… aconselho a leitura deste artigo de 24 de Março de 2010, principalmente para aqueles que acham que as minhas novas funções podem fazer mudar o meu pensamento.
O documento é o original da altura e qualquer motor de busca o encontra pela NET.
Passaram quase 10 anos sobre o que escrevi e pouco me importa que achem que estarei a estruturar o que estou a publicar sem ter um pensamento claro sobre tudo isto. Ainda por cima com alguns a querer imaginar que o programa do PS estará colado aos meus artigos desta semana.
Se há coisa que aguento bem é com a crítica de ideias, isso é bom no meu ponto de vista.
Mas se for preciso fazer um simulador para cada um perceber melhor o impacto de uma mudança deste género, também o farei, porque há quem perceba melhor se o saldo final der uns euros a mais no fim da carreira. E depois disso talvez percebam melhor o que proponho.
E se tudo isto tivese existido em 2010, quase de certeza que não teríamos passodo por umas trevas de 7 anos, nem às injustas ultrapassagens que passaram a ocorrer a partir daí.
Uma nova carreira docente
Por um lado tenho alguma preferência por um tipo de carreira vertical, por outro lado também sei que uma carreira vertical serve alguns (e quase nunca os melhores) na ascensão aos patamares hierarquizados.
O tipo de carreira que defendo assenta numa hieraquização de funções mas numa carreira horizontal.
Como eu estruturaria essa carreira?
Em primeiro lugar, elevava o índice de entrada na carreira ao mesmo tempo que reduzia os índices de topo.
Algo como: 1º escalão, índice 200; 2º escalão, índice 225; 3º escalão, 250; 4º escalão, 275 e 5º escalão, 300.
Uma estrutura deste género permitia basicamente ao longo de toda a carreira auferir o mesmo que na estrutura actual e desapareciam as enormes diferenças entre o início e o fim da carreira. Lembro-me de alguém dizer que era inadmissível existir uma diferença tão grande entre o início e o fim da carreira. Pois é, mas foi a mesma pessoa que tornou essa diferença ainda maior.
Que duração deveriam ter esses escalões?
Entre seis e oito anos. Estes são daqueles pormenores que ficam sempre para alguém que lide com as finanças.
E como criar as categorias hierarquizadas nesta estrutura horizontal?
Só reconheço duas funções hierarquizadas nas escolas, o cargo de coordenador de departamento e o cargo de Director ou Presidente da escola. Independentemente do tempo de serviço de um e de outro estes cargos devem ser reconhecidos num patamar remuneratório superior. Assim o índice 340 seria o valor monetário a receber por todos os coordenadores de departamento (eleitos através de concurso interno) e o índice 370 seria o vencimento do “chefe supremo” (eleito através de concurso).
No fim deste exercício que serve apenas como referência inicial a qualquer coisa que poderá surgir de forma mais estruturada até seria possível conviver com dois tipos de carreiras e que cada um optasse por aquela que mais lhe conviesse sem possibilidade de mudança.
Um dia mais tarde poderei voltar a pensar nesta ideia.
32 comentários
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Francamente, Arlindo! Isso é o que se chama advogar em causa própria. Que eu saiba, tanto os diretores como os coordenadores já têm benefícios inerentes às suas funções. Então vão ser duplamente beneficiados? Não querem lá ver!?
Caro(a) Duma, se acha que o subsídio de função que os diretores recebem pelas suas funções diretivas pagam todas as chatices e canseiras que têm de ter, só vejo um remédio: candidate-se! Quanto aos coordenadores, lamento desiludi-lo(a), mas não obtêm lucro nenhum no exercício da função. Custa a crer, mas é verdade…
Tanta pena das canceiras. Deixe ver… aguentam tanta chatice por gosto, porque os outros zecos não se candidatam. Já estou a ver os senhores diretores desistirem do que ganham a mais a favor de uma substituição de beneficência. Então e depois como vão de férias para a Tailândia? Não goze conosco.
É professor e escreve assim? Há pessoas que ganham o ordenado mínimo e não dão tantos erros! Não e não, a desculpa não é das tecnologias…
Só vou corrigir um: connosco
Cara Sofia, os benefícios a que me refiro não são obviamente pecuniários.
“Quem corre por gosto, não cansa.”
Se não lhe agrada a “canseira”, por que razão não salta fora e não dá lugar a outro?
Candidatou-se porque quis.
Continua porque quer.
Qual é o seu problema? Desampare a loja, mas é!!
–
Dr. Arlindo nós precisamos de si.
O País precisa de Homens com visão.
Clarifique as suas ideias porque a maioria dos docentes está consigo.
Aliás o Dr. Arlindo só está a fazer um exercício de antecipação de cenários que se vão colocar já em 2020.
