O Modelo de Gestão

Este será seguramente o último artigo de vários que apresento sobre uma nova proposta de estrutura da carreira e desta forma poderão perceber melhor a tal carreira funcional que apresentei.

Entendo que uma escola deve ter lideranças fortes na gestão intermédia e por isso a valorização remuneratória que apresentei.

Um coordenador de departamento não deve ser indicado pelo diretor, de entre três com formação específica em supervisão pedagógica, ou outras semelhantes e que esteja nos escalões do topo da carreira para poder usufruir da redução da sua componente letiva para o exercício do cargo, algo que nem o pré escolar nem o 1.º ciclo têm.

Entendo que qualquer docente apto para as funções (de acordo com a minha proposta, ter a avaliação externa funcional do 2.º escalão) possa apresentar candidatura com plano de ação para a melhoria não apenas dos resultados dos alunos, mas também sobre o funcionamento pedagógico e organizacional de todo o departamento, sendo a escolha do coordenador feita de entre todos os docentes desse departamento.

O coordenador de departamento deve assumir uma posição de liderança forte no Conselho Pedagógico e não ser quase apenas uma correia de trasmissão de informações.

Os coordenadores dos departamentos não devem perder mandato com a eleição do diretor, nem o diretor perder o mandato com a eleição dos coordenadores. O coordenador do departamento ficaria dependente dos membros do departamento e o diretor dos coordenadores de departamento. Poderia ser proposta a destituição do diretor pela maioria dos coordenadores de departamento ou poderia ser destituído um coordenador de departamento por proposta do diretor. Em ambas as situações os motivos para a destituição teriam de ser validados por parecer do Conselho Geral.

O diretor que seria eleito por apresentação de plano de ação para a escola/agrupamento com votação dos coordenadores de departamento eleitos, a que se poderia acrescentar nessa eleição um parecer vinculativo do Conselho Geral que passaria a ter apenas funções de supervisão e aconselhamento. A votação dos coordenadores de departamento poderia ser representativa em função do número de docentes desse departamento.

A presidência do Conselho Pedagógico poderia ser feita de entre os coordenadores de departamento ou do diretor.

A dimensão pedagógica de uma escola passaria assim a distribuir pesos de poder entre todos os elementos e o diretor seria o interlocutor de todos os departamentos, ficando na sua dependência.

Todos, incluíndo o diretor, deveriam ter funções letivas com pelo menos uma turma, ou contacto com grupo de crianças ou alunos nos caso da Educação Pré-escolar e 1.º Ciclo, a determinar por um crédito de horas para estas funções.

Com um modelo assim, pouco importa se a gestão é unipessoal ou não.

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25 comentários

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    • Pardal on 21 de Julho de 2019 at 22:58
    • Responder


    Como é óbvio todo o modelo de Gestão Escolar vai ter que mudar.

    O Dr. Arlindo coloca um cenário de continuidade, mas é aqui que vai ocorrer a principal ruptura, daí a minha discordância para com esta proposta.

    Desde logo, com a Municipalização quem irá definir a Rede será a Autarquia através dos seus Serviços Educativos. Número de escolas, turmas, equipamentos…

    Por outro lado, um conjunto de competências até agora do domínio do Director passam para a Autarquia. Excepção para as competências do domínio cientifico-pedagógico as quais continuam na direcção e respectivo Conselho Pedagógico.

    O Conselho Geral deve espelhar esta nova realidade e ser completamente reconfigurado. A eleição do Diretor continuará a depender deste novo Conselho Geral.


    1. Este gajo é um infiltrado! Só anda aqui para defender o governo.
      Palhaço!!


    2. Pardal defeca cão que ainda te fazem barão!

    • Maria on 21 de Julho de 2019 at 23:20
    • Responder

    Felizmente que me irei reformar em breve.
    Coitados daqueles que estão a meio da carreira porque o que aí vem não vai ser nada de bom, não!

    • Açoriano on 21 de Julho de 2019 at 23:25
    • Responder

    E o Diretor avalia os Coordenadores de Departamento…

    PS – E a pardalada está a pedir uma boa “pressão de ar” ou umas costelas bem posicionadas!

    • Duma on 21 de Julho de 2019 at 23:30
    • Responder

    Não sei o que se passa nas vossas escolas mas, na minha, quem escolhe o coordenador são todos os elementos do departamento e o diretor é eleito por todos os docentes e não docentes. A proposta do Arlindo é, no mínimo, pouco democrática e passível de permitir esquemas marginais.

