Resposta de Jorge Costa a Um Desafio Meu

… que admito ter algum fundamento e compreendo alguma da mágoa sentida por quem se encontra nesta situação e que por força das habilitações à data de cada concurso e das regras existentes ficou relegado para uma outra prioridade nos concursos de ingresso ou para uma graduação inferior pela separação do tempo de serviço antes da profissionalização e após.

É claro que a pergunta que fiz remetia para situações de igualdade habilitacional e do cálculo da graduação, que errados ou não eram os que vigoravam na altura e que ainda hoje vigoram.

Como muita gente diz, a graduação profissional ainda é a melhor forma de ordenar os docentes apesar de cada vez mais estarem a preparar esta extinção.

E querer justificar uma equiparação de prioridades com os docentes do quadro alegando o erro da graduação profissional parece pouco sério e perigoso para a manutenção do único critério claro para a ordenações dos professores.

A justificação do Jorge Costa tem grande fundamentação para o processo de vinculação dos docentes que se encontram há largos anos em contrato, no entanto para um concurso, seja extraordinário ou não, acaba por tornar-se demasiado perigosa e que facilmente tem oposição da quase totalidade dos docentes que se encontram já nos quadros.

Isto não é criar uma barreira à entrada de novos professores nos quadros, encarem esta situação como uma resistência normal a quem já é do quadro e sente-se ameaçado com uma requalificação.

Porque afinal isto só se aplica no próximo concurso interno de 2015 e em 2017 haverá novo concurso. A minha pergunta de novo é. Haverá?

A Prova n.º1 – A PROVA DE QUE COLOCAR PROFESSORES DO QUADRO A CONCORRER À FRENTE DOS RECÉM VINCULADOS É UM ERRO… CRATO!

 

 

“A leveza de uma graduação forçada e o peso da precariedade”

 

O Arlindo deixou estes dias o seguinte desafio, a propósito de o meio sindical vigente e ele próprio acharem que os docentes do quadro devem concorrer numa prioridade acima dos recém vinculados, ao qual quis responder:

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2014/03/resposta-de-jorge-costa-a-um-desafio-meu/

16 comentários

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  1. Arlindo posso dizer-lhe que relativamente a esta questão conheço vários colegas meus, que aquando da minha vinculação tinham graduação superior à minha e ficaram de fora e eu entrei para os quadros, sabe qual foi a diferença, eu fiquei colocada na altura a 700km de casa, coisa que nenhum deles arriscou, na altura o meu grupo ainda ia tendo alguma vantagem, o 550, e todos eles arranjaram colocação à porta de casa por mais 4 anos com renovações sucessivas. Eu entretanto formei família, filhos, e continuo destarrada a 700km de casa. Hoje alguns deles desempregados outros longe e agora acham-se no direito de concorrer à minha frente?
    Haja bom senso!

      • Professora on 3 de Março de 2014 at 13:03
      • Responder

      Muito bem observado. No tempo das vacas gordas muitas foram as opções por continuar contratados ao pé de casa, agora que as vacas estão esqueléticas e muitos caíram no desemprego é que se lembraram de exigir direitos para vincularem e apelar aos “x” anos de serviço que já contabilizaram. Querem um concurso só para eles, pois acham que as vagas são para eles e o pessoal de quadro afinal são uns invejosos porque concorreram para tentarem uma estabilidade mas, temos pena, só foram para longe porque assim o entenderam!!!! Isto chama-se desespero que leva à tentativa de legitimar o egoísmo e o oportunismo, pois ou entram agora ou não vão conseguir. Somos muitos “cães a um osso e NÃO HÁ ossos para todos”. Quem é o culpado disto??? O MEC que destruiu MILHARES de horários e não os desgraçados que conseguiram uma vaga de quadro (SABE-SE LÁ ONDE) em concursos onde o MEC nunca disponibilizou as vagas reais e que agora NÃO SE VÃO CALAR, como é óbvio.