Para quem não lê noticias, aqui fica:
PS assume rever carreiras especiais da administração pública
O programa eleitoral do PS, hoje apresentado, prevê a necessidade de se adotarem medidas para corrigir “o desequilíbrio” financeiro provocado anualmente pelas carreiras especiais, nas quais o tempo conta no processo de progressão.
No que respeita às carreiras da administração pública, salienta-se no texto que as progressões “custam todos os anos 200 milhões de euros e, deste valor, quase dois terços é gasto em carreiras especiais em que o tempo conta no processo de progressão”.
https://www.noticiasaominuto.com/politica/1291834/ps-assume-rever-carreiras-especiais-da-administracao-publica
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Claro que isto não pode continuar.
O Regabofe tem que terminar.
Já referi que existem Milhares de Licenciados, Mestres e, até, Doutores a auferirem 650, 700 e 800 Euros por Mês. Os Professores são um grupo com ordenados Injustificados e mordomias que mais nenhuma classe profissional possui.
Referi que a Carreira Docente devia compreender 5 Escalões/Índices com inicio no Índice 100 correspondente a 900 Euros/Mensais e cujo Topo seria o Índice 235 correspondente a cerca de 2100 Euros.
Claro que isto vai ter que ocorrer e vai levar a muita resistência, mas enfim. Temos pena.
Basta de ser o Mário Nogueira e o Jerónimo de Sousa a mandarem nas Escolas.
–
Pardal?Um boy do PS a soldo???? Temos pena que a Fenprof e os outros sindicatos vos farão pagar caro e vomitar a aleivosia … Temos pena !
PS. Compreendo que precisem do dinheiro dos ”zecos” para encher os bolsos de visionários como Sócrates, Santos Silva, Dia Loureiro, o famoso dos submarinos Jacinto Leite Capêlo Rego… etc… É o chamado Liberalismo de Estado, com o picante da roubalheira desbragada!
Desistirem a favor de uma INSTITUIÇÃO de beneficência
Se propusesse coisas justas!
Escreve mal e pensa pior ainda: uma visão atrofiada sobre uma classe que deveria ser dignificada.
Vertical, pois…«o poder vem de Deus».
370 seria o vencimento do “chefe supremo”
Sinto vergonha alheia ao ler isto.
Não se esqueça que foi em tom irónico de 2010 sobre uma outra discussão que colocava o diretor nesse poder, e que eu discordava e continuo a discordar.
Então, deveria ter sido mais claro.
“Chefe supremo”??!!
Ó Arlindo, há coisas que Freud explica muito bem.
Há coisas que não se deviam dizer, nem a brincar.
Sabe muito bem que muitos diretores é assim que se sentem: qual narcisos, acham-se Deuses supremos, acima dos comuns mortais – os zecos.
É por essa e por muitas outras que este modelo de gestão matou a escola pública.
Tenho por si alguma estima, mas repare: estou no índice 370, tenho funções no meu agrupamento, apesar de ter cerca de noventa alunos, etc.
Sinto é que, em nome dos meus colegas mais novos e mais velhos (não os distingo pela idade), que trabalham com muitos alunos e que não desempenham nenhum cargo, não poderia calar-me e deixar de lhe dizer que a sua proposta é um paradoxo absurdo (não uma ironia): os professores devem ter aulas e, mesmo o director, deveria ser obrigado por Lei a ter uma turma (se é professor, lecciona).
Em algum momento também disse o contrário disso? Também acho que devia ser obrigatório o diretor ter pelo menos uma turma. E sobre a questão de quem está no 370,, 340 e 299 penso que deixei muito claro que a opção de mudança seria opcional.
Para responder ao sr. Pardal, homem de grande visão socialista-liberal , a visão Lurdes-Rodriguista da educação continuará o seu caminho na próxima legislatura pela mão do genial socialista liberal que considera a meritocracia importante, mas só para alguns portugueses; o projeto socialista para a educação resume-se assim:
-Escolas de modelo finlandês;
– Professores dinâmicos, motivados e competentes como os finlandeses;
– Avaliação docente à moda chilena (na Europa não havia nenhuma tão penalizadora);
– Salários como no Brasil.
Ah, grandes socialistas! Parabéns, é um modelo que tem tudo para dar certo!
Tenho vergonha pelo Ar Lindo! Uma nova proletarização dos professores! Não precisamos de nenhum governante para nos menorizar, já temos os ares e os agnelos para nos amesquinhar.
O que vos fez querer ser diretores?
O cemitério está cheio de homens com visão.
No teu caso, bastam umas fisgas.
Ps. O modelo vietnamita é mais visionário.
