O número de professores estrangeiros em Portugal quase duplicou na última década. De 2151 em atividade, em 2013/14, o valor passou para 3921, em 2023/24, último ano letivo para o qual existem dados oficiais disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC), o que significa um aumento de 82%. É o maior valor de sempre desde que existem registos.
Docentes de outras nacionalidades no ensino português praticamente dobraram em dez anos.
O mais recente “Perfil do Docente”, relatório elaborado pela DGEEC que traça o retrato do ensino nacional, indica que 2103 professores não portugueses exercem nos níveis que vão do pré-escolar ao secundário, enquanto os restantes 1818 atuam nas universidades (1400 docentes) e politécnicos (418). No entanto, e apesar de terem subido substancialmente, representam ainda uma escassa fatia dos 190 485 profissionais em atividade contabilizados pela DGEEC.

48 comentários
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Socorro, estamos a ser invadidos, vêm-nos tirar os lugares!!!
Quais lugares se há tanta falta de docente? Meu filho não quer ser docente e não conheço outros que queriam!
Não há falta de docentes. Essa treta tem de acabar.
Se repetires isso muitas vezes pode ser que se torne verdade… 🙂
Ó Fernando, eu sempre soube que andavas por aqui a espiar o blog!
Quantos mais, melhor!
Se é para Portugal captar talento, tem de ser em todas as frentes.
A escola só será verdadeiramente inclusiva quando metade dos professores virem de fora porque a meu ver temos professores portugueses a mais.
Pelos vistos não temos professores portugueses a mais! Para quem escreve “…virem de fora…”, deve ter tido muitos professores estrangeiros!
Pois, só que naõ te ocorreu que sou estrangeira e dou inglês e espanhol. Bah!
Para trabalhar em Portugal, tem de saber escrever o básico (e isso é básico). Não justifique a sua ignorância com arrogância e burrice. Pena não terem de prestar provas quando entram no país para trabalhar (ex.: como no Luxemburgo, Alemanha, entre outros). Nós somos fixes!
Só se for para dar aulas, é isso? De resto, nem no Luxemburgo, nem na Alemanha é preciso prestar provas. Juro.
Escola = fardo, já dou aulas aqui há 2 anos e nunca ninguém me chateou. Se o meu português é completamente correto ou não, não parece interessar a ninguém. Há muito burro português a dar aulas cá também.
Pedi a equivalência da minha licenciatura de 4 anos e 1 ano prático pela Universidade Nova de Lisboa e em 4 meses já me deram o mestrado.
Não gostam protestem que eu entretanto vou trabalhando
Quelle est ta nationalité?
Brasileira.
Ah, Carla mesmo. Ok.
Só por curiosidade: dizes que há demasiados professores portugueses em Portugal. A bold statement. Dirias, da mesma forma, que há demasiados professores brasileiros no Brasil? Se sim, tendo em conta que é natural que isso aconteça (em qualquer país, ok?), qual é a tua lógica imbatível?
Ela não percebeu..
Escola = fardo, já dou aulas aqui há 2 anos e nunca ninguém me chateou. Se o meu português é completamente correto ou não, não parece interessar a ninguém. Há muito burro português a dar aulas cá também.
Pedi a equivalência da minha licenciatura de 4 anos e 1 ano prático pela Universidade Nova de Lisboa e em 4 meses já me deram o mestrado.
Não gostam protestem que eu entretanto vou trabalhando
Ter carta não quer dizer que a pessoa seja boa condutora… Existem muitos professores estrangeiros que não sabem nem se conseguem adaptar ao nosso currículo. A culpa está nas escolas em não saber fazer uma boa avaliação desses docentes… Era tudo currido a suficiente.
Este é mais um que gosta de os mandar para a terra deles e correr tudo a chicote. Não deve frequentar o Facebook porque senão já cá não estava com o que se lê por lá. Todos portuguesinhos de gema e do bem
E a cultura portuguesa era tão linda…é só hotéis e tuk tuks….restaurantes de fusão e cafés com preços que não são para a minha carteira. Sujos, a falar alto, telemóveis no máximo, aos empurrões no metro e em todo o lado…
E os imigrantes têm alguma coisas a ver com isso? Só vejo portugueses a comporrtarem-se assim.
Pobre língua massacrada constantemente por quem aprendeu português fora de Portugal e agora ensinam esse português adulterado é indecoroso a falta de cuidado em preservar a língua mãe. Basta ouvi-los a falar e escrever e pior estão a transmitir isso as crianças e jovens que vão ter de realizar exames…nada de promissor neste ensino. Mais vale contratar docentes portugueses de outras áreas e, fazer exame de apuramento oral e escrito depois dar-lhes uma formação pedagógica, e sim , esses candidatos podem ensinar o português de forma correta.