      Quanto à opinião do colega Jorge Costa, parece-me que é apenas mais uma opinião que revela muito boa intenção mas, claramente, desadequada da atual conjuntura económica que o país atravessa para além de ver a questão da graduação profissional de uma perspetiva, que no meu entender não é a correta. Não me parece justo alterar as regras do jogo a meio. Refere que muitos colegas com habilitação própria foram ultrapassados por outros, mais novos, porque estes eram detentores de licenciaturas com estágio integrado. Pois sobre este assunto tenho a seguinte opinião: Quem quer ser professor deverá concorrer aos cursos cujo perfil de saída seja esse. A partir do momento em que surgiram licenciaturas via ensino, todo o prof que tinha apenas habilitação própria deveria ter concorrido à universidade a fim de fazer a componente didática, dado que a cientifica já a possuía. Por exemplo, conheço gente dos grupos 550,510 e 600 que se licenciaram via científica e logo que possível, fizeram o reingresso nas universidades para ficarem profissionalizados. Ficou parado no tempo quem assim o entendeu. Depois existem outros grupos como o 430 em que não há nem nunca houve licenciaturas via ensino, pelo que todos os docentes são portadores de habilitação própria até integrarem os quadros ou serem chamados, como referiu em 2005 à profissionalização. O que é curioso analisar aqui, é a quantidade de gente que vem do privado e que se profissionalizou lá, por lá trabalhou muitos anos e agora fica à frente de quem tem estado sempre contratado do público. Aqui sim importava fazer a distinção!

      Assim sendo, parece-me mais sensato continuar com a mesma regra que tem pautado a vinculação de docente até 2013, bem como TODA A DISTRIBUIÇÃO DE SERVIÇO NAS ESCOLAS – que é a graduação profissional, nos temos em que está. Se este critério desaparecer vai ser o caos. Por favor, não inventem mais, pois se o MEC não alterar as suas políticas para a educação, os horários serão cada vez menos, porque os alunos também serão menos e a necessidade de contratar irá diminuir. Não vale a pena deitar tudo a perder. Lamento dizer isto, mas é a realidade dos nossos tempos, pois esta crise não vai desaparecer a curto prazo.

      O que não se aprova de maneira nenhuma:
      – O fim da graduação profissional, nem a alteração do seu cálculo (só se for para retirar de lá a avaliação no caso dos contratados, que é ridícula);
      – existência de concursos externos extraordinários sem concursos internos;
      – ultrapassagens nas entradas para o quadro e consequente ultrapassagens nas colocações/afetações a escolas;
      – alterações, dia sim, dia sim, da legislação existente, desrespeitando toda uma filosofia de entradas, mobilidades, contratos, contagens de tempo de serviço, etc.. As pessoas não são números, nem se reduzem a €, mas sim são seres humanos com vontade de trabalhar que exigem respeito e dignidade;
      – que o tempo de serviço prestado no ensino privado seja tido em conta no cálculo da graduação profissional em concursos públicos. Já que está na moda a criação de prioridades, então criem-nas aqui também.
      – concursos plurianuais, com renovações de contrato e ofertas de escolas com critérios manhosos.
      – contratações entregues a escolas e muito menos a autarquias.

      O que se exige:
      – apuramento de vagas reais e permanentes do sistema e abrir concurso interno e externo
      em 2014 respeitando a graduação profissional, como tem sido o critério há décadas a esta parte.
      – a não repetição do erro-crato de mais um concurso externo extraordinário em 2014 em moldes similares ao de 2013, caso contrário impugnação do mesmo;
      – tudo o que não é igual, deverá ser organizado em prioridades diferenciadoras.
      – concursos anuais;
      – bom senso;
      – Justiça e equidade

      É a minha opinião!


      1. Obrigada, pelo complemento da sua resposta. Vi que a minha estava mal redigida mas ando tão ofegante de raiva que até me esqueço dos pontos finais. Subscrevo na integra tudo o que escreveu. Eu iniciei funções com habilitação própria tive que pagar o ingresso numa universidade para completar as minhas habilitações e poder concorrer com habilitação profissional. Tenho colegas que exercem no privado e que efetivamente lhes foi possível fazer a profissionalização através da escola, mas que nunca correram qualquer tipo de risco ou fizeram qualquer tipo de investimento.
        É urgente corrigir tanta injustiça e nos deixarmos de demagogias baratas.