      • Armando on 21 de Julho de 2019 at 23:46
      • Responder

      Caro Duma:
      Em que país mora a sua escola?!
      O Departamento vota em nomes indicados pelo Diretor.
      O Diretor é eleito pelo Conselho geral!
      Nos dias de hoje, o Diretor só precisa agradar a 11 votantes.
      E isto é a lei.

        • Açoriano on 22 de Julho de 2019 at 0:03
        • Responder

        E teria que agradar a 21?
        É mesmo a Lei (à primeira volta).


  1. O diretor sugere três nomes e os professores votam . Ao mesmo tempo está a decorrer a avaliação de desempenho docente e os professoresestar estão a ser avaliados pelo coordenador ou em quem ele delega. É muito fácil numa reunião onde não há a minima privacidade perceber quem votou em quem. Nos departamentos com um número reduzido de elementos a situação ê ainda mais grave. Não há imparcialidade.

      • Paulo Pereira on 22 de Julho de 2019 at 1:03
      • Responder

      Vamos partir do princípio que há boa-fé e respeito no decorrer do processo, não é verdade?

      Se, pelo contrário, já estamos a antever fraudes, falta de imparcialidade ou alegados favorecimentos, despeito pelas hierarquias, não sei bem o que diga.

      Bem vistas as coisas, até sei.
      E não abona nada a favor da imagem efectiva que a Classe Docente tem de si própria.
      E quando não nos respeitamos enquanto Classe, quem nos irá respeitar? Os Pais? Os Alunos? Os Governantes?
      Pois…

        • Professor on 22 de Julho de 2019 at 15:43
        • Responder

        Obrigado, ao Arlindo, de até há 2 dias atrás. A partir de aí deixou de ser professor, passou a comissário político, a tempo inteiro, até nunca mais.
        Já agora, por que terão medo de eleições democráticas…?


  2. Tudo menos voltar ao presidente do conselho executivo não é? Olha que inteligeeeeentes que eles sãaaao…

    • Paulo Pereira on 22 de Julho de 2019 at 0:45
    • Responder

    Caro colega Arlindo,

    Permita-me acrescentar umas sugestões para a sua proposta:
    Os cargos intermédios, particularmente os que têm assento em Conselho Pedagógico, na modalidade que apresenta, deveriam ter, na minha opinião, menos componente letiva, passando a ter funções efetivas em Secções permanentes do Conselho Pedagógico, em articulação direta com o Órgão de Gestão e com os docentes que representam.
    Estas funções, na minha perspetiva, permitiriam decerto promover uma maior proximidade entre as diferentes estruturas de coordenação, facilitando a percepção do todo e permitindo tomadas de decisão mais céleres. Talvez com esta dinâmica mais facilmente se pudessem aferir as singularidades da prática letiva, o que contribuiria decerto para a avaliação docente de forma mais consistente e personalizada.


  3. Um louco com microfone pode ser catastrófico. Arlindo continua a fazer os simuladores e previsões sobre quando saem as listas de colocação. De resto, por favor, um pouco de humildade.

    • Sérgio Ferreira on 22 de Julho de 2019 at 11:40
    • Responder

    Arlindo gostaria de lhe agradecer a partilha por aquilo que são as suas ideias!! Como é lógico não existem sistemas perfeitos…Mas a verdade é que poucas pessoas conhecerão a realidade das escolas em toda a sua amplitude. No meu entender o Arlindo é eventualmente das pessoas que mais entende sobre educação, mais fará por ela e só pelo facto de apresentar propostas é meritório. Concordo com as sugestões e de um modo global acho que irião favorecer o funcionamento das escolas, mas já sabemos que qualquer mudança faz confusão a muita gente.

    • Tareka on 22 de Julho de 2019 at 12:11
    • Responder

    Agradeço ao Arlindo a sua boa vontade e preserverãncia no sentido de sugerir mudanças num sistema que todos já sentimos que não funciona bem. Poucos terão esta capacidade! Pessoalmente não concordo com algumas das sugestões, mas concedo todo o mérito ao Arlindo por pensar nas mudanças que são urgentes e em partilhar connosco a sua estrutura. De facto esta forma de eleição do Diretor não é a correta, estudei aprofundadamente esta questão e faço parte de um conselho geral e sei bem como funcionam. Julgo que devía existir um concurso centralizado e transparente em que o vencedor seria o que apresentasse o melhor projeto de intervenção e demonstrasse ter a melhor capacidade para o operacionalizar. A política deve ficar de fora desta realidade. Infelizmente sabemos que não é assim!


