22 de Junho de 2017 archive

FESTA NO 12º

O gabinete do Ministro reuniu-se no 12° andar com urgência.

Era uma situação tão caricata e inusitada que, ao ser informado dela, o jovem Ministro recusou acreditar. Tinha de ser claramente ponderada e averiguada a situação.

– Senhor Ministro, eu juro. A fonte é segura.

– Seguríssima, que eu atesto.

– Uma prima do nosso assessor Zé é grande amiga de um amigo que, afiliado no partido, está no Conselho Geral daquela escola e jura.

-Jura a pés juntos.

– Isto é uma bomba!

– Isto é do melhor!

-Já não tínhamos notícia de uma coisa assim desde,… desde…

-Ui, desde que o Guinote se eclipsou!

-É verdade, Sr. Ministro, atesto, porque eu estou cá desde 87 e isto é uma notícia insuperável!

-Bom, se tiverdes a certeza… Mas, não lhe sobrará tempo para ir remexer o teclado?

-Ui, nem pensar, senhor Ministro.

-Repare, uma escola é uma escola e a gestão de uma escola é o diabo!

-Sim, porque uma coisa são uns graficozitos sobre uns concursos, umas coisas…

-Outra bem distinta é gerir os professores…

-Os alunos…

-O pessoal não docente…

-E os pais, senhores! E os pais que têm a mania de cilindrar os diretores de escola sempre a pedir coisinhas…

-Ai que vai ser tão bonito!!! Vamos andar tão sossegados, benz’ao deus!

-Mas, olhai, e se mesmo assim lhe sobra tempo, porque há sempre gente que faz tanta coisa em paralelo…

-Senhor Ministro, não se apoquente. Todos nós já pensámos nisso. É fácil de resolver…

-Preparamos uma folhita de informações para reforçar o papel dos diretores…

-Sim, metemo-los, pessoalmente, a averiguar as habilitações do corpo docente.

-E do não docente!

-Acrescentamos pedidos de validação de…

-umas tretas quaisquer…

-Isso, isso!!!

-Temos, por exemplo, a possibilidade de exigir que averiguem, pessoalmente, as vacinas dos professores em dia. Sim, porque a saúde pública é fundamental… E os diretores têm um papel nisso.

-Pedimos mais umas quantas estatísticas dos agrupamentos (e isso, normalmente, ocupa logo o verão inteiro).

-E se não bastar, senhor Ministro, mandamos lá a inspeção que pode prolongar o trabalho largos meses.

-Não se preocupe que o Arlindo bloguista morreu! Está morto e defunto!! Agora que é diretor de escola, nem vai ter tempo para se coçar!!!

O jovem Ministro observou a mesa pululada de assessores oriundos de todas as legislaturas. Se alguém sabia de educação, sem dúvida, eram eles. Cofiou largamente a barbinha e, depois, assentiu.

-Nesse caso, temos de celebrar!

-Senhor Ministro, tomámos a liberdade de vir preparados para tão honroso evento. O dia em que o Ministério da Educação se livra do Arlindo é um dia memorável!

O assessor de 87 poisou sobre a mesa os copos e, logo de seguida, os restantes colegas fizeram saltar, com magistral mestria e profano entusiasmo, as rolhas voluptuosas do champanhe.

Uma das assessoras desapertou um botão da blusa ensopada em suor nervoso ao mesmo tempo que outra soprou num tubo de confeti luminoso, esvoaçando ligeiro sobre a cabeça dos presentes.

Do outro lado da sala, o assessor tecnológico colocou o mp3 a tocar e iniciou uma sensual dança, roçando-se discretamente no colega lateral.

Alguns dos assessores, em coro, titubearam um karaoke ao som da guitarra improvisada do jovem ministro.

Sobre a mesa e sobre o chão, uma profusão de álcool e papelinhos vidrados refletiam a frenética euforia do evento.

Talvez tivessem exagerado nas garrafas, pois a reunião perdurou em alegre harmonia noite fora, o 12° andar iluminado por uma bola de espelhos que alguém fizera questão de trazer e pendurar no teto, porque celebração destas tem de ser a rigor!!

Eram sete horas da manhã quando a senhora da limpeza testemunhou um amontoado de corpos embriagados e quebrados sobre a mesa e sobre o chão, garrafas espalhadas por toda a sala de reuniões, o soalho pegajoso e empapado de baba e álcool.

Foi a custo que os ergueu, um por um, e espetou com eles todos nos repetivos gabinetes.

Ora, onde já se vira semelhante coisa? Emporcalhar desta forma a sala que tinha limpo copiosamente no dia anterior???

Havia de ligar ao primo a contar, como tantas vezes o fizera antes, quando o assunto era importante. Aquela gente, aquela gente havia de ver…

E havia, pois o Ministro ia tendo um colapso quando, recuperado da noite anterior, nessa mesma tarde, abriu o computador e um breve aviso noticioso, oriundo do blogue de Arlindo, noticiou:

“Fonte do Ministério da Educação confirma: festa privada no 12° andar a noite toda.”

