Os deputados chumbaram o “direito a desligar” dos trabalhadores, mas os professores podem desligar

 

“Direito à desconexão” fica pelo caminho.

Os deputados não se entenderam e chumbaram todas as propostas que estavam em cima da mesa sobre o “direito a desligar” dos trabalhadores.

Mas afinal o que é o direito a desligar? Os trabalhadores devem poder desligar-se do trabalho, não sendo incomodados com assuntos profissionais durante as férias e outros períodos de descanso (fins de semana, feriados ou fora do horário de trabalho).

Com os avanços da tecnologia e meios de comunicação tornou-se mais fácil estar sempre “conectado” ao trabalho. São telefonemas, email´s, mensagens… Mas será que isto se aplica aos professores? Não, não se aplica. Não se aplica, porque a entidade profissional não disponibiliza ou subsidia os meios de comunicação que utiliza.

Os professores, quando não estão na escola utilizam os seus computadores, os seus tablets e os seus telefones e smartphones, logo podem, muito bem desliga-los. São propriedade dos professores e são eles que escolhem se os desligam. É usual receber-se email’s fora do horário de trabalho ou de permanência na escola, a escolha de os ler ou não nos seus computadores, abastecidos de energia paga pelos próprios, é dos professores, logo podem não os ler. Os telefonemas ainda são mais simples de evitar, ou não se disponibiliza o número de telefone ou não se atende. O telemóvel/smartphone é propriedade do professor, carregados com energia paga pelos mesmos, não são das escolas nem devem estar ao serviço das escolas, muito menos fora do horário de trabalho. Querem que esteja contactável? Forneçam meios para tal e subsidiem a internet de cada professor. Têm outra hipótese, escrevam uns memorandos e enviem pelo correio, sempre se dava trabalho a mais uns carteiros.

Desconetem-se… deixem de financiar o sistema que vos explora.

 

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4 comentários

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    • Ana Maria Lares da Costa on 9 de Julho de 2019 at 17:59
    • Responder

    Uma atitude que adotei já há largos anos … o telemóvel é meu, comprado e pago por mim, está ao serviço de quem eu muito bem entendo, e entendo que ao serviço do ministério de educação NÃO ESTÁ!!!! Nem sequer admito que conste do sistema para estar contactável, para isso tenho o email institucional, que SÓ é consultado em horas de serviço!!!!

    • Ana Duarte on 9 de Julho de 2019 at 21:47
    • Responder

    Acho que devíamos todos tomar essa atitude. Às vezes, resultam mais que as greves…E na escola ou lêmos o correio eletrónico ou damos aulas…e nem sempre há internet…há diretores e colegas a enviar mails ao fim de semana e a exigirem que estejam lidos, respondidos, pedidos concretizados, às oito e vinte!
    Gente sem vida, só posso ter pena deles…

    • Ana Duarte on 9 de Julho de 2019 at 21:49
    • Responder

    Às oito é vinte da manhã de segunda-feira.

    • Nuno Barata on 9 de Julho de 2019 at 22:21
    • Responder

    Há muito que desliguei quando saio da escola. Isso é que era doce. A minha vida é muito mais do que a escola. Não me pagam para estar sempre disponível. No meu horário tudo. Fora do meu horário nada.

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