De manha, por acaso acedi ao blog e li as mensagens do colega SEVEN alertando para o facto de os docentes de EVT estarem algo “sós” na luta pela permanência dos pares pedagógicos. Concordo com ele pois a realidade é que temos colegas que consideram isso um “privilégio” e mostram desconhecer a essência e a importância da disciplina e as particularidades do seu funcionamento. Talvez seja altura de lhes mostrar o que é uma aula de EVT. Deixei um comentário na caixa de conversa e aqui estou a comunicar a minha ideia ao dono do blog.
A minha ideia pode desenvolver-se em dois passos:
1 – Podemos começar por “convidar” os colegas a assistir a uma aula. Este convite poder ser directo, indirecto ou indirectíssimo.
Convite directo aos receptivos.
Indirecto – pedir colaboração numa actividade qualquer, numa daquelas coisas muita giras da articulação, interdisciplinaridade e afins. Mas em vez de explicarmos na sala de professores convidamos o colega para a nossa aula, (só um bocadinho, é num instante, e assim já vês o que eles já estão a fazer…) e fazemos render o peixe (deixa-nos só pô-los a trabalhar….)
Indirectíssimo – pedir por exemplo ao dt da turma para passar pela nossa sala para ver o trabalho de um aluno, entregar um impresso qualquer, tomar conhecimento de uma situação, etc…. mas tem de ser naquelas aulas em que as mãos e os olhos não chegam para tudo e que “não dava mesmo jeito nenhum sermos nós a sair”.
2 – Corrigir um erro que se comete muito frequentemente: um docente de EVT falta e não há lugar a substituição. Na maior parte das vezes até somos nós que dizemos “não vale a pena”. Claro que vale a pena. Mais que isso é um direito nosso e um dever da escola.
E é muito fácil meter um 102 por 2 tempos, mesmo na hora em que nos sentimos mal dispostos e o colega que está em substituições é um daqueles que precisa de descobrir o que é EVT. E se faltarem os dois e deixarem plano de aula?
Posso estar a delirar e errada, mas vou começar a agir assim sempre que considerar necessário e benéfico para a nossa luta.
Outra parte da luta pela dignificação da disciplina já a travei à alguns anos atrás. Vou “dar” as negativas que os alunos efectivamente merecem em cada uma das turmas e já ninguém me vai perguntar porquê, nem vão criticar, nem pedir para subir. E já agora: na minha escola já ninguém pede aos de EVT para fazer “decorações”. Perguntam “atempadamente” se é possível adequar o desenvolvimento das competências e a implementação do programa de modo a colaborarmos na realização de algumas actividades. Custou e arranjei algumas “inimizades” (mesmo dentro da área) mas ganhamos em “respeito”.
Resolvi escrever este email pois fiquei sem saber em que post deveria colocar este missal e como missal ocuparia toda a caixa de conversa. Não sei que utilidade poderá ter. Se considerares que tem alguma, podemos combinar formas de lhe dar uso. Pelo menos já serviu de desabafo com alguém que atendendo ao blog tem capacidade de entender.
Desculpa novamente o atrevimento
ProfEVT
2 comentários
Parabéns colega!
Estou no mesmo barco e sinto exactamente o mesmo.
Às vezes, com este elevar do Portugues e da matemática até me sinto professora de 2ª, pois toda a escola funciona à volta dessas disciplinas e em função do seu plano de actividades.
Visitem por favor o blog http://atelierdosmeusartistas.blogspot.com e se for possível divulguem. Flor Gomes
Sinto realmente preocupação, mais que pena , pela situação que os professores estão presentemente a viver. (uns mais que outros) Apela-se hoje à união. Percebo. Só não percebo é a razão pela qual, quando a faca e o queijo estava do nosso lado, muitos se colocaram ao largo, ou “porque a problemática não era deles” ou “porque a situação era complicada e… podiam até ser despedidos” Não sei se lhe chame medo ou comodismo. Vivemos numa sociedade de direitos ,onde a liberdade é ainda um apanágio nosso, mas esquecemos na maior parte das vezes o valor e força da união. Tivemos há bem pouco tempo essa oportunidade, mas, à boa maneira portuguesa, o quintal que arde é do meu vizinho. O problema põe-se quando nos toca directamente. Hoje, milhares de professores que podiam fazer a diferença, estão reformados. quanto aos outros… o erro foi cometido e apenas há que aceitar os factos. Fomos “nós” que escolhemos este caminho.
Uma professora desalentada.