Para piorar, o texto vinha com uns gráficos pormenorizados da quantidade de assessores envolvidos no evento, por idade e por sexo!!!!

-Por amor de Deus, mas este homem nem assim desaparece???????

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Exames de Prova de Exame Final Nacional de Português e Português 3º ciclo/ Desenho A, História A e B e Latim A

 

3º Ciclo

 

Português Língua Segunda
9.º Ano / 1.ª Fase

 

Português
9.º Ano / 1.ª Fase

 

Ensino Secundário

 

Desenho A
12.º Ano / 1.ª Fase

 

História A
12.º Ano / 1.ª Fase

 

História B
11.º Ano / 1.ª Fase

 

Latim A
11.º Ano / 1.ª Fase

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IAVE – Esclarecimento sobre Prova de Exame Final Nacional de Português

 

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Greve de Zelo! Quem a faria?

 

A proposta do Alexandre Henriques agrada-me bastante. Uma Greve deste tipo seria uma forma de luta que se enquadraria bastante bem nos tempos que correm… A greve como a conhecemos deixou de ter o impacto que tinha noutros tempos.

O único problema será enquadra-la a nível legal na nossa profissão… E tínhamos os serviços mínimos…

 

Proponho uma GREVE de ZELO por tempo indeterminado.

Depois de uma greve q.b., julgo que está na altura de pensar diferente e fazer diferente. É claramente visível uma saturação entre os professores de greves de um dia e de manifestações. As greves de longa duração, apesar de muito aclamadas, não são viáveis, pois os ordenados dos professores não permitem certos “luxos” e os sindicatos não devolvem o dinheiro aos seus associados. Proponho por isso uma GREVE de ZELO, esta permitirá manter vencimentos e terá um impacto significativo.

O que é uma greve de zelo?

São a realização mais lenta de um serviço, podendo causar prejuízos ao empregador ou tendo como objetivo divulgar uma causa à população, quando o serviço é público.

Porquê uma greve de zelo?

Pelo simples motivo que os professores dão muito mais do que aquilo que recebem. Esqueçam fins de semana de trabalho, atendimento a pais fora das horas de expediente, trabalho de direção de turma além das horas previstas, preparação de aulas até às tantas, correção de testes enquanto a família relaxa, fichas, relatórios, atendimento a alunos, etc, etc…

Tudo isto e muito mais sai do “corpinho” do docente, acabar com o trabalho de bastidores irá afetar de forma direta todo o processo de ensino.

Mas a minha proposta não fica por aqui, continuo a dizer que é preciso juntar assistentes operacionais/administrativos à luta, e tentar… tentar… incluir os pais nas nossas reivindicações. Se juntar os assistentes operacionais/administrativos não deve ser difícil, incluir os pais é um desafio, mas a tentativa merece ser feita. E claro, os diretores deviam juntar-se à causa, bem como TODOS os sindicatos.

Já perceberam que proponho a força de um coletivo em detrimento das ações aleatórias e muitas delas inconsequentes.  A escola não pode ser defendida por vagas e apenas por alguns, defender a escola é defender professores, assistentes operacionais/administrativos, pais e alunos, defender a escola é reivindicar com inteligência e mostrar que todos estão de acordo no essencial. E não me venham dizer que é impossível… o que falta é vontade e capacidade de diálogo para chegar a um entendimento.

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Comunicado de Imprensa SDPA

 

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Da Greve

Expresso | Sindicatos da Fenprof vão agir contra “violação do acórdão” de serviços mínimos

Fenprof. Greve fechou escolas e adiou reuniões, mas não afectou exames – Renascença

Educação – Fenprof levanta a greve nos concelhos afetados pelos incêndios

FNE diz que há “centenas de escolas encerradas” devido à greve > TVI24

Directores de escolas: “é feio” haver professores a acusar outros professores – PÚBLICO

CDS-PP diz que ministro da Educação se assumiu como incapaz na greve aos exames – PÚBLICO

PCP e BE ao lado dos professores em greve e contra serviços mínimos – PÚBLICO

CGTP acusa Ministério da Educação de promover monólogo – PÚBLICO

Exames decorrem “dentro da normalidade”, na Escola Secundária de Vila Viçosa, sem adesão dos professores à greve, diz Diretor do Agrupamento (c/som) – Rádio Campanário

Vila Verde. Greve dos professores deixa turmas do pré-escolar e primeiro ciclo sem aulas – Semanário V

Nacional – Exames em secundária de Braga decorrem “com normalidade”

DNotícias – Madeira – Provas e exames “realizaram-se com total normalidade apesar da greve”

DN – Greve dos professores não afetou exames na Madeira

DN – Exames decorrem com normalidade nas escolas dos Açores em dia de greve

Nacional – Prova de aferição na EB1 de Carlos Alberto, Porto, realizou-se, apesar da greve

Nacional – Exames nacionais decorrem com normalidade nas escolas do Algarve – sindicato

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