    • Manuel on 3 de Março de 2014 at 13:35
    • Responder

    Eu tenho uma situação idêntica à da Ana, tenho uma licenciatura em Eng. Química do Instituto Superior Técnico (que me dá habilitação própria) e para conseguir concorrer a concursos tive que me sujeitar a tirar uma nova licenciatura desta vez em Ensino da Física e da Química….
    Dei aulas e fui aluno… não foi nada fácil.
    No concurso deveria ser considerado apenas o tempo de serviço em escolas de ensino publico. Todos sabemos como funcionam as regras de selecção para as privadas e mesmo para as de associação.
    É vergonhoso ver pessoas que não concorrem aos concursos, (não aparecem nas listas) serem colocadas em ofertas de escolas. Nem conseguimos ver se têm habilitações para o fazerem pois não temos nada onde confirmar.

    • Zé Manel on 3 de Março de 2014 at 15:10
    • Responder

    O reino do chico esperto:

    Contratados a dizer que se os qa/qe estão desterrados lá longe isso foi uma opção deles, continuassem contratados ao pé de casa, tal como qualquer chico esperto, esperando melhor oportunidade. São esses do clube do chico esperto que agora dizem haver contratados com maior graduação do que muitos qa/qe e que, portanto, é uma questão de justiça fazer valer tal graduação. Mas são estes mesmos que se indignam ao ver que outros ainda mais espertos os vão ultrapassar- aqueles que optaram por um privado também dentro da zona de conforto, com cunha ou sem cunha, e que agora vão concorrer com graduação de 30 e mais.
    Do mesmo modo, há qzp que dizem ter maior graduação do que muitos qa/qe mas na altura em que poderiam ter efetivado numa escola a 500 km ou mais, preferiram juntar-se ao clube do chico esperto e ficar num qzp perto de casa (quando havia 23 qzp), à espreita de melhor oportunidade.
    São estes dois tipos de chico esperto que se indignam por verem outros ainda mais espertos a lamber botas (e talvez outras coisas, diz-se por aí) a diretores para verem renovados os seus contratos numa teip perto de si.
    Ah, e há ainda uma outra casta de chicos cujo conceito de justiça varia conforme as conveniências: ora pugna pela graduação como critério mais justo, ora diz que afinal deveriam ser levados em conta outros fatores.
    A todos este chicos, eu digo apenas isto: que vão para o raio que os parta!, cambada de oportunistas sem pingo de dignidade!


  2. O meu contributo/opinião sobre o concurso externo extraordinário (e futuramente outros assuntos):
    profsaoinfinito.blogspot.pt

    • Carmo Roby on 3 de Março de 2014 at 15:26
    • Responder

    O meu comentário é apenas este: tenho 30 anos de serviço, um curso de 4+1 (estágio integrado) de Licenciatura em Ensino na Universidade do Minho. Quando concorri a efectiva, fi-lo para 100 escolas (ao longo do país) e zona 1 (na altura, esta estendia-se a todo os Trás-os-Montes). Fiquei colocada em Montalegre, a 100 kms de casa. Ia à 2ª e regressava à 6ª, o meu filho de 5 anos ficava com a minha mãe (felizmente para mim, que a tinha!). No ano seguinte, concorri e fiquei na Póvoa de Lanhoso (a 20 kms de casa, 40 kms, ida e volta) e nunca mais de lá saí, apesar de concorrer SEMPRE para ficar colocada em Braga! Podia ter usado o destacamento à porta de casa? Poder, podia mas sempre achei que lá chegaria, esperando a minha vez. Dos comentários aqui postados, há gente na minha situação e outros que sempre ficaram no aconchego da terra (em escolas públicas e privadas). Digam-me agora, sem serem tendenciosos: acham bem eu ( e outros, na mesma situação) sermos ultrapassados por colegas com menos tempo de serviço?!!! Não me estou a lamentar mas a pedir-vos para pensarem no assunto, sem “raivas” que não aproveitam a ninguém.

