…que identifiquei neste post e levou a esta queixa deixada na caixa de comentários pela Diana.
Esta é a melhor solução para denunciar este casos, porque como diz a Diana se ninguém se queixar parece sempre estar tudo bem.
Esta situação foi dada a conhecer através de correio electrónico ao Gabinete do Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar e aos vários Grupos Parlamentares. Dei conhecimento a alguns meios de comunicação, sindicatos, associações de professores, etc., porque já não sei como lidar com tanta trapalhada. Trascrevo o que enviei, talvez não tenha sido a melhor forma de manifestar o meu desagrado mas foi aquela que encontrei…
Fui professora de Matemática até 31 de Agosto de 2011. Este ano lectivo tenho sido ultrapassada por centenas de colegas e, apesar de ter denunciado a situação junto de várias instituições (Ministério da Educação, IGE, Presidência da República), não obtive qualquer resposta.
A situação dos horários”falsos” temporários é já bem conhecida e não é verdade que a situação tenha ficado resolvida. Os candidatos que foram mal colocados estão a acumular tempo de serviço e vão no futuro ultrapassar todos aqueles que, apesar de estarem melhor posicionados na lista de ordenação, não foram colocados por terem apenas concorrido a horários anuais.
Relativamente à contratação de escola, a maioria dos directores revela uma manifesta falta de competência na selecção dos candidatos. A maioria dos candidatos seleccionados tem graduação profissional, classificação académica e tempo de serviço inferiores à maioria dos outros candidatos que continuam em casa. Os directores não querem, ou não sabem escolher, os melhores professores para as suas escolas e ninguém está preocupado em mudar esta situação.
Não se trata de haver menos vagas mas de vagas que estão a ser ocupadas por pessoas com menos experiência e menos habilitações. É frustrante uma pessoa ter investido tanto tempo e dinheiro na sua formação académica e contínua e ver-se ultrapassada por recém-licenciados!
Hoje, dia 24 de Janeiro de 2012, deparo-me com os seguintes critérios para selecção de um docente de Matemática para o Agrupamentode Escolas da Madalena (Vila Nova de Gaia):
· Ter habilitação adequada ao grupo/nível de ensino.
· Ter exercido funções neste Agrupamento comparecer positivo da Direcção Executiva.
· Graduação profissional (nota final de curso +tempo de serviço antes e após profissionalização).
· Nota final de curso.
· Tempo de serviço docente.
· Ter concluído o curso nos últimos 5 (cinco)anos.
O critério relativo ao facto de o docente ter exercido funções no agrupamento já vem sendo habitual (e quem nos governa acha normal!) mas ter concluído o curso nos últimos 5 anos…
Gostava de saber se os senhores governantes também são escolhidos por terem concluído o curso nos últimos 5 anos. É assim que se pretende ter os professores mais experientes? Gostaria ainda de saber se continuam a achar que os directores dos agrupamentos/escolas têm na generalidade competências para seleccionar os melhores professores para as suas escolas. À semelhança desta escola conheço muitas que adoptam critérios ridículos e outras que nem cumprem os critérios que estabelecem e não são penalizadas por isso.
