no corrente ano lectivo 277 professores a ensinar português na Europa, número a que se somam mais 24, que lecionam na África do Sul, Namíbia e Suazilândia.
Lamentavelmente, certamente por razões economicistas (a tacanhez política sempre achou demasiado caro este tipo de ensino), a rede de cursos de EPE nunca foi estendida aos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Venezuela, onde as comunidades portuguesas têm uma presença significativa. Os cursos de português que por lá resistem são iniciativas de entidades escolares locais ou de associações de emigrantes.
Lamentavelmente, o investimento sério e inteligente na divulgação do português, quer como língua materna quer como português para estrangeiros, foi sempre substituído pela esperança mesquinha de que sejam os outros países a pagar e fazer essa divulgação. Nessa linha, o Instituto Camões apresenta à opinião pública em Portugal, iludindo-a, elevados números de professores de português, que não estão sob sua dependência nem custam um cêntimo ao nosso Estado: são docentes que ensinam nos Estados Unidos, Austrália e Canadá, contratados e remunerados por entidades locais, que não por Portugal.
O Camões transformou o português para luso-descendentes em português como língua estrangeira, impôs exames de português para estrangeiros tendo por norte o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, pensado para adultos e portanto inadequado para o ensino de crianças, particularmente as do 1° ciclo, e nessa lógica insensata criou grupos de aprendizagem conjunta com alunos do 1º ao 12º anos de escolaridade. Milhares de alunos estão a perder o contacto com a língua portuguesa e a esquecer o que aprenderam, quebrando, assim, as raízes linguísticas e culturais e a ligação afetiva ao seu país de origem. Sem que nos estejamos a dar conta, estão moribundos os cursos destinados a manter viva a herança linguística e cultural portuguesa junto das comunidades emigradas.
A 3 de Novembro de 2017, na cerimónia de posse do actual presidente do Camões, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse: “Procuramos que a língua que os filhos das nossas comunidades estudam seja uma língua que eles estudem não por ser uma língua do gueto, que eles não são, não por ser uma língua regional, que não é, mas por ser uma língua de herança e uma das grandes línguas globais do mundo de hoje”. Ressalvando que o Camões “não tem o monopólio, nem deveria ter, da promoção da língua portuguesa e das culturas de língua portuguesa”, Santos Silva destacou que este organismo é “o agente principal de promoção internacional do português, das literaturas e das culturas de língua portuguesa”, não sendo essa missão incompatível com a valorização da rede de ensino de português como língua materna, que é “responsabilidade legal, constitucional e até moral” do Estado português. Lembradas à distância, parecem palavras que não foram além da retórica ou que simplesmente soçobraram à substituição de Camões por cifrões.
Infelizmente, o direito constitucional à identidade linguística dos portugueses não está derrogado apenas no caso em apreço. De entre outros, atentemos à proliferação provinciana de denominações inglesas para escolas e cursos universitários portugueses [fazendo tábua rasa do Regime Geral das Instituições de Ensino Superior (art.º 10º, nº 1)] ou a imposição subserviente de uma língua de negócios a alunos portugueses em aulas desses cursos, dadas por professores portugueses.
A “piropedagogia” dos utilitarismos modernos, inimiga do saber e do conhecimento, vem afastando os jovens das Humanidades e da cultura que importa. A norma é hoje uma sequência de vacuidades, desde que impressionem no imediato. Quando acabámos com os poucos restos de latim que ainda havia no ensino secundário, desligámos a aprendizagem da nossa língua da sua filiação de origem. Quando permitimos a desvalorização da Filosofia, da Literatura e da História nos programas de ensino, deslumbrados pelo progresso tecnológico, começámos a sonegar aos alunos o conhecimento mínimo que os pode situar no mundo, revelar-lhes as raízes e ajudá-los a reflectir sobre o futuro.
