São muitas as queixas neste início de ano lectivo que se prendem com a colocação de professores. A mais visível aconteceu ontem com a “ultrapassagem” dos docentes que optaram apenas por horários anuais em detrimento de outros com menor graduação que ficaram colocados em horários de substituição que em muitos casos serão para todo o ano.
Não vou fazer qualquer juízo de valor em fez essa opção na sua candidatura durante o mês de Agosto.
Já todos sabiamos, uns mais do que outros, que haveria grandes reduções para o ano lectivo 2011/2012. Era inevitável que isso acontecesse.
Mas o que no entanto vai acontecendo e que podia ser evitado é:
- um docente profissionalizado ser ultrapassado por um não profissionalizado nas ofertas de escola;
- os critérios das ofertas de escola serem feitos à medida da colocação de determinado candidato para o lugar;
- a graduação não ser o principal (poderá não ser único) critério de peso na escolha dos candidatos;
- falta de transparência na generalidade das escolas com a contratação de professores;
- as docentes grávidas ou em licença de maternidade nas ofertas de escola serem preteridas pela condição em que se encontram;
- os DCE ainda não estejam colocados nas escolas para as quais manifestaram preferências para a continuação dos tratamentos ou da assistência à família, conforme compromisso do MEC;
- na contratação de escola não estar determinada a duração real do contrato por altura do concurso público;
- o MEC não possibilitar que a duração dos contratos sejam adequados ao motivo pedido pelas escolas.
- o MEC não considerar a subtituição por aposentação e o pedido de horários com o motivo de aumento de turmas como horários anuais.
- o MEC insistir em ordenar as escolas pela duração fictícia do maior contrato, sendo que para todos os efeitos não é possível assinar um contrato por período inferior a 1 mês.
Pelas razões apontadas não chegavam 10 Palácios das Laranjeiras para receber todos estes que se sentem injustiçados com o início deste ano lectivo.
Pior do que os cortes inevitáveis é a injustiça como eles são feitos.
8 comentários
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Concordo colega. Força.
O motivo da não colocação dos docentes, que só concorreram a vagas anuais, não foi a redução do número de vagas, mas sim as vagas anuais serem “chamadas” de temporárias…
Não vamos agora culpar os professores por essa opção, quem a tomou é porque sabia que tinha condições para o fazer, nunca contaria que as vagas anuais fossem chamadas de temporárias… Se as vagas tivessem sido devidamente introduzidas na plataforma da DGRHE como anuais, estes docentes já estariam colocação…
Acho lamentável que estas pessoas com muitos anos de trabalho sejam agora culpados, chamados de “esquisitos” e criticados: “não aceitam qualquer vaga”…
Enfim… 🙁
Lena, Concordo em absoluto!!! Se não fosse essa trafulhice dos anuais passarem a temporários não haveria toda esta constestação! Tem toda a razão, colega!
A escola onde estive colocado o ano passado indeferiu o meu pedido de compensação por caducidade. Alguém sabe o que se pode fazer a seguir?
Colega, deve enviar esse indeferimento JÁ para o Provedor de Justiça, tal como estão a fazer outros colegas na mesma situação. Aconselhe-se com um Sindicato ou, se não conseguir, eu envio-lhe a minuta.
Antes do Provedor de Justiça ainda vem a Direccção Regional de Educação… Mas tenho na mesma o recurso, se quiser.
Concordo plenamente com o post… só quem está “por dentro” desta situação é que compreende as injustiças e as falcatruas que estão a ser cometidas… A crise não pode servir de desculpa ou atenuante para tudo, pois até hoje os sectores mais visados por esta desculpa foram a Educação e a Saúde. De resto, “está tudo na mesma, como a lesma…”
Capacidade de organizaçao, alguem tem? Como é possível aparecerem 20? Apenas e só, 20? Capacidade de organizaço caros colegas… “Venham mais cinco…” Nao abandonemos os colegas corajosos, receosos, amedrontados, perante um plovo gigante, aqueles que estao lá por nós… por eles, se o eles formos nós… é muita força… Sao projectos de vida roubados, sao projectos de carreira roubados, sao qualidades profissionais roubadas, sao justiças conratuais roubadas, é um confundir liberdade com libretinagem, é a minha, a tua, a dos nossos filhos, é-nos tudo roubado… é o medo que se apodera e nós, é o desespero que se apodera de nós… Jesus Cristo chama-nos à atençao com o seu multiplicar dos peixes. Multipliquemo-nos lesados! Multipliquemo-nos, nao para derrotar o polvo (isso nao é nossa intençao), sim para que ele olhe para nós… para os vossos e nossos filhos, pelo direito que temos a nao perder a qualidade educativa que vos e nos formou, pelos direitos dos alunos, pelos direitos dos pais a uma educaçao justa para os filhos, por uma sociedade que necessita justiça no corte de direitos. Sim, tenho medo… mas também nao aceito que me roubem aquilo que conquistei, pelo qual lutei, no fundo aquilo que sou… nem aceito o nao fazer nada…
Padeiro.