O projeto +Power é uma iniciativa inovadora que teve início no Global Teacher Prize 2020, resultado da colaboração entre os docentes Luís Baião, de Educação Especial no Agrupamento de Canelas, e Paulo Serra, de Informática no Agrupamento Nuno Álvares de Castelo Branco. Este programa promove a inclusão de jovens com Adequações Curriculares Significativas nas suas turmas, através de aulas animadas com recursos digitais que eles próprios desenvolvem a partir de conteúdos fornecidos pelos professores. Esses recursos são jogados numa consola especial, produzida por estudantes reclusos no Estabelecimento Prisional de Castelo Branco.
No próximo dia 25 de outubro, às 14h30, no Auditório da Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto, teremos a oportunidade de conhecer de perto esta equipa e discutir metodologias ativas de aprendizagem e co-construção de recursos educativos.
Durante esta sessão especial, dinamizada pelos próprios alunos, exploraremos a aplicação prática do programa em contexto escolar. Além disso, os participantes interessados em implementar o +Power terão a oportunidade de receber uma das 100 consolas que disponibilizaremos gratuitamente.
Se ainda não conhece o projeto +Power, pode assistir ao vídeo de apresentação neste link: Vídeo do Projeto +Power.
A participação no evento é gratuita, mas a inscrição é obrigatória. Inscreva-se através deste link: Formulário de Inscrição.
Contamos com a sua presença para conhecer mais sobre este projeto inspirador e colaborar na construção de uma escola mais inclusiva!
O presente artigo visa apresentar uma proposta inovadora para um novo Estatuto da Carreira Docente (ECD), com foco na valorização salarial, eliminação de quotas e listas de vagas, e democratização da gestão escolar. O objetivo é criar um sistema mais justo, atrativo e responsivo às necessidades da comunidade educativa.
Princípios Fundamentais:
Valorização da Profissão Docente: Reconhecimento da importância crucial dos professores na formação das futuras gerações e na construção de uma sociedade mais justa e desenvolvida.
Equidade e Progressão na Carreira: Eliminação de barreiras artificiais à progressão, como quotas e listas de vagas, garantindo que todos os docentes tenham oportunidades iguais de desenvolvimento profissional.
Democratização da Gestão Escolar: Envolvimento da comunidade educativa na tomada de decisões, através da eleição direta dos cargos de chefia e gestão.
Avaliação Justa e Formativa: Implementação de um sistema de avaliação que promova a reflexão e a melhoria contínua da prática docente, sem comprometer a progressão na carreira.
Estrutura da Carreira:
A carreira docente será estruturada em 6 escalões, cada um com duração de 6 anos, com exceções para os docentes em regime de monodocência, como detalhado na tabela abaixo. A progressão entre escalões será automática, baseada no tempo de serviço, e não dependerá de vagas ou quotas.
Escalão
Índice TRU
Componente Lectiva (horas)
Remuneração Mensal (€)
1º – 6 anos
32
22
2.407,74
2º – 6 anos
44
22
2.893,81
3º – 6 anos
50
22
3.225,58
4º – 6 anos
56
20
3.557,35
5º – 6 anos
60
18
3.778,53
6º – 6 anos
66
16
4.110,30
Para além da remuneração base, serão atribuídos suplementos aos docentes que exerçam cargos de gestão ou coordenação, como forma de reconhecer a responsabilidade acrescida e o trabalho adicional que estas funções implicam.
Cargo
Suplemento
Diretor
50% do índice 32 do TRU
Subdiretor
25% do índice 32 do TRU
Adjunto
20% do índice 32 do TRU
Coordenador de Departamento/Escola
20% do índice 32 do TRU
Todos os cargos de chefia e gestão escolar, incluindo diretores, subdiretores, coordenadores de departamento e coordenadores de escola, serão eleitos por sufrágio direto da comunidade escolar. Poderão candidatar-se a estes cargos todos os docentes que possuam a habilitação académica específica e a experiência profissional requeridas.
A avaliação do desempenho docente será realizada de forma regular, através de um processo justo, transparente e formativo. O objetivo principal da avaliação será promover a reflexão sobre a prática docente e a melhoria contínua do ensino. A avaliação não terá impacto na progressão na carreira, mas poderá ser utilizada para fins de desenvolvimento profissional e reconhecimento do mérito.
A implementação deste novo ECD representa um passo fundamental para a valorização da profissão docente e para a construção de uma escola pública de qualidade, mais justa, democrática e atrativa para os profissionais. Acreditamos que este modelo contribuirá para a melhoria das condições de trabalho dos professores, para a elevação da qualidade do ensino e para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e próspera.