    • Jorge Costa on 3 de Março de 2014 at 18:41
    • Responder

    Corre por aqui uma cegueira do tipo: tudo é justo até me sentir ameaçado nos meus interesses. Colegas do quadro (também o sou!), falem com conhecimento e não fantasiem sobre porque é que um professor contratado ainda não está no quadro, Se quiserem dizer alguma coisa, informem-se primeiro. Sei que não convém, mas façam uma tentativa, pelo menos, para não caírem na pobreza de espírito ao olharem só para o vosso umbigo. Há soluções para tudo!

      • Correia on 3 de Março de 2014 at 19:45
      • Responder

      Parabéns, Jorge por ver um pouco mais além. Obrigado.

      • MANU on 3 de Março de 2014 at 22:14
      • Responder

      Muito obrigado, Jorge! É que há gente com uma visão tão pequena que pensa que quem não efetivou foi SEMPRE por escolha própria e para ficar perto de casa. Não se apercebem que existem milhares que não conseguiram vincular devido a outros motivos, que não dependiam deles, e que se viram ULTRAPASSAR ao longo dos anos por colegas mais novos que tiveram melhor sorte. ENFIM…é como diz : é preciso fazer um esforço para falar com conhecimento de causa. CONTINUE ASSIM….

      • Maria on 4 de Março de 2014 at 9:56
      • Responder

      Obrigada por não desistir… sou contratada, concorro há 15 anos a nível nacional, fico perto de casa porque é lá que o ME me coloca. Colega, você merece o nosso respeito, pela imensa razão que tem (temos) e por não baixar os braços.

    • mestrejorge on 3 de Março de 2014 at 22:13
    • Responder

    entram todos para o quadro… depois de entrarem saem os que lá estão… é o mais correto???
    quem já está colocado no quadro é porque fez pela vida e não teve tachos para ficar na terrinha.. agora queixam-se que têm mais tempo de serviço e não estão no quadro.. sejam inteligentes..

    • josé L. on 3 de Março de 2014 at 23:10
    • Responder

    Eu acho que aqueles que efectivaram a 400km de casa deviam reclamar porque houve alguns que só efectivaram a 200km de casa. E aqueles que efectivaram a mais de 600 km de casa, não deveriam estar à frente de todos os outros? Parece que a distância para a qual cada um concorre deve ser factor a ter em conta nas prioridades (que se lixe a graduação….)

    E aqueles que efectivaram, por exemplo em 2001, e viram contratados, que nesse ano ficaram perto de casa, efectivarem em 2002 e passar-lhes à frente? Será que só agora é que podem efectivar contratados com mais graduação do que alguns colegas do quadro? Isso sempre aconteceu!!!

    • José Fernandes on 4 de Março de 2014 at 11:10
    • Responder

    Realmente é cego aquele que não quer ver. Não percebo porque ainda se fala (passado dezenas de anos) na questão da graduação do meio valor e do valor inteiro para profissionalizados (o que me parece da mais elementar justiça); mas, vejamos onde estão as ultrapassagens dos colegas mais antigos pelos mais novos:
    Eu cabei o curso com estágio integrado em 1991, concorri, no concurso na 2ª parte e fiquei a cerca de 90 km de casa. No concurso seguinte, tb não efectivei e fiquei sensivelmente à mesma distância. Nesses dois anos o meu tempo de serviço contou dois anos, tal como aos meus colegas mais velhos, que não tiveram nos seus cursos estágio integrado, mas fizeram posteriormente a profissionalização. Convém lembrar que as médias de entrada dos cursos de ensino eram bastante mais elevadas do que as médias dos cursos sem estágio integrado. Lembro também que estes cursos de ensino já existiam à uns bons anos. Mas quem eu ultrapassei? quem não teve média para entrar nos cursos de ensino? quem tardiamente fez a profissionalização? Hoje, tenho cerca de 25 anos de serviço e querem que estes meus colegas me passem à frente porque não entraram nos cursos de ensino ou porque dicidiram ingressar no ensino devido a não terem arranjado colocação na sua área cientifica?

    Continuando com o meu caso pessoal, no terceiro concurso concorri para a Madeira, efetivei, nos anos seguintes fiquei a cerca de entre 30 e 16 km de casa, onde me encontro presentemente.

    Nunca consegui lecionar na minha cidade, contudo, tem havido dezenas de vagas que são ocupadas por qzps e contratados, esses sim, que com uma graduação profissional muito inferior à minha.

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