FALTAM 15 DIAS PARA O FIM DO PRAZO ESTABELECIDO PELA COMISSÃO EUROPEIA
COMUNICADO – 06.01.2014
FALTAM 15 DIAS PARA O FIM DO PRAZO ESTABELECIDO PELA COMISSÃO EUROPEIA
15 Dias …
É o tempo que falta para expirar o prazo que a Comissão Europeia concedeu ao Governo Português para comunicar as medidas tomadas para rever as condições de trabalho dos professores a contrato a termo, sob pena de remeter o caso para o Tribunal de Justiça da União Europeia.
O Parecer Fundamentado da Comissão Europeia enviado a Portugal em 20 de novembro de 2013 reporta-se à violação da Diretiva 1999/70/CE de 28 de junho que estabelece um acordo relativo a contratos de trabalho a termo, tendo estabelecidos princípios de não discriminação (artigo 4º) e disposições para evitar os abusos (artigo 5º).
Os Professores contratados desenvolvem, ano após ano, as mesmas atividades e têm os mesmos deveres e responsabilidades que os Professores do quadro com igual tempo de serviço, pelo que não é admissível que se perpetue a grave discriminação negativa entre profissionais que coabitam no dia-a-dia no espaço-escola, nomeadamente na remuneração, na progressão na carreira, na periodicidade de avaliação e na sua generalidade num maior número de horas de componente letiva.
Recordamos que as medidas a apresentar para solucionar cabalmente esta situação deverão ter em consideração, para além da legislação comunitária, a Resolução da Assembleia da Republica 35/2010 de 4 de maio, que determinou a obrigação do governo em “…integrar na carreira docente os professores profissionalizados contratados, em funções de docência há mais de 10 anos letivos, com a duração mínima de 6 meses por ano letivo, para efeitos de e integração e progressão na mesma. “ e o parecer do Provedor de Justiça de 8 de junho que refere, “… em face da análise de cada caso concreto, a conversão por via judicial, possa surgir como a medida que se impõe para atalhar à objetiva evidência de ineficácia do regime que permite a manutenção de docentes em situação precária durante 10, 15, 20 anos.”
A ANVPC – Associação Nacional dos Professores Contratados, no seguimento da sua linha de orientação, caraterizada pela postura construtiva na procura de soluções que promovam a resolução da precariedade docente, tem solicitado repetidamente o agendamento de reuniões de trabalho com o MEC. Assumindo, de forma consciente, a sua responsabilidade como parceiro social que atua no domínio do sistema educativo, contribuindo com propostas construtivas para a promoção e salvaguarda de uma política educativa de excelência, exigiremos em todas as instâncias nacionais e internacionais a vinculação dos Professores contratados.
A qualidade da Escola pública preconizada no Estatuto da Carreira Docente não é possível de ser atingida com a instabilidade e insegurança no trabalho, nem com a precariedade laboral manifestada no decurso dos últimos 5, 10, 15 e mais anos.
É urgente e inadiável a resolução da precariedade dos Professores contratados! Basta de chamar necessidades transitórias e cíclicas, àquilo que evidencia, de forma clara, serem necessidades permanentes do sistema público de ensino!
É reconhecido, nacional e internacionalmente, que a Educação se constitui como um pilar fundamental para o desenvolvimento a longo prazo de um país. Tal como o Conselho Nacional da Educação defende, o acesso à Educação e o direito de aprender são indispensáveis ao desenvolvimento dos talentos das pessoas, à afirmação dos países e ao equilíbrio e bem-estar das sociedades, pois “nos tempos difíceis em que vivemos, a educação é essencial para a construção de um futuro sustentável.”
A ANVPC e os Professores contratados continuarão a desenvolver todas as ações ao seu alcance em prol do rigor, da qualidade e da excelência da Escola pública.
A direção da ANVPC
7 comentários
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Confesso que estou desejoso para saber o que esta história vai dar, já são muitos anos de saturação, pode ser que neste caos ainda surgam boas notícias.
Um esclarecimento, por favor!
Isto aplica-se a quem está com horário desde 1 de Setembro ou também se aplica a quem foi colocado depois? E a quem está nas AEC com 6 horassemanais, porque não ficou colocado, mas tem 10 anos de serviço?
Admiro a coragem e persistência dos colegas que representam os professores contratados!
Contudo, custa-me a acreditar que Bruxelas cumpra aquilo que “ameaça” fazer. Parece-me mais um faz-de-conta, pois vêm aí eleições europeias! E acho que o MEC sabe disso.
Claro que gostaria de vincular. Já lá quase 18 anos de contratos com horários completos…
Um abraço a todos estes lutadores!
Arlindo, mas acha que vão mesmo vincular os professores? Vão deixar ir para Tribunal Judicial Europeu e pagar a multa, não lhe parece?
Sinceramente, acho que a haver vinculação destes professores, vai ser um presente envenenado, pois o MEC vai ficar com uma bolsa de professores para enviar para onde bem lhe apetecer, de norte a sul do país…
Antes trabalhar, mesmo que longe de casa, do que ficar em casa…
Estou curioso para ver o que vai acontecer, pena as televisões e jornais não estarem a explorar mais este assunto…
Subscrevo o comentário do colega M.
As televisões que explorem o assunto e mais vale trabalhar longe de casa do que ficar sem trabalho!