De Regresso ao Passado

De regresso ao passado

In “Público” de 24.4.13 por Santana Castilho

(No link o texto completo)

 

2. Correm rios de tinta sobre o concurso de professores. Não repetirei o que é público, o que os directores mais corajosos já denunciaram e o que os mais informados já escreveram. Não há concurso nacional de professores. Há uma coreografia sinistra, uma espécie de dança macabra de lugares, para preparar um despedimento de mais 12.000 docentes. É isso que está em causa. Não as reais necessidades das escolas, muito menos as do país vindouro. As estatísticas disponíveis (DGEEC/MEC, PORDATA), permitem concluir que tínhamos no sistema público de ensino não superior, em 2000, 1.588.177 alunos para 146.040 professores. Em 2011 (últimos dados disponíveis), passámos a ter 1.528.197 alunos para 140.684 professores. Ou seja, o sistema perdeu 59.980 alunos e 5.356 professores, mantendo-se a relação professor/alunos. Não há dados publicados referidos ao momento presente. Mas sabemos que a alteração da escolaridade obrigatória terá considerável impacto na necessidade de professores, sendo certo que a invocada diminuição da natalidade não é expressiva entre 2011 e 2013. E o que aconteceu ao número de professores? Considerando os contratados e os que saíram do sistema, teremos, hoje, cerca de 111.600. Em dois anos, perdemos 29.084 professores. Diminuição da natalidade? Sejam honestos: exclusiva preocupação com a redução de custos, sem nenhuma sensibilidade para o futuro. Porque temos 3.500.000 portugueses com mais de 15 anos, que não têm qualquer diploma ou apenas concluíram o ensino básico. Porque temos 1.500.000 portugueses, entre os 25 e os 44 anos, que não concluíram o ensino secundário. Porque, apesar dos progressos, persiste uma Taxa de Abandono Precoce de 27,1%, a maior da Europa. Porque estamos de regresso ao passado.

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18 comentários

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    • Prof.ª (Des)empregada on 25 de Abril de 2013 at 21:03
    • Responder

    De regresso ao passado e a um erro crasso!


  1. o meu comentário só pode ir na direção de urgência imediata: por que razão nunca se tomou uma posição de força, por exemplo, greve aos exames ou greve de dois, três dias? a resposta posso igualmente dá-la: porque somos professores. e isto de ser professor, em Portugal, tem que se lhe diga. por alguma razão se deixou cair formação cívica: não havia ninguém para a dar.

    um abraço

      • Tlim, Tlim on 25 de Abril de 2013 at 21:40
      • Responder

      Posição de força?!
      Ainda se fosse por causa da avaliação de desempenho docente (o verdadeiro problema da educação em Portugal)!

    • caloira910 on 25 de Abril de 2013 at 21:38
    • Responder

    Acho que as questões mais pertinentes são mesmo levantadas ao longo do artigo “Por onde anda o ministro? De que fala? Quem o informa?”.

    • roseli on 25 de Abril de 2013 at 22:16
    • Responder

    E 2009 os profesors titulares foram impedidos de concorrer perdendo oportunidade de mudarem(talvez os nazis tivessem alg de semelhante).Muitos entrara para quadros de escola e Qzp.Os contratados saiu-lhes a sorte grande, a maioria ficou nas cidades e foram reconduzidos.Nunca tiveram um corte de ordenado, a não ser agora em 2013.Ganham tanto ou quase como os colegas do 1º escalão.Os sindicatos só se preocupam com os contratados estou farta de pagar quotas para indivíduos que recebreram o ano passado 13 salários(subsídio de caducidade) enquanto eu recebi 12.Os meus colegas com horário zero tm de se sujeitar a ir para os quintos do inferno , senão são despedidos ou em breve estão ameaçados com a mobilidade especial.Muitos deles deram dezenas de anos ao país e nem idade para emigrar-Os sindicatos fingem que os defendem.Até quando a maldição de os únicos professores com problemas são os contratados?????Se estivessem noutros países não tinham o tratamento de luxo, que tem aqui.


