14 de Agosto de 2017 archive

Sou um professor contratado… e revoltado

 

Porque nem todos andam por aí felizes da vida. Porque a revolta é o maior motor de mudança…

 

Sou um professor contratado… e revoltado

Isto é tudo muito bonito se tiver emprego, ou já se esqueceu desta ansiedade de Setembro, Outubro, Novembro, sempre à espera de um telefonema, de uma carta, de algo ou alguém que nos diga, finalmente, que tenho emprego?

Aqui há uns dias, a minha colega, a quem cumprimento desde já, dedicou parte do seu tempo a relatar-nos as mil e uma maravilhas de se ser professora contratada e feliz, de casa às costas, mas procurando ver o lado positivo desta vida itinerante, não sendo uma cidadã do mundo, mas do seu país, conhecendo gentes e lugares, modos de viver e pensar, praias, restaurantes, monumentos e cafés, assim é a vida de quem vive a contrato.

Ora, colega, isto é tudo muito bonito se tiver emprego, ou já se esqueceu desta ansiedade de Setembro, Outubro, Novembro, sempre à espera de um telefonema, de uma carta, de algo ou alguém que nos diga, finalmente, que temos emprego?

Mas não se preocupe, colega, pois não é a única e conheço tantos assim, todos os dias no “trombas” à procura de transformar as suas vidas miseráveis em vidas modernas, cheias de experiências fashion e multiculturais.

Afinal, como professora contratada vai ser sempre muito difícil ter dinheiro para conhecer o mundo, por isso estas vivências enquanto se anda com a casa às costas e a vida às costas por esse Portugal fora.

Aliás, e aqui estamos de acordo, seguindo esta vida de caixeiro viajante, nunca precisará de muitos objectos, bastando um par de cuecas e uma escova de dentes, que fresca, sei lá, e Portugal será a sua ostra.

No entanto, repare, este modo de vida que defende não é senão a subversão da realidade que nos querem impor, que me querem impor, caso contrário o que levará a colega no fim da sua vida activa? Nunca terá uma casa sua, uma família sua para onde possa voltar ao fim de cada dia. A sua visão é conformista e as palavras uma desculpa constante, sem esquecer a promoção contínua da precariedade na qual a colega vive e de onde, a falar assim, nunca sairá. Peço-lhe, no entanto, que não arraste todos os outros, os professores contratados e os profissionais contratados deste país todo, deste mundo todo, consigo, pintando a ouro e areia para os olhos uma vida que nunca devia ser.

Porque, por mais que tente olhar para o copo meio cheio, é como se nos dissesse em cada frase, em cada palavra, “eu agora só tenho cancro, mas como só tenho cancro de um lado do corpo, deste lado não tenho”. Colega, o problema está lá, não vale a pena escondê-lo, toda a gente sabe que perdemos o cabelo, a colega também, e este lenço na cabeça que é o seu relato pode ser muito bonito, mas…

Portanto, é consigo. Se se quer conformar, conforme-se, nunca vai ter filhos ou um parceiro estável, e se agora não custa nada, como será aos 50 ou 60, ou naquela festa de despedida aos 64 sem saber ainda por onde vai andar, se for andar, em Setembro, Outubro ou Novembro?

Já sei, já sei, hoje em dia temos o Skype, o “Fuças” e a net, e hoje é tudo tão leve e fácil e podemos manter o contacto com tudo e todos quantos deixámos por todas as escolas de Portugal, o copo está mesmo meio cheio e o velho do Restelo sou eu.

Mas então e a continuidade pedagógica, colega? E então esta necessidade premente de garantir que os alunos, os seus alunos, terão a mesma professora e o mesmo professor ano após ano? Porque no fim a colega está-se pouco marimbando para os alunos ou para dar aulas, egoisticamente tentando tirar proveito desta incerteza laboral sem nada fazer para mudar a sua, a nossa, situação.

Por acaso fará parte de um sindicato? Um sindicato não, que são todos comunistas, vade retro!