O prazo de entrega da proposta do Orçamento de Estado para 2025 termina no próximo dia 10 de Outubro…
A respeito do anterior, o Presidente da República já anunciou que se esse Orçamento não for viabilizado haverá uma crise política e económica…
Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, líderes dos dois maiores Partidos Políticos com assento na Assembleia da República, têm sido, nas últimas semanas, protagonistas de uma espécie de folhetim, tendo como guião o Orçamento de Estado para 2025…
Entre propostas e contrapropostas apresentadas por ambos, pretensamente recusáveis ou irrecusáveis conforme os pontos de vista, entre avanços e recuos, entre cedências e intransigências, esses dois líderes partidários têm agido como se fossem putativos camaleões em frente ao arco-íris…
Metaforicamente, e parodiando um pouco a situação, mais parecem dois camaleões em frente ao arco-íris, indecisos quanto à cor que melhor lhes serve para se camuflarem:
– “Escolho amarelo ou ficaria melhor com azul”? “Acho que escolho amarelo, mas talvez numa tonalidade mais vibrante”… “Ou, então, escolho o azul, mas numa tonalidade menos intensa”… “Pensando melhor, acho que, afinal, escolho o anil, é isso, escolho o anil”… “Mas também me agrada muito o verde”… “Como posso não escolher o verde?” “E quase que me esquecia do vermelho”… “Gosto tanto de vermelho, mas com vermelho não consigo ficar incógnito!”…
E, pronto, parece que andamos nisto há várias semanas…
Parece que andamos nisto há várias semanas, como se não existissem fundos europeus que necessitam de estabilidade governativa para serem (bem) aplicados; como se o Mundo não estivesse envolto na insegurança, na incerteza e na propensão para o conflito entre vários países; ou como se, a vários níveis, Portugal não dependesse dos mercados externos, também eles, por vezes, muito periclitantes…
Enquanto tudo isso, o Orçamento para 2025 bem poderá esperar, que o país há-de governar-se sozinho e sobreviver aos “acotovelamentos” entre os dois maiores Partidos Políticos, bem patente na forma como consecutivamente se têm empurrado responsabilidades de um lado para o outro…
Em resumo, a actual conjectura internacional, assim como a própria situação do país, nomeadamente no que se refere à Educação, desaconselham veemente qualquer irresponsabilidade ou veleidade em termos governativos…
Talvez não se deva ignorar que os acordos já firmados entre o actual Governo e algumas estruturas sindicais da área da Educação, nomeadamente o que respeita à recuperação faseada do tempo de serviço dos Professores, carecem de cabimentos previstos no Orçamento de Estado, destinados à respectiva consecução…
O tacticismo inerente aos jogos políticos parece que tem dominado nas últimas semanas, deixando o país em suspenso, sem que se vislumbre uma inequívoca solução que permita um acordo de proposta para o próximo Orçamento…
Assistindo a este “jogo do empurra”, e para agravar ainda mais o problema, encontra-se obviamente à espreita de uma oportunidade de entendimento com qualquer Governo que o aceite, um grupo de indivíduos defensor de uma matriz ideológica inspirada no Estado Novo, muito saudosa do salazarismo e com uma identidade política muito próxima do fascismo e do nacionalismo…
Com franqueza, depois do que se viveu durante quarenta e oito anos, sob o jugo de uma Ditadura fascista, talvez se possa aceitar (quase) tudo menos o anterior…
Portanto, a mensagem, dirigida ao PSD e ao PS, não poderá deixar de ser esta:
– Deixem-se de “fitas” e de jogos iminentemente pueris: se é para acordar uma proposta de Orçamento para 2025, façam-no de vez; se é para inviabilizar qualquer acordo, assumam-no sem rodeios… Em ambos os casos, que o decidam e clarifiquem o mais rapidamente possível, sem hipótese de equívocos em termos de interpretação…
O interesse do País e dos respectivos cidadãos não pode ficar refém de “guerrilhas” partidárias, nem de qualquer vaidade ou capricho partidário…
Continuar a arrastar pretensas negociações, tendo como pano de fundo sistemáticas conferências de imprensa, alimentando todo um frenesim mediático e centenas de possíveis interpretações, muitas delas opostas entre si, ameaça tornar-se num lastimável espectáculo decadente…
Parte significativa dos cidadãos portugueses esperará, certamente, que os dois maiores Partidos Políticos com assento na Assembleia da República consigam demonstrar a responsabilidade, a elevação e o sentido de estado necessários para tornar o país governável e, em simultâneo, anular a sede de protagonismo evidenciado por quem nutre certas simpatias por regimes ditatoriais…
Neste momento, será sensato sujeitar o país a novas eleições legislativas?