O Conselho Nacional de Educação (CNE) manifesta-se «contra as alterações pontuais» que o Governo pretende introduzir na organização curricular do ensino básico, criticando medidas em «sequência directa de restrições orçamentais».«As medidas de alteração do decreto-lei nº6/2001, de 18 de Janeiro, não deveriam ser uma sequência directa de restrições orçamentais, já que o investimento em Educação torna-se prioritário, sobretudo quando é reconhecida a melhoria dos resultados escolares», afirma o CNE, num parecer a que a agência Lusa teve acesso.
E acrescenta: «Trata-se de uma alteração curricular que, na sua essência, é determinada por critérios económicos e não por questões educativas e pedagógicas».
O Conselho Nacional de Educação (CNE) defende a manutenção da Área de Projeto no 12.º ano de escolaridade e considera insuficiente um tempo de 45 minutos para a Formação Cívica no ensino secundário.Num parecer sobre uma proposta do Governo de reorganização curricular do ensino secundário, este órgão defende que «deve ser mantida» a Área de Projeto no 12.º ano dos Cursos Científico-Humanísticos, recomendando um investimento «na divulgação de experiências positivas e na formação de professores».
«Avançar com medidas nessa ótica economicista, sem atender às exigências atuais da formasção dos jovens, terá consequências muito negativas para a Educação em Portugal», lê-se no documento.
Quanto à redução de dois para um do número de professores a lecionar Educação Visual e Tecnológica, o Conselho Nacional de Educação defende a reformulação do programa, já que com apenas um docente há a possibilidade de incumprimento do mesmo, temendo ainda que as aulas teóricas predominem sobre as práticas.
O que quer o CNE? Quer voltar ao tempo em que existia a disciplina de Educação Visual e de Trabalhos Manuais? será que também pretende voltar ao tempo que existiam áreas de trabalho diferenciadas para as meninas e para os meninos?