E os alunos que se lixem, a colega está primeiro e quem lhes dê aulas para o ano que se lixe também! Boa, colega, eu também não gosto desta minha situação, mas venho para a rua, protesto e faço greve, discuto, escrevo, passo a palavra, educo, ensino os meus alunos e falo-lhes de política, de direitos e trabalho até que um dia me venham prender no meio das pilhas de testes corrigidos, pais por educar, aulas planeadas (a política não faz parte do currículo, e do seu não faz certamente).

Não quer assumir que é uma coitadinha, tal como quem sai do país não é emigrante mas antes um aventureiro, empreendedor, no fim à procura de empreender o que Portugal não deixa ou não tem (bullocks).

A sua realização profissional é uma grande festa, todos os anos faz amigos, enche a pança entre restaurantes e cafés, vai à praia. E então o sentimento de carreira, um projecto, ou projectos, a longo prazo, fazer a diferença no local de trabalho? Porque se a vida é para isto, então trabalhe num supermercado, onde não comprometa a educação dos meus filhos.

Acredita que um dia vai fazer parte de um agrupamento, encontrar alguma estabilidade. Não enquanto continuar a escrever assim e a repetir para os jornais, e para quem se senta ao seu lado no café, as mil e uma maravilhas da instabilidade.

Porque, como muitos, dedica-se a enterrar a cabeça na areia à espera que tudo passe, à espera de um lugar no quadro, apenas por sorte ou porque Deus quis, não merecido.

Colega, combater o sistema, este sistema, não vai dificultar a sua vida, antes pelo contrário.

Resumindo, a colega afirma ser feliz com o que tem. Quantos poderão dizer o mesmo? Felizmente, ou infelizmente, ninguém. Nem tu.

 

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Não Chega a 1/3 por Agrupamento….

Mais 250 funcionários para escolas

 

 

Governo autorizou a contratação de assistentes operacionais pelo Ministério da Educação

 

 

O Governo autorizou as escolas a contratar mais 250 funcionários para o próximo ano letivo, cabendo agora aos estabelecimentos lançar os concursos para a contratação, informou o Ministério da Educação (ME) em comunicado.

 

O ME vai avançar com a contratação de mais 250 assistentes operacionais para as escolas. Este reforço tem como objetivo responder a necessidades prementes indicadas pelos estabelecimentos de ensino para o ano letivo de 2017-2018, à semelhança do que aconteceu há um ano, quando se procedeu a um primeiro reforço de 300 destes trabalhadores. Caberá às escolas o procedimento de contratação, com o respetivo lançamento de concursos”, lê-se no comunicado hoje enviado.

 

A contratação de mais assistentes operacionais era uma reivindicação de diretores e sindicatos, que, ao longo do último ano letivo, promoveram manifestações e greves, tendo por base essa exigência.

 

Paralelamente, está, neste momento, em fase de conclusão a revisão da portaria do rácio de alunos por assistente operacional – uma vontade há muito manifestada pelas escolas – com a qual o atual Governo se empenhou”, acrescenta o comunicado da tutela.

 

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, já tinha garantido em maio, no parlamento, que haveria no próximo ano letivo um reforço do número de assistentes operacionais nas escolas.

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Datas Prováveis Para a Publicação das Listas de Colocações

Já me chegaram várias questões sobre a data de publicação das listas de colocações da Mobilidade Interna e da Contratação Inicial.

 

As datas mais prováveis para essa publicação de listas será sempre a partir do dia 28 de Agosto (última semana do mês de Agosto).

Neste artigo podem ver as datas de publicação dessas listas desde o ano 2006. Em 2009 e em 2015 as listas foram publicadas no dia 28 de Agosto e por 4 vezes no dia 31 de Agosto.
O quadro não está atualizado com as datas de 2015 e 2016, mas foram publicadas ambas as listas no dia 28 de Agosto de 2015 e 30 de Agosto de 2016.

 

Datas Concursos 2006 a 2015

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