  4. O que eles inventam para não se sujeitarem a eleições. Seriam humilhados.
    Que vergonha.

    • Fernando Silva on 22 de Julho de 2019 at 13:25
    • Responder

    Isso seria mais do mesmo.
    As propostas na Educação têm de ser disruptivas.
    O que existe atualmente está mesmo obsoleto.

    • Maria on 22 de Julho de 2019 at 13:47
    • Responder

    Fica-se a pensar na “bondade” de um blogue. Nem é contra a publicidade. Presta-se um serviço e ganha-se com isso. Até aí… não me choca.
    Agora, a defesa de interesses muito pessoais contra os milhares de colegas… Propostas de castas e de intocáveis.
    O poder causa mesmo danos!
    Os sindicatos usam, manipulam, malevolamente os seus associados e toda uma classe. Os seus dirigentes não largam o poder. Os Directores andam a fazer o mesmo. Há histórias de terror por esse país fora.
    E depois andam aí a falar de inclusão e de cidadania. Para consumo alheio, claro.
    Tenho saudades do tempo anterior a MLR. Éramos todos ” suficientes”, apesar de muitos serem muito bons.
    E a escola era democrática. Quem começava a ter tiques de poder tinha vida curta.
    Era uma escola feliz e tinha muita qualidade pedagógica e científica. E erros, claro.
    Ficaram os erros.

      • Ricardo Silva on 22 de Julho de 2019 at 14:47
      • Responder

      Parabéns Maria. Também tenho saudades dessa escola!
      E tudo o que diz é verdade, há por aí diretores que não merecem sequer qualificação… (não me refiro ao Arlindo, que só conheço como blogger e sindicalista)! É urgente respeitar os professores e isso não se faz criando um sistema de castas e uma nova divisão na carreira, o que MLR bem tentou e levou à rua toda uma classe!

    • Maria R. on 22 de Julho de 2019 at 14:25
    • Responder

    Arlindo, porque não te calas?
    Que propostas tão pouco democráticas!
    Uma vergonha, uma desconsideração por todos nós professores…
    Mais uma desilusão!

    • Carlos on 22 de Julho de 2019 at 14:52
    • Responder

    “O coordenador de departamento deve assumir uma posição de liderança forte no Conselho Pedagógico e não ser quase apenas uma correia de trasmissão de informações.”

    Em primeiro lugar o pedagógico precisa de mais poderes (sendo retirados ao diretor).

    Em segundo lugar, sendo o coordenador o representante de um grupo de docentes no CP, tem a obrigação de ser uma correia de transmissão da opinião maioritária do departamento.

    • Serana on 22 de Julho de 2019 at 20:07
    • Responder

    Estas propostas são o exemplo do que não devemos propor!
    Mas não serão tão inocentes quanto pensam alguns. O tempo o dirá!
    Não vejo qualquer problema na atual forma de escolha do coordenador de departamento. Quem tem habilitação específica é por lei candidato, mas a escolha é do grupo de docentes. Um boletim de voto com os nomes, no qual se coloca apenas um X não denuncia ninguém. Se há departamentos com um número bastante reduzido de docentes … o que está errado é a criação desse departamento!!!
    O Diretor seja no Conselho Geral ou não, nunca pode ser eleito apenas pelos pares. A escola não gira apenas em função dos docentes! Somos muitos … mas os pais são ainda mais! Acreditem ou não quem melhor conhece os diretores são os assistentes operacionais e técnicos. Os professores vão e voltam (ou não) e eles estão lá há anos. É de facto preciso uma maior representatividade na escolha/votação do diretor … 21 (ou 17/19 no caso do alguns CG) pessoas são poucas para representar 600…900…1200… 1700 …2000 intervenientes num agrupamento.

    • Luis on 23 de Julho de 2019 at 13:18
    • Responder

    Ideias genéricas e uma grande presunção estao sempre em via de causar uma terrível desgraça.
    Lembro-me desta frase cada vez que um Arlindo se põe a pensar…

    • Maria Macedo on 25 de Julho de 2019 at 11:15
    • Responder

    Estou chocada com algumas das suas propostas. O sr. conhece mesmo a realidade??? Ainda bem que tive tempo para explorar o que escreveu no seu blogue, hoje, e assim não perderei mais tempo!!! Será um atalho a eliminar dos meus favoritos!!!


  1. […] […]

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