Os Técnicos Especializados (Assistentes Sociais, Educadores Sociais, Animadores, entre outros), após anos de luta contra a precaridade nas escolas, são premiados com uma vinculação, cujo vencimento é muito menor que o atual e não tem em conta o tempo de serviço, nem, tão pouco, a escola onde trabalham atualmente, apenas a escola que foram obrigados a indicar em 2017 ao concurso PREVPAP. Ao fim de tantos anos a correr o país não nos é dada a possibilidade de escolher uma escola perto de casa nem nos permitem mobilidade, mesmo quando temos familiares a passar por processos graves de doença.
Somos marionetes nas mãos do Ministério da Educação, onde existem politicas e não o direito de viver com a sua família!
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O Ministério da Saúde emitiu, este sábado, um comunicado onde “ reitera a condenação de todos os atos de violência, nomeadamente contra os profissionais que se encontram no exercício das funções assistenciais”.
A publicação desta nota surge na sequência da agressão que ocorreu, esta sexta-feira, a uma médica na Urgência do Hospital de São Bernardo, em Setúbal.
Também a Ordem dos Médicos (OM) já havia condenado este episódio, pedindo a “intervenção urgente” do Ministério da Saúde, do Ministério Público e de outras entidades, já que, considerando o ato “absolutamente inaceitável”, lembrou também é comunicado que a agressão configura um crime público.
“A nossa primeira palavra de solidariedade é para com a nossa colega violentada em pleno local de trabalho. Não é de todo aceitável que quem está a salvar vidas não veja a sua própria vida devidamente protegida”, referiu na nota Miguel Guimarães, bastonário da OM, garantindo que “os casos de violência contra os profissionais de saúde estão a aumentar”.
Quando Maria nasceu, era uma criança fofinha numa família de gente fofinha e jovem, muito jovem.
Maria cresceu com a tia, seus pais deixaram-na lá um dia para irem a uma festa no bairro alto e… nunca mais voltaram.
Maria cresceu no meio dos seus 7 primos, correndo e saltando, pelas ruas sem asfalto ou empedrado do seu bairro na periferia da capital. Cedo se deu conta que não podia aspirar muito mais do que arroz com feijão duas vezes por dia, as prendas que recebia na escola por altura do Natal e um chocolate a 1 de junho. Maria degenerou.
Na procura por mais alguma coisa na vida, Maria começou por meter a mão na carteira da tia e tirar uns trocos para pastilhas. Na escola foi enfiando uma mão ou outra nesta e naquela mochila à procura de uns lápis de cor mais coloridos ou, de um lanche mais adocicado que o seu. Vai não vai, começou a procurar uns trocos, ou qualquer coisa que pudesse vender lá no bairro. Maria nunca foi apanhada, tinha a esperteza do desenrasque (não fui eu, foi o do lado).
Na escola Maria tinha o esquema perfeito, tinha uma ”mula”.
José, ou Zezito para todos, era uma criança nascida num ambiente de álcool. A mãe acompanhava o pai num e noutro copo quando estavam juntos, quando não estavam bebiam sozinhos. José nasceu com síndrome alcoólico permanecendo inocente nos atos e parco nas palavras. Zezito era a “mula” perfeita.
Maria metia a mão em mochila alheia e descarregava na mochila do Zezito, que carregava o produto até ao bairro. Zezito gostava de dar uns chutos na bola antes de ir para casa depois das aulas. Era nessa altura que Maria recuperava o produto, se fosse dia de chuva pedia-lhe boleia no guarda-chuva e pelo caminho, entre uma conversa e outra, conseguia o que queria. Maria era uma rapariga de recursos, nunca deixava fugir o que julgava ser seu.
Maria foi crescendo e as suas necessidades também. Já não se contentava comuns trocos, já não lidava com crianças, a inocência das suas vítimas foi substituída pelo medo. Aos 10 anos arrancava telemóveis das mãos das donas com o brandir de um canivete. Aos 11 anos, esgueirava-se pelas janelas mais baixas dos prédios “sacando” e vendendo tudo o que conseguia. Maria tinha necessidade de mais e mais dinheiro, Maria sofria de necessidade.
