Os textos propostos na prova de Português “exigiam o reconhecimento do uso metafórico de certos conceitos que, nitidamente, não estão definidos/previstos nos programas ou nas metas curriculares”, indica a Associação Nacional de Professores de Português num parecer enviado ao PÚBLICO.
Não foi o único obstáculo identificado. A associação chama a atenção para o facto de existirem dois exercícios, nas perguntas de interpretação, que “implicavam a escolha de mais do que uma opção certa”, o que pode gerar “alguns constrangimentos”, uma vez que “algumas crianças estão habituadas a escolher apenas uma resposta”.
No geral a associação considera que o exame “não apresentou um grau de dificuldade muito elevado”, embora esta premissa não se aplique aos textos propostos. Socorrendo-se de uma tabela de análise da dificuldade ou facilidade da leitura/compreensão de textos elaborada pelo perito norte-americano Rudolf Flesch, a associação concluiu que os dois textos escolhidos para esta avaliação apresentam “um score de legibilidade que se situa entre os níveis difícil e muito difícil”.
3 comentários
Tanta meta, tanta meta…
Já alguém viu a prova? Ainda não está no site do IAVE…
O que me parece mais grave é que a prova inclui um texto (o literário) que está na lista de obras das damas das metas; ora, é um texto que surge em alternativa com outros 3. Ou seja, um colega de uma escola pode ter trabalhado esse texto com os seus alunos e eu não. Os alunos desse colega ficam automaticamente em vantagem. E não venham com o argumento de que as questões não implicam conhecimentos para além do texto que lá está. Um aluno que já conheça o texto, o tenha trabalhado com o professor na aula está automaticamente em vantagem. Um exame não deve ser igual para todos? Acho isto escandaloso. E tudo calado…