Tentei denunciar mais esta situação para depois não ter de ouvir os nossos governantes dizer que ninguém se queixa. Liguei para a DGRHE (Direcção Geral dos Recursos Humanos da Educação) e disseram-me que teria de entrar em contacto com a DREN (Direcção Regional de Educação do Norte). Na DREN disseram-me que têm conhecimento de várias situações semelhantes, que os “directores fazem o que querem desde que tenham o aval do Conselho Pedagógico” e que um dos Secretários de Estado do MEC (Ministério da Educação e Ciência) incumbiu as Direcções Regionais de entrar em contacto com as escolas e apelar ao bom senso dos seus directores, porque com o decreto 35/2007 de 15 de Fevereiro nem o MEC poderia fazer alguma coisarelativamente a esta situação. “A única solução é alterar o diploma” disse‑me o funcionário da DREN. Tentei entrar em contacto com o Gabinete do Sr. Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar para esclarecer a situação mas a funcionária passou-me para as Informações que, por sua vez, me queriam passar para a DGRHE para onde já tinha ligado e onde me disseram que teria de ligar para a DREN. Voltei a ligar para a funcionária do Gabinete do Sr. Secretário de Estado que me tentou passar para alguém mas não conseguiu, disse-me para tentar amanhã. De facto, como estou desempregada posso passar o meu tempo a fazer contactos telefónicos…
Como é que se consegue melhorar a situação da educação em Portugal se a maioria dos directores de escolas/agrupamento estão simplesmente interessados em satisfazer o interesse de alguns (que não são certamente os seus alunos)? Serão estes critérios de facto analisados pelos Conselhos Pedagógicos? Será que tantos professores consentiram a adopção de critérios ridículos por parte da Direcção do seuAgrupamento/Escola? Terão as Escolas/Agrupamentos já sido inspeccionados no sentido de averiguar esta situação?
É urgente avaliar de forma séria acompetência dos directores e das suas equipas. É necessário fazer inspecções sem aviso prévio! É urgente tirar esta gente da sua zona de conforto onde se movem como se fossem donos das escolas. Acredito que existem directores competentes mas pelo que tenho visto na maioria das contratações de escola (até Dezembropara os Agrupamentos TEIP e para os que têm autonomia e agora para todos osagrupamentos/escolas) é muito complicado encontrá-los! Acredito que a autonomia pode ser benéfica para as escolas mas não acredito que os professores estejam preparados para lidar com ela.
15 comentários
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Bem dito
Também deixo aqui algo que me chegou às mãos, por Sónia Santos:
OFERTA DE ESCOLA PARA O GRUPO 110 (Agrupamento do QZP Algarve):
Dois dos critérios de selecção são:
2 – Ter desempenhado funções letivas no Agrupamento, no ano letivo 2011/2012.
3 – Ter desempenhado excelentes funções letivas no Agrupamento, no ano letivo 2011/2012.
O que me dizem disto?…”
Elsa Dourado
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Obrigada, Arlindo! Continuação de bom trabalho! Abraço!
Miséria… é Portugal… mais nada..
Força a todos os colegas!
Boa, parabéns! Eu ultimamente tenho passados os meus dias, para além de concorrer a ofertas, a denunciá-las à IGE, agora não me escapa uma! Vejam que até houve um director de agrupamento, que para se safar à pressão da IGE, queria que eu escreve uma declaração, dizendo que ele me tinha contactado e eu não atendi (mentira que nunca me ligou e escolheu um candidato com graduação inferior!) Nã…isto tem que acabar!
A situação descrita é normal em quase todas as ofertas de escola. Quando não inclui estes critérios tem a dita entrevista. Isto é uma vergonha.Não adianta apresentar reclamação porque ninguém responde e quando respondem é para dizer que o assunto deve ser tratado com as DRE ou com as escolas. Não sei o que se pode fazer para inverter a situação, mas gostava de saber.
Denuncie os casos que conhece aos vários grupos parlamentares e aos vários meios de comunicação social, se todos o fizerem eles vão ter de dar alguma resposta a esta situação.
No meu agrupamento, o conselho pedagógico e a diretora foram obrigados a alterar os critérios de seleção, porque um dos critérios era a continuidade pedagógica.
Alguém reclamou para a Provedor da Justiça e a escola foi intimada a alterar-los. E assim foi. Neste momento, o primeiro critério é a graduação. O critério da continuidade desapareceu.