Aos 12 anos, Maria era uma necessitada. Nunca tinha tido nada de seu, mas agora tinha aquela necessidade que a fazia feliz.
Na escola já todos sabiam quem era Maria, mas por mais que tentassem, quisessem, castigassem não conseguiram mudar Maria, era tarde demais, perdoaram vezes a mais e Maria perdeu o respeito. Batia, insultava, agredia, destruía… Em casa não estava ninguém que se interessasse.
Um dia ao sair da escola, Maria sentiu uma incontrolável vontade de comer uma bola de berlim com creme e de satisfazer a necessidade. Maria entrou na pastelaria de canivete em riste, ameaçou o empregado de balcão e exigiu-lhe uma bola de Berlim para comer no momento, duas para levar e comer mais tarde, e, está claro, o dinheiro da caixa. Naquele momento, Maria sentiu-se no auge, momento breve. Maria foi agarrada, manietada e, até há quem diga que foi vítima de agressão, por dois clientes que, na mesa imediatamente atrás de Maria, bebiam uma “mine” e comiam uma nata. Maria foi levada para a esquadra de onde seguiu para casa onde a tia já não a queria. Maria foi institucionalizada. Maria teria, agora, tempo e calma, para poder aprender a ser aquilo que queria ser, a líder.
Que futuro teve Maria? Não sei. Maria tem 12 anos, cadastro, fama, “respeito” de quem não respeita, tem um futuro risonho à sua frente. A Maria só mudará quando quiser mudar, não quando a quiserem mudar.
Quantas Marias está a sociedade a produzir e a despejar nas escolas?
PS: qualquer semelhança com a realidade será sempre por defeito e nunca por excesso.
As 20 unidades orgânicas com maiores índices de reutilização de entre as 100 que foram certificadas com o certificado «Escola MEGA Fixe!, receberam um prémio de 10.000,00€ (dez mil euros), que acrescerá, no ano letivo 2019/2020, ao orçamento de funcionamento dos estabelecimentos de ensino básico e secundário de cada unidade orgânica a que for atribuído.
Agrupamentos premiados com o cheque de 10 mil euros:
Mourão; Miradouro de Alfazina, Almada; n.º 1 Marco de Canaveses; Moita, Setúbal; Nuno de Santamaria, Tomar; Vila de Rei; Almeirim; Abrigada, Alenquer; Mondim de Basto; Vale de Ovil, Baião; Rosa Ramalho, Barcelos; Virgínia Moura, Guimarães; António Alves Amorim, Vila da Feira; Benedita, Alcobaça; Escolas das Taipas, Guimarães; José Afonso, Moita; Olaias, Lisboa; Abação, Guimarães; D. António Taipa, Freamunde- Paços de Ferreira; Ferreira de Castro, Oliveira de Azeméis.
Todas as escolas do país que participaram no MEGA receberam um selo que as distingue como exemplo de boas práticas.
A classe docente, merecedora de pleno respeito, porém profunda e injustamente espoliada, soma mais um rude golpe perante a apatia e o desprezo dos responsáveis políticos.
Senão veja-se: o preço pago pelo arrendamento de um quarto nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve atinge valores proibitivos, e a ocupação de um sofá num quarto coletivo situa-se, exorbitantemente, nos dez euros por dia e nos 15 euros se for um beliche em pousada da juventude da capital, quando reservado pelo Booking.
Não sendo uma realidade recente, tem vindo, paulatinamente, a acentuar-se nos últimos anos, para gáudio de quem vive do turismo, predadores implacáveis, espécie de “donos disto tudo”, enriquecendo num “negócio” que carece de regulação mais atenta e atuante.
Empurra-se para os autarcas a resolução de um problema que lhes não é devido, ficando explícito mais um fator negativo da descentralização, com claro empandeiramento de um incómodo da esfera central para a competência local.