Candidatos a professores pensem bem, porque o que interessa não é ser professor mas sim diretor e/ou ter outros cargos, ser professor é ser menor … FRANCAMENTE! Mas o homem é mesmo convencido e só olha para o seu próprio umbigo. Será que “o eterno” diretor” não tem que fazer? Seja! Então que os diretores e os detentores de cargos sejam eleitos pelos pares, assim talvez os defensores desta proposta pensem duas vezes …
Não leu mesmo nada. Essa era a proposta. Parece os nossos alunos. E para que que não haja dúvida , não concordo com algumas coisas, já aqui expressei a minha opinião. Aliás, diretores deviam ser gestores…mas leiam por favor as propostas com atenção. E não critiquem só por criticar, quando não vos interessa questionam o facto de ser diretor e ter tempo para estas propostas…mas quando foi criado o simulador de reposicionamento da carreira, todos o utilizaram, até as direções…Não sejam ingratos…Sempre disse que o mal da educação é o facto de cada um pensar que se trata do seu quintal…
Continue Arlindo, obrigada.
Mas que é e quem se julga este Arlindo?
Arlindo é Deus.
Salve o Arlindo.
Arlindo domestíca está corja de profs, pois são uns preguiçosos.
Querem só serviços subalternos, tipo dar aulas.
As grandes mentes estão nas Direções.
Força Arlindo domestica-os…
Sinceramente, tenho pena do que aqui vejo. Fazemos jus aquele ‘povo que vive na Iberia, que não governa nem se deixa governar…’
Em que mundo vivemos hoje? – Os colegas criticam sem sequer se darem ao luxo de ler, com atenção, o que lhes é apresentado.
Esta discussão vai ser tida na nova legislatura e é preciso que nos preparemos para o que aí vem (pois boa coisa não será…).
Passar bem!
Pois meu caro colega é que não me convence mesmo. Confesso até que já há algum tempo tinha uma opinião formada sobre si que me deixava de “pé atrás” quando surgiam as suas publicações.
A seu tempo, tudo fará sentido e perceberemos, afinal, a oportunidade e o alcance das propostas lançadas pelo autor deste blog nos últimos dias. Não há coincidencias.
Há fretes cuja recompensa denunciará as motivações muito pouco confessáveis de quem se presta a estas habilidades. Aguardemos pelo pós 6 de outubro…
Muito bem. Tudo no ponto.
–
Não julgue os outros por si. Não somos todos um bando de oportunistas como Vª. Exa. faz supor.
Levantar um clima de suspeição sobre alguém que, tendo provas dadas de serviço aos professores, apenas se limitou a enunciar as suas ideias para um novo ECD, não faz qualquer sentido. Tomara V. Exa. ter produzido 1% do trabalho que o Dr. Arlindo realizou nos últimos 10 anos.
Sei que puxar pela cabecinha e colocar um determinado raciocínio a discussão não é para todos e, muito menos, para gentinha como a setora maria dos lourenços.
Gente que, com facilidade, levanta a suspeição sobre os outros, deve ser olhada com grande desconfiança pois, por norma, são eles próprios potenciais oportunistas.
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Não será coincidência estas ideias do Arlindo aparecerem novamente agora, quando se aproxima uma nova legislatura e acabou de sair um programa fresquinho do PS….
Mas o que me fez deixar ainda mais com a pulga atrás da orelha foram os comentários do avensado que por aqui posta. Preparem-se para o que aí vem!!
Boa tarde.
Penso que a principal função do professor é ensinar e só se ensina quando alguém aprende. Não percebo, por isso, por que deve posicionar-se num escalão superior (de acordo com a sua proposta de carreira horizontal) um diretor ou um coordenador de departamento, que não tem 8, 9 ou 10 turmas a seu cargo, com direções de turma e afins. Já para não falar em remunerações, porque se quiséssemos que fossem à medida do trabalho efetivo de cada um, grande parte dele dificilmente mensurável, passaríamos a um ordenado “flexível”, indexado a uma qualquer taxa, talvez até à cor de um qualquer partido. Bem vistas as coisas, rapidamente se instalaria uma ditadura camuflada.
Esta proposta parece própria de alguém que se enquadraria no topo da suposta carreira.
Creio que devemos focar a nossa atenção na sala de aula tantas vezes superlotada, nos normativos legais pelos quais nos regemos e tantas vezes desajustados, à semelhança dos programas e na recuperação da nossa imagem perante a opinião pública, que foi propositadamente denegrida junto daqueles que gostam de teorizar sobre educação sem dela nada perceberem.
E, já agora, se somos todos portugueses, está na hora de generalizarmos o que se passou na Madeira e nos Açores relativamente à recuperação do tempo de serviço.
Reafirmo que a principal função de um professor é ensinar. A Direção de um agrupamento confiada a um docente deve ser a garantia de que as decisões são tomadas por quem percebe do assunto e não um ascensor na carreira docente, ou, quem sabe, política.
Subscrevo na íntegra. Mais lúcido e esclarecido não pode ser.
Queria fazer uma pergunta. O director (a) e o coordenador (a) perpetuavam-se nos cargos ou era cada dia seu ? Se mudarem frequentemente todos têm boas hipóteses de ser promovidos.