Este é um assunto que fará correr muita tinta, além da que já fez correr.
Andam por aí muitas entidades num corrupio, uns para receber o que julgam ser um “tesouro”, outros para se livrarem daquilo que consideram um peso excessivo para as finanças (este processo já está em marcha e com muitos exemplos). Mas, na perspetiva dos que recebem, e ainda não li ou ouvi ninguém falar sobre o assunto, já temos muitos e “bons” exemplos do que será o futuro das escolas a quem calhou e irá calhar a “sorte” de ter que encarar a municipalização como uma evidência. Sim, as escolas do 1º ciclo.
Pois… se olharmos para as escolas do 1º ciclo veremos parte do futuro das escolas municipalizadas. Até hoje as Câmaras Municipais têm a administração técnica dos edifícios do 1º ciclo a seu cargo. É olhar para este exemplo e termos a noção quase exata do que vai ser… Ainda não vale a pena falar dos novos Centros Escolares, recentes, que embora pareçam ter as condições ideais para o exercício do ensino, muito em breve se verificará que as suas deficiências virão ao de cima devido à fraca qualidade ao nível da construção, mas falemos do mais antigos, que são em muito maior número. Edifícios com idade superior a 20 anos, no mínimo, que oferecem condições de trabalho dignas dos tempos do outro senhor. Ele é, aquecimento deficiente e com ar condicionado natural(oriundo das janelas), é quadros pretos, velhinhos (os interativos nunca mais lá chegam, vêm a pé…), é material informático do século passado, que lá se vai arrastando, mas não suprimindo necessidades (as impressoras estão sempre operacionais, mas com os tinteiros a serem pedinchados a cada passo e que nunca mais chegam) e as fotocopiadoras sempre com os seus toners vazios, isto, as poucas que as têm, os espaços exteriores, é melhor nem falar deles…
Não se iluda ninguém, porque para além do que se tem falado e discutido nas redes sociais, meios de comunicação e pelo que tem chegado às escolas por “vias travessas”, uma vez, que o segredo parece ser a alma deste negócio, a municipalização não passa disso mesmo, um negócio.
Esperemos que depois do processo concluído, nenhum iluminado se lembre de privatizar a escola pública…
5 comentários
Passar directamente para o formulário dos comentários,
Os iluminados são um problema para quem os ilumina!
A venda destes edifícios já se considera uma privatização da escola pública. Irá tudo por arrasto. É apenas uma questão de tempo.
” muitas entidades num corrupio, uns”
Era só o que faltava, não resisti!
Escrever é uma arte, antes de escrever é uma arte, depois de escrever a arte já não nos pertence, é uma dádiva ou um veneno. Para profissionais de marias papoilas ou para profissionais todos esotéricos – o erro só se propaga se o propagarmos na ignorância de estarmos aqui uma única vez. E estamos, na acepção que eu tenho da vida e da morte, e que prefiro, sem paradoxo, ler muito e escrever pouco.
Verificamos que a sensibilidade para a educação varia muito de município para município. Então quem anda no 1.º ciclo sabe-o por vivências dispares em concelhos diferentes.Por regra, as escolas do 1.º ciclo não estão bem equipadas. Receio que a municipalização, aliada a interesses, conforme citado neste artigo, venha agravar a desigualdade entre diferentes municípios, e tenhamos, cada vez mais, uma escola a diferentes velocidades.
Uma escola, de outra forma, ligada a interesses de ser séria e injusta para as massas, coloca em causa uma infinitude de idiotas que a acham sua por direito sagrado?
Qzp’s, Q’es? A culpa, a existir, não é deles – apenas tentam perecer melhor!