A Educação no Orçamento |
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Caro leitor Foi dia de entrega da proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2025 e, por essa razão, recebe hoje esta newsletter mais tarde do que é habitual. Queríamos deixar-lhe algumas notas sobre o que diz o documento numa área que sabemos que lhe interessa. Eis o que os jornalistas do PÚBLICO que estão a dissecar os números e as medidas para a Educação escreveram nas últimas horas. Professores e outros funcionários. Em 2025 a despesa com o pessoal deverá subir 3,3%, face ao valor que está estimado para 2024. São cerca de 5858 milhões de euros, um acréscimo de 187 milhões que servirão, sobretudo, para financiar a “valorização das carreiras, a recuperação do tempo de serviço dos professores” e a contratação de pessoal docente. Curiosidade: nesta proposta do Governo, a despesa total consolidada do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) é de 7471 milhões de euros (um aumento de 6,8% face à execução estimada até final de 2024). E a grande fatia — mais de 78% — é, precisamente, para suportar as despesas com pessoal. Alunos sem aulas. A grande prioridade neste sector é a diminuição significativa do número de crianças e jovens que, por falta de professor, ficam sem aulas ao longo do ano lectivo. As metas são estas: reduzir este ano lectivo em 90% o número de alunos que estiveram sem aulas durante todo o 1.º período, comparativamente a 2023. Em 2025 a redução deverá ser de 95%. Mais autonomia para as escolas. O megaministério tutelado por Fernando Alexandre, que junta Educação, Ciência, Ensino Superior e Inovação, propõe-se mexer não só na sua relação com as escolas como na articulação destas com as autarquias. “As competências das escolas e a sua articulação com as autarquias e os serviços centrais do MECI serão também avaliadas e revistas. Neste contexto, prevê-se a revisão do modelo de gestão das escolas, com o reforço da sua autonomia e a criação de um estatuto do director de Escola.” Pode ler mais neste artigo. Mediadores para alunos estrangeiros. O Governo quer que 75% dos alunos imigrantes recém-chegados tenham, no próximo ano, acompanhamento de mediadores culturais e linguísticos, e inscreve esse objectivo na sua proposta, recordando que o número de filhos de imigrantes aumentou 160% entre 2019 e 2024, representando actualmente 14% dos alunos do ensino básico e secundário. Pré-escolar. O Governo promete investir no alargamento da rede nacional de educação pré-escolar, mas não aponta datas para instituir uma universalização da oferta para crianças de três anos (que obrigaria a garantir as vagas para todas as crianças nessa faixa etária). Para mais sobre medidas que interessam às famílias, leia aqui. Ensino superior. A proposta de OE prevê transferências directas para as universidades e politécnicos públicos no valor de 1498 milhões de euros. São mais 63 milhões de euros face à dotação inicial do ano passado (1435 milhões), ou seja, um aumento de 4,4%. No total, a despesa para a Ciência e Inovação, incluindo ensino superior, deverá ser de 3842 milhões de euros. Uma das medidas: a conclusão de 62 projectos de residências para o alojamento de estudantes universitários, num investimento total de 284 milhões de euros. Leia mais aqui. Parcerias com as universidades norte-americanas. O ministro Fernando Alexandre já tinha acenado com a intenção de manter os acordos com a Universidade Carnegie Mellon, o Instituto de Tecnologia do Massachusetts e a Universidade do Texas em Austin – que custam 12 milhões de euros por ano –, mas ainda não havia novidades sobre o que aconteceria no próximo ano. O OE prevê que se mantenha o compromisso com as colaborações internacionais. Leia mais aqui. Continue a acompanhar a nossa cobertura do OE, nesta área e em todas as outras, no site do PÚBLICO. Até quinta-feira |
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Andreia Sanches |
10 de Outubro de 2024 archive
Out 10 2024
A Educação no Orçamento
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Out 10 2024
Acréscimo de 6,8% para a Educação no OE2025
O Programa Orçamental da Educação evidencia, no orçamento para 2025, uma despesa
total consolidada de 7470,6 milhões de euros, o que traduz um acréscimo de 6,8% (477,3
milhões de euros) face à execução estimada até final de 2024.