A fazer lembrar o prolongamento da sua vida estudantil, é inconcebível a inexistência de qualquer apoio para estes profissionais, como sucede com outros da administração pública. Em consequência desta situação absurda, horários completos (e incompletos) foram recusados, e milhares de alunos sem aulas fizeram notícia ao longo do 1.º período, perspetivando-se a continuação deste triste cenário no recomeço do ano letivo.
Impossibilitados de fazer planos a médio ou longo prazo, os docentes assumem-se investidores em tempo de serviço, vivendo o dia a dia no fio da navalha. Reclamam soluções para esta situação dramática, entre as quais, sobressaem:
Política local de habitação – se é verdade que, por ora (!), o problema se circunscreve essencialmente às regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve, as respetivas autarquias deverão assumir como prioridade o suprimento de habitação condigna e sustentável para estes profissionais resilientes;
Possibilidade de acumulação – todos os professores que se encontram longe de casa, sobretudo os que têm horários incompletos, deverão poder usufruir da exceção de acumulação para além das seis horas, podendo, deste modo, rentabilizar as inúmeras “horas mortas” do seu tempo, auferindo dinheiro extra, precioso para atender aos implacáveis gastos suportados;
Atribuição de ajudas de custo, subsídio de residência e deslocação – é da mais elementar justiça atribuir aos docentes incentivos para fazerem face a despesas impostas inerentes ao exercício da profissão longe da sua residência habitual.
A este problema conjuntural, trago à colação três factos, que agudizam o trabalho nas escolas:
Envelhecimento do corpo docente – problema transversal à Administração Pública, é sentido com maior expressão nas escolas, sabendo-se que em menos de uma década 57,8% dos professores jubilará;
Desencanto pela profissão – cada vez mais professores dos quadros apresentam licença sem vencimento para experienciarem outras áreas profissionais com melhores perspetivas de carreira, muitos a optar pela mudança, resultando num prejuízo claro para a escola.
Urge encontrar respostas para os diversos obstáculos aqui levantados e criar os estímulos e apoios adequados, mormente, fazendo justiça a uma classe que deve ser acarinhada, apontando-se-lhe um caminho de esperança,
O Ministério da Educação já está a preparar a formação de autarcas que vão ter responsabilidades neste setor, de modo a não haver sobressaltos com a transferência da Educação para as Câmaras Municipais.
Eram dois irmãos nascidos e criados no Distrito de Coimbra, um foi para professor, profissão que sempre quis abraçar, desde criança, o outro foi empresário de sucesso, na sua terra, e criou fama, o que o levou a concorrer a Presidente da Câmara local, já que tinha grandes apoios do meio empresarial, e dos negócios locais. Ganhou a Câmara!
De um dia para o outro foi confrontado com o problema mais sério da vida dele, segundo confessou a amigos íntimos. Não percebia nada da problemática da Educação, foi sempre gestor e homem de negócios, e de repente vê-se no papel de responsável pela Educação, do seu Concelho, depois da aprovação na Assembleia da República da transferência da Educação, nas Escolas Públicas, para as Autarquias. Era a aplicação do projecto de descentralização, que iria abrir caminho à regionalização, única forma de salvar a coesão social do País, e de tornar mais iguais os portugueses, independentemente da zona onde vivem. Claro que o objectivo imediato era salvaguardar e evitar a desertificação do Interior, com a emigração dos jovens que ali nunca teriam futuro, nem possibilidade de emprego e de constituir família.
É de facto um projecto interessante, justo, racional, lógico, desafiante e a única maneira de salvaguardar a unidade da Nação, ou seja, a coesão, a comunhão e orgulho de um passado comum, de um presente comum, e de projectos comuns, para o futuro, como Renan nos ensinou.
É tão justo e lógico que ninguém pode estar em desacordo!
