A FNE que divulga hoje este comunicado, a FENPROF aqui e o próprio Ministro da Educação que responde ao parecer do CNE onde contabiliza em 750 milhões de euros anuais o “gasto” com essa medida mas diz que é sempre exequível uma redução do número de alunos por turma.
Aguardemos por mais novidades sobre este tema em breve.
Ministro defende redução de alunos por turma
O ministro da Educação defende a redução no número de alunos por turma “paulatinamente”, tendo lembrado que a proposta consta do programa de Governo e que a mesma vai ser discutida no Parlamento.
“É sempre exequível [a redução de alunos por turma], é tudo uma questão de prioridades, e obviamente que o dimensionamento das turmas tem de ser pensado, tem de ser equacionado, e é isso que estamos a fazer“, respondeu Tiago Brandão Rodrigues, esta segunda-feira em Constância, quando questionado pelos jornalistas sobre as propostas da Conselho Nacional da Educação (CNE) e do Partido Ecologista Os Verdes.
Num estudo que divulgou na sexta-feira, o CNE estima que a proposta do Partido Ecologista “Os Verdes” para reduzir o número de alunos por turma custe ao Estado cerca de 750 milhões de euros.
No mesmo documento, defende-se que a dimensão das turmas é uma matéria que deve ser decidida pelas escolas e que há margem para reduzir o número de alunos, bastando para isso cumprir a lei.
“O CNE traz agora para a arena da discussão pública, com este estudo, a quantificação do isso representa em termos orçamentais e também da pertinência e da importância da redução do número de alunos por turma”, disse Tiago Brandão Rodrigues, à margem de uma visita à Escola Luís de Camões, em Constância, e que assinalou o início do terceiro período letivo.
O ministro da tutela fez ainda notar que “o Parlamento vai esta semana ter uma discussão aturada e cuidada sobre esta questão”, tendo afirmado que o Governo “está também a observar e a trabalhar para que a redução do número de alunos por turma, de forma paulatina, possa ser efetivamente uma realidade”.
As turmas têm, regra geral, uma dimensão média que cumpre a lei, mas no ensino básico 20% está acima do limite máximo e no secundário 50% não cumpre o limite mínimo, de acordo com a mesma fonte.
A Federação Nacional de Educação defendeu, esta segunda-feira, que mais sucesso escolar impõe turmas mais pequenas e que o critério dos custos financeiros não pode ser determinante numa questão pedagógica.
A proposta da FNE sobre a constituição de turmas fixa em 20 o número máximo de alunos no 1.º Ciclo e em 25 nos restantes, salvaguardando situações de exceção para crianças com Necessidades Educativas Especiais.
“A escola de Constância, e o seu Agrupamento, tem um projeto pedagógico que nos cativou e resolvemos visitá-la”, disse Tiago Brandão Rodrigues, tendo destacado que “a promoção do sucesso escolar e a melhoria dos processos de aprendizagem em ambiente de sala de aula são os eixos da nossa atuação e estamos aqui para fortalecer essa mensagem”, concluiu, após conhecer durante cerca de duas horas as práticas pedagógicas que ali são desenvolvidas no âmbito da promoção do sucesso escolar.
8 comentários
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É uma boa medida. Mas temos que olhar para outra que é ainda mais grave do que esta. Alteração urgente do currículo das diversas disciplinas, que é demasiado extenso e está a perturbar os alunos e professores de forma a entrarem em stress. Os professores não têm tempo para consolidar as matérias e em muitos casos não tem tempo para cumprir o programa, mesmo não faltando. Os alunos não conseguem estudar em tempo real para os testes. Daqui a alguns anos apenas os alunos ricos, com explicação a tudo, conseguem terminar o secundário do ensino regular.
Espero, sinceramente, que o Ministro seja melhor que a FNE e que fixe o 3º ciclo em, pelo menos, 22 alunos; só quem não tem 7º e 8º é que não sabe a multidão que são 25 alunos na “idade do armário” e em certas escolas ….. de certas zonas …..
Eu tenho uma turma de 26 e sei o que digo e não nos podemos esquecer que nos últimos anos foram feitas obras em escolas em que este nº de alunos dentro delas torna o ar irrespirável …..
Ofereço turmas de 30, do 3.º ciclo e, com NEE, presentes em todas as disciplinas.
E concorda com isso?
Acho que a pedirmos alguma coisa que seja para muito melhor, não concorda?
Num palavra: TRETA!
Claro que a redução de alunos por turma, permitindo turmas mais pequenas, e mais horários a concurso NUNCA vai acontecer! Este “ministro”, que já mostrou que não percebe caracol do assunto, vai entretendo o povinho e, quando formos obrigados a cortar outra vez na despesa, o governo vai ter uma desculpa para não colocar em prática esta medida.
Além disso, muitos agrupamentos, em especial as suas direções e afins congregados, não têm interesse em que entrem “estranhos” no feudo.
Alegremente, vai ficar tudo na mesma.
O CNE serve para quê???
Será para Consolidar Nódoas Educativas?
O imperador de uma certa prússia também prometeu uma constituição ao seu povo; só não precisou para quando. E deu no que deu, morreu imenso povo genérico.
“750 milhões de euros anuais o “gasto” com essa medida”: “NÃO É VERDADE! – 2”
Ver:
https://guinote.wordpress.com/2016/04/05/nao-e-verdade-2/