Exames de apuramento oral e escrito… Já agora também a obrigatoriedade da cidadania portuguesa e a afiliação partidária certa… Portugal precisa de mais imigrantes e a sua demografia é cada vez mais rica com outras culturas. Cada vez temos mais filhos portugueses de pais estrangeiros. São tão portugueses como você.
As línguas são vivas – evoluem e enriquecem com a mudança – e a necessidade de manter as coisas como eram antigamente é só mesmo algo que um fascista iria querer.
Portugal apenas melhora com um número maior de professores de todos os cantos do mundo independentmente do nível de português deles e delas.
Qualquer candidato normal ao mestrado de ensino tem de fazer exame e prova oral a português está na lei… Acontece que existem estrangeiros a ter equivalência sem fazer tais exames… Isso é problemático. O português se quer evoluir deve ser separado nos seus dialetos por forma a manter a sua matriz … Sou a favor da criação da língua brasileira e a língua angolana, onde possa existir cada vez mais um independência linguística com a integração de palavras que foram apagadas pelos anos o colonialismo
E quem diz que o português de Portugal é que tem de ser o único dialecto certo? O que faz dele melhor do que o brasileiro ou o angolano? Cada vez há mais brasileiros e angolanos em Portugal e cada vez menos portugueses que falam o português antigo! Portugal tem de evoluir deste pensamento colonista e racista!
Que disparate! Português antigo é o Português medieval. Portugal preserva naturalmente o seu Português, não tem que imitar ninguém. Mas se gostas tanto do Brasil e de Angola, porque é que não te mudas? E antes que chegue outro disparate, não, não sou chegano nem lá perto.
Podia entrar pela política mas limito-me a relembrar que Portugal é um país irrelevante no mundo e que já caia de morto se não fosse pela imigração de outros países lusófonos e pela ajuda da União Europeia. É melhor para se viver do que no Brasil e na Angola? Não sei porque já nasci em Portugal mas identifico-me só com o Cabo Verde de onde vêm os meus pais mas suponho que dependendo do que se procura até é capaz de ser melhor lá.
Ok, já entendi. Estás a precisar de uma experienciazinha caboverdiana e percebo porquê. O teu problema é que o teu país *real* é Portugal. Mas olha, o normal é cada local preservar o que é seu. Passando ao lado dos comentários meio vergonhosos (e errados) acerca de Portugal, digo apenas que não me passaria pela cabeça ir dizer aos brasileiros para falarem à maneira de Portugal ou aos caboverdianos para deixarem de fazer cachupa etc.
Não me revejo como portuguesa só em papel e pode não lhe passar pela cabeça dizer aos brasileiros e aos caboverdianos como falar e cozinhar. Acho muito bem! A realidade é que Portugal já não é o que era já não manda na cultura e na língua. Não é este país pobre cheio de idosos que vai ditar nada. São os brasileiros, angolanos, caboverdianos, guineenses e demais que vão segurar o futuro deste país e como tal a língua e cultura vão mudar e evoluir para refletir a demografia.
O português já fez isso nesses países quando tinha poder. Agora não tem, perderam a guerra e não fazem filhos – precisa de mudar.
Durante mesmo muito tempo, enquanto Portugal se mantiver europeu e o Brasil sulamericano ou outros países africanos, isso não passa de um sonho conturbado teu. Se não te revês como portuguesa tendo nascido e crescido cá, talvez a solução possível seja mesmo mudares-te para Cabo Verde. Pode correr bem. Pode correr mal. Às vezes é preciso que corra mal para valorizarmos o que temos.
Enfim, não sou apoiante do Chega, mas cada vez percebo melhor o ressentimento de muita gente.
Já é sabido que os trabalhadores de colarinho azul têm, ultimamente, uma maior tendência para votar neles — talvez porque já estão fartos de engolir estes pensamentos tóxicos de pessoas, sejam portuguesas ou estrangeiras, que cá vivem mas desprezam a nossa língua e cultura.
E agora, parece que chegou a nossa vez: este tipo de pensamentos começa a infiltrar-se também na nossa classe.
A menos que surja uma boa alternativa política, começo a ver que, daqui a uns anos, com mais professores destes a espalharem desprezo tanto pelos outros como pelos seus próprios alunos, teremos cada vez mais professores a votar no Chega, por pior que ele seja.
E quem diz que o português de Portugal é que tem de ser o único dialecto certo? O que faz dele melhor do que o brasileiro ou o angolano? Cada vez há mais brasileiros e angolanos em Portugal e cada vez menos portugueses que falam o português antigo! Portugal tem de evoluir deste pensamento colonista e racista!