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Out 10 2024
O valor da descentralização para a Educação
O Fundo de Financiamento da Descentralização (FFD), gerido pela DGAL, é dotado
das verbas necessárias ao financiamento das competências descentralizadas para os
municípios do território continental, nos termos dos Decretos-Leis n.ºs 21/2019, de 30
de janeiro, na sua redação atual, do Decreto-Lei n.º 22/2019, de 30 de janeiro, alterado
pelos Decretos-Leis n.ºs 84/2019, de 28 de junho, e 4/2022, de 4 de janeiro, do Decreto-
Lei n.º 23/2019, de 30 de janeiro, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 84/2019, de 28 de
junho, 56/2020, de 12 de agosto, 84-E/2022, de 14 de dezembro, e 102/2023, de 7 de
novembro, e 55/2020, de 12 de agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 23/2022, de
14 de dezembro, e 87-B/2022, de 29 de dezembro, até ao valor total de €
1 405 374 345,00, constante do mapa 12 anexo à presente lei, asseguradas as condições
legalmente previstas, com a seguinte distribuição:
a) Saúde, até ao valor de € 139 694 808,00;
b) Educação, até ao valor de € 1 170 160 332,00;
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Out 10 2024
Orçamento do Estado para 2025
A Proposta de Lei n.º 26/XVI/1 – Aprova o Orçamento do Estado para 2025 foi entregue pelo Ministro das Finanças ao Presidente da Assembleia da República, no dia 10 de outubro, ato que marca o início do processo orçamental no Parlamento.
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Out 10 2024
Se Faltam Professores No Ensino Regular, Então nas AEC o Panorama Ainda É Pior
Falta de professores e baixo pagamento deixa alunos do 1.º ciclo sem AEC
As AEC são atividades educativas e formativas das áreas de desporto, artes, ciências e das tecnologias de informação e comunicação. Destinam-se aos alunos do 1.º ciclo e complementam as atividades letivas até às 17:00 ou 17:30, mas há escolas onde as atividades decorrem no início da tarde. Apesar de não serem de frequência obrigatória, a maioria dos pais inscreve os filhos, de forma a garantir a escola a tempo inteiro. Contudo, a falta generalizada de professores e a necessidade de canalizar os recursos para as atividades letivas têm levado a uma dificuldade cada vez maior de contratar recursos para lecionar AEC.
Um problema que afeta cada vez mais escolas. Arlindo Ferreira, diretor do agrupamento de Escolas Cego do Maio e autor do blogue ArLindo (dedicado à Educação) alerta para a “falta de professores para as AEC em várias disciplinas, nomeadamente nas AEC que implicam a necessidade de um técnico com formação na área do ensino, como Inglês ou Expressão Plástica”.
Esses docentes são, na sua maioria, contratados pelas autarquias, em condições precárias e a recibo verde. Para Arlindo Ferreira, as condições precárias são um dos problemas para conseguir os recursos necessários, mas é a falta generalizada de professores a causa maior da escassez de docentes de AEC.
“Os professores estão a ser necessários para colmatar as necessidades do sistema de ensino e muitos dos habituais técnicos das AEC, que são também professores, optam ou ficam colocados com mais facilidade no sistema de ensino do Ministério da Educação”, refere.
A falta de professores para as AEC causa constrangimentos às escolas e às famílias, pois “não é possível assegurar o funcionamento da escola a tempo inteiro para os alunos e que implica, em muitos casos, por insuficiente número de assistentes operacionais, os alunos não poderem ficar na escola”.
Por isso, defende Arlindo Ferreira, “a lógica de funcionamento da escola a tempo inteiro precisa de ser revista, de forma a permitir que a escola a tempo inteiro possa ser assegurada para todos os alunos que dele necessitem e não para todos os alunos”.
Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) destaca que, em algumas escolas, as turmas de AEC “são muito grandes devido à falta de professores”.
Pais são obrigados a pagar ATL porque não há AEC”
Rui Moreira, presidente da Associação de Pais da Escola Secundária Sebastião da Gama (ESSG) e membro da Federação Concelhia de Setúbal das Associações de Pais (COSAP) é responsável por contratar professores para as AEC (com o apoio da autarquia). Uma tarefa que, diz, é cada vez mais difícil. “Temos sempre dificuldades para contratar. Tem sido um problema desde há algum tempo e, este ano letivo, continua a ser complicado”, explica. O responsável justifica as dificuldades na contratação com a falta generalizada de professores, mas também com a desmotivação por parte dos professores devido aos valores pagos. “Nós pagamos acima do valor médio. Pagamos 13 euros à hora. Somos os que pagamos mais na zona porque queremos ter qualidade e ainda assim não conseguimos manter os professores muito tempo”, sublinha. Essa escassez leva, conta, a problemas ainda mais graves, pois “os pais das crianças são obrigados a pagar ATL ou centros de explicação para ter onde deixar os filhos ao final do dia. Muitos têm ainda que pagar o transporte dos filhos até lá”, denuncia.
Rui Moreira lamenta ainda a “falta de atualização dos valores pagos pelas autarquias, que tem estado sempre a baixar”. “Os valores das câmaras são cada vez mais reduzidos e não há atualização dos valores. Assim, é muito difícil manter os professores”, conclui.
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Out 10 2024
Simulador do Racio dos Assistentes Operacionais
Verifiquei que o link para o Simulador do Blog dos Assistentes Operacionais estava com problema, pelo que coloco novamente o link correto na barra lateral direita para este simulador e deixo-o de novo aqui em destaque.
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