Então o que fez o presidente da Câmara local? Começou por nomear o irmão como seu assessor para o novo pelouro da Câmara, a Educação, e enviou dois autarcas para Lisboa, para frequentarem o novo curso que o Ministério da Educação já está a preparar, para formar os autarcas que vão ter responsabilidades, neste sector, de modo a não haver sobressaltos com a transferência da Educação para as Câmaras Municipais, e tudo isto com o apoio da “C.N.E.” como fruto da antecipação para os problemas futuros, como sempre foi seu apanágio, já que tinha chamado a atenção para esta necessidade muito antes da ideia ter surgido.
Como disse Max Cunha, governar é antecipar o futuro.
Na qualidade de ex-docente, durante várias décadas, no Ensino Superior, e não só, e ainda como sociólogo, regozijamo-nos com toda esta coordenação que antecipou soluções e evitou, com certeza, desarticulação, desnorte, resistências e até “sabotagens”, como é normal, quando surge qualquer projecto educativo, com mudança de tutela, que, por sua vez, exige mudança de atitude mental, com espírito aberto de colaboração e de entreajuda, com todos, e não só, como até agora, só com alguns.
Esta transferência, quanto a nós, é muito positiva, porque despartidariza a Educação Nacional, que deixa de estar nas mãos de um só partido e passa a ser plural e, verdadeiramente, democrática.
Este é o nosso contributo para a questão presente e é uma pequena contribuição, pelo muito que recebemos do Estado.
P.S. – Este artigo é pura ficção, pois nada disto existe na realidade…
O anúncio de que este ano o saldo de contas do estado é positivo, só prova que o tempo de serviço das carreiras especiais poderia ter sido devolvido na integra sem por em causa as contas públicas.
As contas do Estado registaram um saldo positivo de 546 milhões de euros até ao penúltimo mês do ano, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério das Finanças.
É preciso reconquistar sorrisos nos nossos profissionais do “terreno”, investindo mais e melhor na Educação, para termos professores motivados que impulsionem dinâmicas de sucesso em escolas com alunos felizes, seguros e satisfeitos.
Neste espaço temporal de dez anos, entre 2020 que se avizinha a um ritmo galopante e 2030 com a agenda para uma educação de qualidade, importa conceber um modelo integrado de atratividade, formação, seleção e carreira (acesso e progressão) docente para o futuro, em Portugal.
Esta conceção implica o devido enquadramento de indicadores que sustentem linhas de pensamento e de ação estratégicas e que revitalizem esta sociedade e profissão docente envelhecidas e consternadas por um outro tempo de promessas gastas.
A publicação Projeções de População Residente 2015-2080 (INE, 2014)reconhece o agravamento do envelhecimento e decréscimo demográficos, em Portugal. Num cenário central, a população reduzirá para menos de 10 milhões em 2031 e a população jovem ficará abaixo do limiar de 1,2 milhões já em 2030. Com esta baixa populacional registada e a queda do número de nados-vivos entre 2010 e 2014, e como indica o documento Estado da Educação 2018 do Conselho Nacional de Educação (CNE), haverá uma redução média anual do afluxo de novos alunos no sistema, realidade que não será contrariada antes de 2021.
Quanto ao envelhecimento dos docentes em Portugal, em 2017/2018, 46,9% dos docentes da educação pré-escolar e ensinos básico e secundário tinham 50 ou mais anos de idade e 1,3% tinham menos de 30 anos. Embora a média de anos de serviço dos docentes seja de 16,5 ou mais, a maioria ainda se encontra nos quatro primeiros escalões remuneratórios. Aliás, só 0,02% dos docentes estão no topo da carreira com média de 61,4 anos de idade e 39 anos de tempo de serviço (CNE, 2019). Nesta progressão “timidamente” iniciada, falta ainda recuperar cerca de seis anos e meio (6A 6M e 23D) de tempo de serviço na carreira. É preciso reconquistar sorrisos nos nossos profissionais do “terreno”, investindo mais e melhor na Educação, para termos professores motivados que impulsionem dinâmicas de sucesso em escolas com alunos felizes, seguros e satisfeitos.
