… que uma ideia que nem é descabida de todo, relativamente à autonomia das escolas para a gestão do seu currículo, possa ser implementada por este MEC.
Porque com essa autonomia curricular vem uma outra que se prende com a contratação direta dos professores.
E essa autonomia está provada que não funciona e ainda atrasa mais as colocações de professores.
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7 comentários
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Concordo Completamente, Arlindo!
A ideia da gestão dos currículos também é descabida pois não se sabe muito bem o que ela significa na prática. Provavelmente há disciplinas que vão perder muitas horas em várias escolas porque se formarão lobbies de outras disciplinas. Para além disso esta diferença torna mais difícil o percurso escolar dos alunos que têm de mudar de escolas (em virtude, por exemplo, da mudança de local de emprego dos pais que é cada vez mais frequente). Quanto à contratação direta de professores, todos sabemos o que ela implica de negativo e é preciso tomar medidas urgentes para que não prossiga. É bom que os professores contratados mergulhados na falsa expetativa de vinculação (que será apenas para muito poucos) não deixem o mec prosseguir com estas tentativas.
Assusta mesmo…Pegando no exemplo de Nuno Crato, que refere a disciplina de Geografia e uma outra complementar – “Mapeamento e GPS”. Ele falou em reduzir tempos letivos a uma disciplina para investir noutra que a complemente. Assim, de repente, surgem-me algumas questões: 1ª) O programa das disciplinas que vêm a sua carga horária diminuída também vai ser ajustado? Ficaremos com menos horas para lecionar os mesmos e extensos programas? Imagino que sim!! 2ª) Há alguns anos que nos vemos ser impostos limites para o número de fotocópias, muitas escolas não têm projetores em número suficiente a funcionar, entre muitas outras carências. Assim, onde se vai arranjar o dinheiro para GPS’s, bases de mapas digitais, computadores e Internet que funcionem dignamente para se desenvolverem estes projetos? Ou será que estas disciplinas e projetos vão funcionar apenas com aulas teóricas? 3ª) Vai dar-se aos professores formação para dar uma resposta adequada às exigências das disciplinas? Há…pois o concurso será feito à medida de quem se quer colocar no dito horário… 4ª) Como fica a situação dos alunos que necessitem de mudar de escola a meio do ano ou a meio de um ciclo de ensino? Como fica a situação dos alunos perante a situação da avaliação externa (exames nacionais ou testes intermédios) que na minha opinião caminha a passos largos para estender exames nacionais a todas as disciplinas do ensino básico, no fim de cada ciclo? 5ª) Não era objetivo deste MEC diminuir a dispersão curricular dos alunos? Foi o que alegou quando acabou com as áreas curriculares não disciplinares, que deixou penduradas muitas atividades do Projeto de Educação para a Sexualidade, levou à diminuição de atividades relacionadas com a diminuição da violência em espaço escolar, respeito pelos direitos humanos…O resultado está à vista: não me lembro de num só ano escolar ouvir falar em tanta violência nas escolas e os últimos dados revelam que de facto está a aumentar. Este senhor não sabe o que quer…ou melhor sabe. Quer desviar as atenções dos problemas reais, levar-nos à loucura e fazer-nos desistir. Se desse às escolas públicas crédito horário e indicações para organização dos horários de modo a promover verdadeiras salas de estudo onde os alunos pudessem esclarecer as suas dúvidas acompanhados de docentes. Se desse crédito horário às escolas publicas para desenvolver atividades de dança, natação, ballet, musica…talvez os alunos e professores da escola pública também brilhassem…
A ideia de autonomia escolar, cuja raíz vai beber à tentativa de implementação do taylorismo nas escolas, encaradas como meras unidades produtivas, foi depois adaptada às School Based Managemen dos anos 80 e 90, em alguns países anglófonos, tendo depois plasmado nas actuais Charter Schools americanas. Por trás desta ideia de uma pretensa autonomia escolar está uma outra de cunho político-ideológico e económico, defendida sobretudo pelos neoliberais radicais, e que visa fazer da educação mais um negócio e também um meio de propagarem e perpetuarem o seu poder e os seus ideais reacionários, sempre à custa do herário público (veja-se a ideia do cheque-ensino e o financiamento público às escolas privadas).
Além disso, neste país, a autonomia, vista de um modo genérico, nunca passou de caciquismo, prepotência, nepoismo, injustiça, mesquinhês, imbecilidade, ignorância, como atestam o caso da Madeira, de muitas autarquias deste rectângulo e mesmo de muitas das nossas escolas, onde há directores que mais não são do que pequenos ditadores embrutecidos pelo poder que lhes foi conferido.
É isto o que se pretende com a dita autonomia escolar: caminhar para a municipalização e privatização das escolas, proporcionando aos detentores e decisores mais poder político, ideológico e económico – as pretensas preocupações com a educação e o ensino são meras figuras de retórica destinadas a embarretar os mais incautos.
erário sem “h” (e sem dinheiro)
Sei que não tem a ver com o post mas precisava de um esclarecimento:
Qual a legislação em vigor que regulamenta as aulas de substituição? (Se é que elas ainda estão em vigor… na minha escola estão… com plano, sem plano, todos os dias aparece no placard uma grelha com as pessoas a substituir e com os respetivos substitutos).
Obrigado.
E as metas, como/onde ficam?!