Estás-te a repetir. Sinal de uma mente conturbada…
Ahaha plena concordância!
Quem diz é a história… Percebes que a história da humanidade não começou quando tu decidiste emigrar para Portugal… Segundo a história o português veio do latim o foi levado para o Brasil no tempo dos descobrimentos. A vergonha toda está em não ser criada uma língua independente designada por língua brasileira… Onde se pudesse incluir todos os dialetos dos povo indígenas do Brasil.
Bem se vê que há gente que nunca deu aulas, senão já tinha reparado que muitos alunos chegam ao segundo ciclo sem saberem ler nem escrever. Isto não aconteceu ontem, mas já dura há muito. Muitos alunos chegam ao 12 ano e a universidade a escreverem da mesma maneira que escreviam no segundo ciclo. Não é de agora, já dura há muito. E quem tiver dúvidas, frequente o Facebook e leia, sobretudo, as pérolas dos portugueses de bem
Sentimo-nos melhores na educação, mas comparamo-nos com a Alemanha? Luxemburgo? Suécia?
Lá a educação está à frente de Portugal e existem professores estrangeiros.
O mundo está globalizado, não vivemos no século XVIII.
Faltou mencionar que os sistemas de educação desses países que referiu pouco ou nada têm a ver com o nosso, na medida em que as contratações não são públicas: seguem um sistema mais semelhante ao das nossas escolas privadas, e não existem concursos nacionais. Além disso, é verdade que, à exceção da Alemanha, até é relativamente fácil um professor português com mestrado em ensino ver o seu diploma homologado, mas continua a ser necessário possuir uma certificação que comprove, pelo menos, o nível C1 de acordo com o CEFR na língua do país (na Suécia, creio que o exigido foi reduzido para B2). Acresce ainda a obrigatoriedade de realizar um curso prático probatório de um ano, que todos os profissionalizados em ensino têm de frequentar, e que é administrado por uma instituição universitária.
Se esses países aumentaram o rigor, mesmo com a falta de professores que enfrentam, foi precisamente por causa da falta de exigência que permitiram no passado. Mas, afinal de contas, Portugal lá vai avançando — sempre em frente, mas com vinte anos de atraso em relação aos seus vizinhos.
Realmente não sabe como funciona o sistema de reconhecimento de qualificação profissional entre Portugal e a própria UE.
Afinal são os mesmos requisitos que são exigidos a todos que vem da UE e Brasil.
Desde prova de aptidão e até estágio.
Portanto, não diga algo que não sabes.
O que o Santa escreveu no pelo menos no caso da Austria está certo. Estive lá emigrada e depois de um tempo tentei a minha sorte a dar aulas de substituição porque o meu mestrado em ensino de matemática não era reconhecido. Foi mais de um ano com um solicitador a tratar da homolgação e no final ainda pediram-me o certificado do tal ano de indução que era obrigatório antes de se poder dar aulas como professor (não supervisionado) em escolas públicas. Desisti e acabei por ir para uma escola internacional.
Imagino que seja o mesmo na Alemanha.
Noutro ponto, não consigo deixar de ver com ironia esta questão toda de pessoas abaixo dos 30 como eu sairem do país para dar aulas por contar tostões no final de cada mês e os nossos colegas estrangeiros a fazerem o mesmo. É um ciclo vicioso.
This is the kind of quality content I love to see.
If you’re Portuguese I dare you to type in your mother tongue. Quality content, you say? Hmm, and a lot of noise too.
A forma como você expressou isso está excelente! Realmente fez sentido para mim.
Seja bem vindo quem vier por bem (com respeito – será respeitado/a)!
Quem diz é a história… Percebes que a história da humanidade não começou quando tu decidiste emigrar para Portugal… Segundo a história o português veio do latim o foi levado para o Brasil no tempo dos descobrimentos. A vergonha toda está em não ser criada uma língua independente designada por língua brasileira… Onde se pudesse incluir todos os dialetos dos povo indígenas do Brasil.
Ah, se os brasileiros começassem a falar tupi é que era! Mas parece que os índios nunca foram muito bem tratados pelos ocupantes brasileiros…
Mas isso é que fazia sentido, em vez de alterar o português de Portugal deve se é criar um novo dialetos que possa incluir toda essa diversidade de línguas dos antepassados brasileiros. Acho mesmo racismo da parte do povo brasileiro em querer apagar da história esses dialetos.
Claro que há racismo e imensas diferenciações de classes no Brasil. 🙂 Essa do “brasileiro” é uma provocaçãozita; portanto, encaro-a como tal.