Federações denunciam silêncio do Ministério da Educação sobre Centros de Inclusão
Federações consideram que a “ausência de qualquer indicação” demonstra “uma enorme falta de respeito pelos alunos com deficiência”. Alertam, também, para o esgotamento dos Centros de Inclusão.

Cinco federações que apoiam pessoas com deficiência denunciaram esta terça-feira o silêncio do Ministério da Educação sobre o financiamento dos Centros de Recursos para a Inclusão (CRI), alertando para o impacto negativo na qualidade do apoio escolar.
Em comunicado conjunto, as federações que integram a Comissão de Acompanhamento dos CRI lamentam a falta de orientação por parte do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), considerando-a uma demonstração de desrespeito pelos alunos com deficiência e pelas suas famílias.
“As federações lamentam e não aceitam a ausência de qualquer indicação do Ministério da Educação para esta área, demonstrando uma enorme falta de respeito pelos alunos com deficiência — e respetivas famílias — que frequentam a escolaridade obrigatória, da responsabilidade do Estado”, refere o comunicado.
Face à falta de respostas, será solicitada uma audiência ao ministro da Educação, Fernando Alexandre, e à comissão parlamentar de Educação e Ciência, para exigir uma estratégia clara e sustentável para esta resposta educativa.
O comunicado conjunto foi divulgado pela Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC), pela Federação Nacional das Cooperativas de Solidariedade Social (Fenacerci), pela Federação Portuguesa de Autismo (FPDA), pela Humanitas — Federação Portuguesa para a Deficiência Mental e pela União dos Centros de Recuperação Infantil do Distrito de Santarém e Outros (Unicrisano).
A 25 de setembro, a Fenacerci denunciou que crianças com deficiência estavam sem apoios terapêuticos nas escolas devido à falta de informação sobre o financiamento dos CRI.
Duas semanas após o início do ano letivo, o MECI ainda não tinha comunicado os montantes disponíveis para constituir as equipas de apoio.

4 comentários
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Se fossemos um país civilizado e progressivo, seriam disponibilizados centros escolares específicos para crianças e jovens com deficiências dd diferentes tipos. Em vez disso, vai tudo para a escolinha (dizem que é inclusão, que fica bem) e seja o que Deus quiser…
Correção: Se fôssemos(…)
Touché. Poderia sempre dizer que foi uma gralha, mas as gralhas evitam-se.
É urgente valorizar o trabalho dos CRI e garantir condições para uma educação verdadeiramente inclusiva Human Expenditure Program