    1. Sabe quantos contratados ficaram sem trabalho nos dois últimos anos???????? Quantos dos seus colegas Horários Zero ficaram sem salário?
      Os seus comentários sobre contratados não merecem classificação.


    2. Em que mundo vive? Tenha vergonha do que diz!

      • ARTUR on 25 de Abril de 2013 at 23:57
      • Responder

      Eu sou contratado e recebi 11 meses. Caducidade ninguém me pagou e no fim de Julho o contrato acabou. E só me lembro de ver alguns professores titulares a passearem-se pela escola como se fossem pavões porque se achavam mais que os outros… De fato há alguns professores que estão a mais nas escolas…

        • xpto on 26 de Abril de 2013 at 18:31
        • Responder

        “de facto” e não “de fato” a não ser que seja de terno…

          • ARTUR on 27 de Abril de 2013 at 21:49

          Peço desculpa pela ausência do C. Já o conteúdo não deve interessar…


    3. É por essas e por outras que os professores do quadro merecem tudo o que lhes vai e está a acontecer. Quero ver gente do quadro a mexer-se, para não perder o emprego para toda a vida. Não são só os contratados, como eu, que devem estar há muitos anos a 450 km de casa.


    4. Roseli… Vai ao veterinário que deves andar louco !

    • trill on 25 de Abril de 2013 at 23:09
    • Responder

    há que despedir para compensar estas jogadas que parece feitas propositadamente para os bancos ganharem, pois tinham sido avisados do perigo (escusado dizer que a “justiça” só actua para penhorar os dos salários baixos – veja-se os ex SPB aí de novo nos negócios da saúde e com os palops – a esses a “justiça não os penhora):

    http://www.ionline.pt/dinheiro/carris-swaps-anularam-esforco-trabalhadores-clientes-2012

    mas claro, com assessorias destas nem seria de esperar outro desfecho (são so tais “liberais” dos lucros privados e dos prejuízos nacionalizados – mas nestes casos houve gato, aí se houve):

    http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/risco-na-metro-com-cuatrecasas

    • trill on 25 de Abril de 2013 at 23:09
    • Responder

    spb = SPN (BPN)

    • Costa e Silva on 25 de Abril de 2013 at 23:14
    • Responder

    Quanto ao ministro (o Matemático – que o não é) não deixa dúvidas do que pretende: há aulas a mais e alunos de qualidade, a menos…Este ministro, que reflete enquadrar-se, sem receios, nesta linha de pensamento e de agir, nunca irá ter sensibilidade e entender que a sociedade não tem toda as mesmas condições e meios que permita uma saudável e eficaz aprendizagem de todos os alunos. É aqui que reside o problema de fundo. Como alterar isto? Mandando embora o ministro! Não se tenha mais contemplação com esta pessoa. Já fez mais mal ao ensino público, em dois anos, que o período desse o 25 de abril de 1974 a julho de 2011…

    • Maria on 26 de Abril de 2013 at 17:32
    • Responder

    Aquela senhora ou senhor roseli não sabe o que diz.Os contratados estão bem?.No desemprego!
    Se tiverem horário zero os do quadro que vão para a rua.Se não há lugar para eles paciência.As empresas quando não têm lugares despedem funcionários.É a lei da vida.

    • sandra s. on 26 de Abril de 2013 at 21:02
    • Responder

    Roseli

    Vai pastar, já que o teu ordenado está garantido quer tenhas turmas quer não.

    • joão pestana on 26 de Abril de 2013 at 21:13
    • Responder

    Boa noite.

    Parece que vamos voltar ao passado… vamos fazer uma distinção entre… “os bons alunos” diga-se na generalidade os alunos que possuem algum apoio familiar… e os “maus alunos” … os que em muitos casos têm falta de qualquer tipo de apoio…
    Até aqui a escola e os professores tentaram fazer com que os segundos tivessem algumas hipóteses de sucesso..
    Agora…
    Bem, agora esses alunos serão encaminhados para cursos de segunda… pois coitados se nasceram assim que morram assim…
    Triste país este!
    Triste ministro este que se apresenta como uma nulidade…
    Falam de matemática? A mim apenas me parece que andamos já desde há muito a ver apenas números e não pessoas…

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