… porque a longa distância não me consigo aperceber das intrigas que por lá se passam.
E este relato retrata bem como quem não está por dentro dos assuntos não consegue apanhar o fio à meada.
Hoje (13-02-2014), o BE apresentou uma proposta de substituição integral da sua proposta inicial, indicando que esta resultava de uma última tentativa de consensualização com o PS, uma vez que continha as matérias acordadas com uma parte do grupo parlamentar deste partido.
Em suma, esta proposta consistia:
– num concurso interno extraordinário, a par do concurso externo extraordinário em 2014, 2015 e 2016, com as mesmas regras de graduação dos docentes do quadros que as existentes no concurso atual;
– em vagas para quadros de escola, de forma a colmatar as necessidades permanentes do sistema;
– num concurso externo extraordinário, os contratados podiam selecionar escolas para provimento não inferior a 3 anos e outras por 1 ano; os candidatos que tivessem 1075 dias de serviço nos últimos 5 anos no respetivo grupo e/ou nível de docência, nas escolas públicas da RAA, podiam ficar na 1.ª ou na 4.ª prioridade, conforme concorressem por 3 anos ou por 1, desde que esgotassem todas as escolas; os candidatos que tivessem feito o estágio na Região, sido bolseiros na Região, ou tivessem 1095 dias de serviço no respetivo grupo e/ou nível nas escolas da rede pública, particular, cooperativa ou solidária, podiam ficar na 2.ª ou na 5.ª prioridade, conforme concorressem por 3 anos ou por 1 ano, desde que esgotassem todas as escolas; os candidatos profissionalizados ficavam na 3.ª prioridade nas escolas em que concorressem por 3 anos e na 6.ª nas escolas para que concorressem por 1 ano.Após longo e caloroso debate, o BE retirou esta proposta, declarando não permitir que esta fosse totalmente pervertida pelo PS e pelo PCP. De facto, o regimento da Assembleia permite que, se a proposta do BE fosse a discussão, qualquer partido podia apresentar e aprovar qualquer alteração que apresentasse.
Efetivamente, o PS e o PCP apresentaram propostas de alteração, cujo teor o SDPA divulga:
– concurso interno extraordinário, a par do concurso externo extraordinário em 2014, 2015 e 2016, com as mesmas regras de graduação dos docentes do quadros que as existentes no concurso atual;
– vagas para quadros de escola, em função do número de aposentações e flutuação de alunos inscritos;
– alterações na graduação dos candidatos ao concurso externo extraordinário – 1.ª prioridade para docentes com 1075 dias de serviço seguido nos últimos 3 anos que se candidatassem obrigatoriamente a todas as escolas da RAA por 3 anos; 2.ª prioridade para os candidatos que tivessem feito o estágio na Região, sido bolseiros na Região, ou tivessem 1095 dias de serviço no respetivo grupo e/ou nível nas escolas da rede pública, particular, cooperativa ou solidária da RAA e que concorressem obrigatoriamente a todas as escolas da RAA por 3 anos; 3.ª prioridade para candidatos com habilitação profissional, às escolas a que concorressem por 3 anos; 4.ª prioridade para candidatos profissionalizados, às escolas a que concorressem por 1 ano.Como estas propostas do PS e do PCP continuavam a ter por base a proposta inicial do BE, este partido, pelas mesmas razões apontadas acima, também retirou esta proposta. Contudo, o PS adotou-a de imediato, como sua, o que lhe permite apresentar e aprovar todas as propostas de alteração que entender. Face a este facto, tido como inédito pelo PSD, CDS-PP, BE e PPM, os deputados do CDS-PP e do PPM abandonaram o plenário, em sinal de protesto, tendo os trabalhos do dia sido encerrados logo após.
Assim, amanhã (14-02-2014), pelas 10h, reiniciar-se-ão os trabalhos, tendo por base a proposta inicial do BE agora adotada pelo PS e as propostas de alteração do PCP e do PS.
(A Direção, aos 13-02-2014)
6 comentários
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Foi hoje aprovado um diploma que diz mais ou menos o que é referido no post acerca da proposta do PS e PCP. Até a esta hora, somente sindicatos e alguns deputados conhecerão o diploma na íntegra. Foi aprovado esta manhã.
Mais um concurso repleto de artimanhas. Mais do mesmo! Pais de merda! Cada concursinho feito a medida de certa gente. Pobres dos que apanham por tabela no meio de tanta diferença fedorenta!!!! FDP!!!!!!!!
Não houve possibilidade dos docentes da RAM e RAA concorrerem para o Continente em pé de igualdade? É fazer o mesmo em relação a este concurso (tribunal).
No continente ainda não perceberam qual é problema!?
Quem anda há alguns anos nisto ainda se deve lembrar do tempo em que poucos se lembravam dos Açores e Madeira. Nesse tempo não havia:
– Escolas com contratos de autonomia;
– Escolas TEIP;
– Renovações de contrato;
– Contratações de escola;
– etc.
Estes são apenas alguns exemplos que ajudaram a destruir o concurso transparente do Ministério da Educação (alguns fugiram para as ilhas quando isso começou). Concentrem os esforços para acabarem com esses exemplos deploráveis e terão o nosso apoio.
É fácil perceber o que se passa: as vacas estão a ficar magras também nos Açores. E como não há mama para todos… É só olhar para os grupos 100, 110 e 120 nos Açores. Agora já nem os recém-licenciados do Arquipélago estão a conseguir entrar (é só ver o concurso deste ano com recém-licenciados com média 17 e 16 por colocar). E todos sabemos como os lobbies políticos funcionam: cada qual tenta puxar a brasa à sua sardinha para ganhar mais uns votos nas próximas eleições.
Há uns anos atrás a mama dava para todos e até dava para colocar uns continentais de vez em quando… Agora já não!
Os Açores já comer demais dos nossos impostos para manterem o baronato em pé. A última foi não permitirem os QZP da!Madeira e Continenete concorrerem no concurso interno, até tenho um email do júri de concurso que me pede para fazer uma coisa ilegal para concorrer, solicitar uma declaração ao MEC que me permitisse concorrer no concurso externo. Aprovaram um diploma de concurso que vai contra o ECD da RAA para manterem os Continentais em horário zero ao longe. Quando chega a autonomia verdadeira das ilhas? A legislativa já está consolidada, falta a financeira, com os impostos de quem vive à tripa forra no baronato dos Açores.