No seguimento das várias e “boas demonstrações” de contratação de escola, venho também eu dizer de minha justiça e dar o meu testemunho do que me aconteceu esta terça dia 24.Fui contactada para ir a uma entrevista à escola luis antónio verney no beato, porque supostamente tinha ficado entre as 5 melhores candidatas. Fui à entrevista respondi a tudo o que me foi perguntado e no final da entrevista o Srº diretor perguntou-me se me telefonasse a dizer que tinha de começar já na quarta, se isso seria possivel?Ao que respondi prontamente que sim, pois embora esteja a viver no distrito de coimbra, tenho casa dos meus pais perto desta escola e até já tinha trazido o saco da roupinha…
Fiquei à espera da tal chamada mas nada.Vou então no dia seguinte à plataforma e qual não é o meu espanto qd vejo que foi colocada uma colega que estava atrás de mim mais ou menos 1800 lugares…O que significa que tem menos 7 anos e tal de serviço do que eu…Telefonei para a escola ao que me disseram que a graduação não lhes interessava para nada. o que lhes interessava era que a candidata tivesse/apresentasse projetos…??!!Pensei mas eu não sou ARQUITETA!!!Disse-lhe ainda que me achava humilhada com tal situação pois não me tinha sido perguntado por projetos nenhuns, o que me foi perguntado foi que projetos já tinha feito..Ao que respondi que já tinha criado um centro de novas oportunidades, que desenvolvi td os projectos das escolas onde fico, pois em substituição temos que continuar a desenvolver o q já está implementado…Aliás esse é tb um dos critérios de muitas escolas…
Não percebo, será que o erro é meu, será que tenho de tirar um curso de projetista.. para poder brilhar nas entrevistas??Então onde fica a avaliação?onde ficam os anos de serviço/experiência?NADA, NÃO SERVE PARA NADA…
Corroborando o que uma colega já publicou penso que o Srº ministro devia ver quem está à frente das entrevistas, pois não é qq um que serve para as fazer…como está à vista…
Denuncie! Enviei o texto também para o provedor da justiça, não sei se será suficiente mas temos de lutar para que estes directores da treta percebam que não são donos das escolas, são empregados do estado como qualquer outro professor!
Tinha que dar um presunto ou cabrito ao diretor…Sim porque eles também comem muito “por baixo da mesa” e quem mais dá…………MAIS LEVA.
E ainda querem aumentar a autonomia das escolas….. Conheço agrupamentos, cujos membros da direção primeiro olham para o aspeto das meninas e em função da cara linda ou não, assim lhe dão o horário. Competência,nota de curso, etç… é só para tapar os olhos. E provar isto??????? Qualquer dia saltam-nos para a espinha e temos que ficar caladinhos.
Essa escola já teve 3 denúncias minhas na IGE de critérios ilegais, dizem que está em everiguações, vamos ver…
Venho também deixar o meu testemunho em relação aos falsos horários temporários e aos critérios de seleção utilizados em OE. Concorri apenas a horários anuais por me encontrar, acreditava eu, numa posição confortável, não fossem mudar as regras a meio do jogo. Apesar de ter apenas 7 pessoas à minha frente desde 31 de Agosto, na lista graduada, nunca fiquei colocada em BR. A minha esperança seriam então as OE! Qual não foi o meu espanto quando ainda não consegui ficar colocada em OE e vejo-me a ser ultrapassada por colegas que nem se encontram na lista graduada ou se encontram 800 lugares abaixo. Isto está a acontecer porque o critério das escolas não contempla a prioridade e colegas com mais tempo de serviço que se encontram em escolas privadas estão todos a concorrer ao público. Isto choca-me, mas mais revoltante é ver que estes colegas são engenheiros químicos, licenciados em bioquímica e em química industrial e ultrapassam-me quando sou licenciada em Química – Ramo de Formação Educacional – e possuo Mestrado em Ensino da Física e da Química! Já para não falar da prioridade, a formação de base não deveria ser um dos critérios de maior relevo? O que querem afinal os senhores diretores para as suas escolas? Um ensino de qualidade ou satisfazer compadrios?
Aconteceu-me o mesmo em várias ofertas! Já pedi à DREN para sensibilizar os “directores” para as prioridades. Acho que alguns até querem fazer as coisas da melhor forma mas não sabem mais… Também podem ser contra as prioridades, ei que há vários professores contratados que tomaram essa posição. Graças às prioridades, no final do meu estágio fui para 5ª ou 6ª e fiquei um ano desempregada. Agora já não interessa… É uma questão de ter nascido no ano certo!