Do acervo público para a reflexão pessoal, estaremos velhos e desmotivados para agir ou sem rumo para seguir? Será a profissão docente ainda almejada e respeitada pela sociedade, em geral? Que perfil de professor queremos para este ainda século XXI que se moderniza em “atropelos” de últimas inovações? Teremos consenso alargado para produzir forças contrárias à “condenação” da condição docente?
No estudo Regime de Seleção e Recrutamento do Pessoal Docente da Educação Pré-Escolar e Ensinos Básico e Secundário (CNE, 2019), é visível a pouca atratividade da profissão docente traduzida na diminuição de inscritos e diplomados em cursos de formação de professores que conferem habilitação profissional. Em estudos PISA anteriores, alertou-se para o facto dos melhores alunos não desejarem ser professores. Nos últimos anos, os cursos de formação de professores apresentam dos mais baixos valores médios de entrada no ensino superior.
E, se por um lado, são poucos e não os melhores alunos que querem ser professores, por outro são muitos os que não querem ficar nesta profissão e por vários motivos: falta de incentivos à profissão e valor social, precariedade, mobilidade excessiva e sem opção de estabilidade, idade avançada, desgaste gradual e cansaço acumulado, sonhos “roubados” e promessas não cumpridas na progressão, remuneração e chegada ao topo da carreira, entre outros.
A partir do modelo de previsão anual de aposentações de 2019 da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência considera-se a possibilidade de ocorrerem 17 830 aposentações até 2028, 24 343 nos cinco anos seguintes e 9810 entre 2029 e 2030. A maioria dos grupos considerados perderá mais de 50% dos docentes até 2030: Educação Tecnológica (96%), Economia e Contabilidade (86%), Português e Estudos Sociais/História (80%), Educação Pré-Escolar (73%), Filosofia (71%), História (68%), Português e Francês (67%), Geografia (66%) e Matemática e Ciências Naturais (62%).
Esta passível falta de professores em determinados grupos disciplinares e em certas regiões e escolas do país não é circunscrita a questões de interioridade, mas decorrente de lógicas de mercado e de leis de oferta e de procura. Por um lado, de notar escolas que se reinventam e dinamizam projetos educativos locais numa autonomia construída segundo a sua missão, por outro lado, escolas que apresentam falta de audácia e criatividade na hora de mudar e que têm apenas uma autonomia instituída, decretada, sem visão estratégica associada. De referir também a questão de alguns professores terem horários incompletos de apenas algumas horas com remuneração baixa e necessidade de deslocações sucessivas ou aluguer de casa, quarto ou cama, nos dias de hoje de grande especulação imobiliária.
O relatório A Carreira Docente na Europa: Acesso, Progressão e Apoiosde 2018 darede europeia Eurydice menciona a falta de planeamento prospetivo em Portugal e a oferta excedentária como o principal desafio. Defende “o ajustamento do sistema de Formação Inicial de Professores (FIP) a fim de evitar a formação de mais professores do que o necessário” e a exigência de reformas cuidadas e adequadas à necessidade de “atrair pessoas para a profissão docente e estabelecer sistemas eficazes de FIP e de recrutamento” (ver a página 23).
Será então tempo de apostar na construção de um modelo integrado docente para o futuro com avaliação de medidas e políticas públicas, no rejuvenescimento docente, na eliminação da precariedade na profissão, na seleção pelo mérito (formação, currículo: atividades, saberes e competências para o séc. XXI), na formação e qualificação dos educadores e professores que tanto fazem a diferença no ensino e levam Portugal a alcançar mais em avaliações externas internacionais. Em contagem decrescente para a janela aberta…
Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 14.ª Reserva de Recrutamento 2019/2020.
Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira, dia 30 de dezembro, até às 23:59 horas de quinta-feira, dia 2 de janeiro de 2020 (hora de Portugal continental).
