Quase dois terços dos professores admitem que a motivação para estar na escola diminuiu nos últimos anos
Fenómeno revelado por estudo pioneiro da Universidade do Minho começou no anterior Governo. Projecto traçou um retrato de uma escola burocrática na qual os docentes se sentem cada vez menos realizados.
Perto de dois terços dos professores do pré-escolar e do ensino básico e secundário em Portugal admitem que a sua motivação em relação ao trabalho tem vindo a diminuir. Esse sentimento agudizou, pelo menos desde 2009, data a que se reporta um estudo pioneiro do Centro de Investigação em Estudos da Criança da Universidade do Minho (UM), que é apresentado esta sexta-feira. Ao mesmo tempo, a realização profissional de quase metade dos docentes também está em queda e a burocracia e o volume de trabalho também aumentaram, aponta o mesmo trabalho.
17 comentários
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A solução está nos desmotivados. saiam! Ha milhares de fora à espera com vontade de fazer melhor
Sim, abram alas para o noddy
Claro, sempre houve quem gostasse de realizar trabalho escravo
“Conheço um velho ditado, que é do tempo dos agais
Diz que um pai trata dez filhos, dez filhos não trata um pai
Sentindo o peso dos anos sem poder mais trabalhar
O velho, peão estradeiro, com seu filho foi morar
O rapaz era casado e a mulher deu de implicar
“Você manda o velho embora, se não quiser que eu vá”
E o rapaz, de coração duro, com seu velho foi falar
Para o senhor se mudar, meu pai eu vim lhe pedir
Hoje aqui da minha casa, o senhor tem que sair
Leve este couro de boi que eu acabei de curtir
Pra lhe servir de coberta aonde o senhor dormir
O pobre velho, calado, pegou o couro e saiu
Seu neto de oito anos que aquela cena assistiu
Correu atrás do avô, seu paletó sacudiu
Metade daquele couro, chorando ele pediu
O velhinho, comovido, pra não ver o neto chorando
Partiu o couro no meio e pro netinho foi dando
O menino chegou em casa, seu pai foi lhe perguntando
Pra que você quer este couro que seu avô ia levando
Disse o menino ao pai: Um dia vou me casar
O senhor vai ficar velho e comigo vai morar
Pode ser que aconteça de nós não se combinar
Essa metade do couro vou dar pro senhor levar”
É graças a colegas como os que comentaram este post que trabalhamos todos mais horas e em piores condições. Quando quiser trabalhar mais do que já trabalho (e não é pouco, podem acreditar) abro uma empresa, mas aí trabalho para mim.
Maria, está à espera de quê? Aproveite essa capacidade de trabalho em seu proveito.
Força Maria!
Estou à espera de decidir o ramo, colegas. 🙂
Que tal uma escola para dar emprego aos colegas desmotivados?
Há muito que penso nisso Luís… Mas não poderia acolher todos os colegas desempregados… Escolhia a nata :-D.
Fazer melhor??? Ah, ah, ah!
E viva a neo-escravatura!!!
Vejam vejam onde chegámos depois de 40 anos de socialismo e social-democracia no país.
Se pudesse abandonava este emprego imediatamente. Sou professor há 19 anos e sempre detestei esta profissão, cada minuto passado a aturar garotos boçais custou-me imenso. A estupidez e a inconsequência da maioria das atividades desenvolvidas nas escolas ainda mais – reuniões de Conselho de Turma que mais parecem terapia de doentes mentais, o preenchimento de documentos que não são mais que farsas, o repetir de lenga-lengas idiotas (estratégias, critérios e outras merdices), o número estúpido de atividades que nada têm a ver com aprender – festinhas, dias abertos, dormir em bibliotecas, jornalecos escolares pindéricos, websites escolares ridículos…
Toda esta miséria que é a instituição escolar dá-me vontade de vomitar desde que lá fui parar. Porque aguento isto? Porque as alternativas são empregos muito mal pagos ou inexistentes, ao contrário da maioria dos profes, cheguei a esta profissão depois de oito ou nove trabalhos diferentes e só não a largo porque tenho de pagar as contas e já estou demasiado velho para arranjar outra coisa. Uma vida de merda.
Quem perde com a postura do Potatohead é a educação como um todo e os docentes profissionais. É um reflexo de que o sistema educativo em Portugal foi construído ao longo das últimas décadas sem seriedade, com muitos “professores” que são restos de licenciados fracassados em suas áreas. Estive em uma escola como contratado (pela primeira e única vez desde que concluí o mestrado em ensino) onde os professores efetivos de arte eram na verdade arquitectos… eu me pergunto: por que não estão construindo edifícios ao invés de dar aulas (ou ser educador) para adolescentes?
Filipe, noto um sotaque brasileiro???? Tem razão, os arquitetos e outros que tais não têm que estar no ensino, mas estão há muito e ninguém os vai tirar de lá.
Sou arquitecto e dou aulas de EV há anos e anos. E até estou convencido que sou melhor professsor por acumular as duas profissões. 🙂