É uma medida pedagógica de dissuasão. A presença de autoridades policiais dentro do espaço escolar, em situações de limite, poderá ser uma opção? Gostávamos de saber opiniões.
Com a concentração de alunos em mega-agrupamentos, as antigas escolas primárias dos Açores fecham e passam a ter novas utilizações. Houve vendas em hasta pública mas a maioria das 56 escolas é utilizada por entidades públicas.
A antiga escola primária de Vila Nova, no concelho de Praia da Vitória, na ilha Terceira, é o exemplo de como os estabelecimentos de ensino criados na década de 1940 – com o Plano dos Centenários que visava combater o analfabetismo – têm hoje um outro fim. O edifício foi alienado pelo município em hasta pública e acabou transformado num supermercado.
Nos últimos 20 anos, em que foi posto em prática o plano de mega-agrupamentos, encerraram 56 escolas primárias no arquipélago dos Açores, de acordo com uma reportagem da RTP Açores.
Além da concentração em escolas maiores, há cada vez menos crianças nas periferias e as escolas de freguesias mais pequenas acabam encerradas. Os alunos existentes foram transferidos para os novos mega-agrupamentos.
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2019/12/orientacoes-para-procedimentos-concursais-de-regulamentacao-no-ambito-do-prevpap/
Amanhã sai a última reserva de recrutamento do ano civil 2019 e este quadro mostra o número de colocações das reservas de recrutamento até ao final de cada ano civil.
Desde 2012 existiram alterações à forma de concurso e as reservas de recrutamento estabilizaram por concurso apenas a partir de 2016.
Apesar de terem existido 6965 vinculações desde 2016 o número de colocações através da Reserva de Recrutamento não baixou significativamente. Pelo contrário. Em 2019 existem mais colocações em Reserva de Recrutamento do que em 2018.
Com a publicação da RR14 é provável que se atinja o número de 20 mil colocações de contratados até 31/12/2019.
Fica aqui o quadro por ano e número de reserva para melhor leitura.
Há mais de 1500 Ecoescolas no país, uma bandeira cedida a todas aquelas que comprovam lutar pela saúde do meio ambiente. A EB 2,3 do Alto do Lumiar, em Lisboa, é uma delas e mostra que mudar o mundo passa por mudar, primeiro, o mundo que chega às escolas.
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem traz às costas
as cinzas de milhões?
Natal de paz agora
nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
em ser-se concebido,
em de um ventre nascer-se,
em por de amor sofrer-se,
em de morte morrer-se,
e de ser-se esquecido?
Natal de caridade,
quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
com gente que é traição,
vil ódio, mesquinhez,
e até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm,
ou dos que olhando ao longe
sonham de humana vida
um mundo que não há?
Ou dos que se torturam
e torturados são
na crença de que os homens
devem estender-se a mão?
Desde o início do século XXI, Portugal perdeu praticamente metade (49,5%) das suas escolas, passando de 17 351 no ano letivo 1999/2000 para 8584 em 2016/2017, avança o “Correio da Manhã” esta terça-feira.
O maior decréscimo ocorreu nos estabelecimentos públicos: passaram de 14 748 para 5923, durante o mesmo período – um quebra de quase 60%. Por sua vez, o número de escolas privadas aumentou ligeiramente – de 2603 para 2661.
Os dados constam na 6ª edição do ‘Retrato Territorial de Portugal’, do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os municípios do Porto e de Odivelas revelaram ser aqueles que apresentam melhores resultados. “Mais de 90% do território dos municípios do Porto e de Odivelas tinham um estabelecimento de Ensino Pré-escolar e de Ensino Básico a 15 minutos de distância a pé”, aponta o INE.
O retrato do INE revela ainda que “84,7 por cento da população dos 6 aos 14 anos estava a 20 minutos de um estabelecimento de Ensino Básico”; ao mesmo tempo, mais de metade, “56,2% da população dos 15 aos 17 anos encontrava-se a 25 minutos de um estabelecimento de Ensino Secundário”.