Foram colocados 1801 contratados na Reserva de Recrutamento 3, distribuídos de acordo com a tabela abaixo. Apenas 260 professores ficaram colocados em Lisboa, Alentejo e Algarve…
Notícia no semanário Expresso, com o agravamento da situação relativamente ao ano passado. Quantos mais artigos terão de ser feitos, para esta situação ser resolvida? Onde anda a CONFAP, que deveria ser a primeira a exigir a resolução desta situação?
A próxima análise pretende fazer uma previsão dos professores disponíveis para cada QZP, por grupo de recrutamento.
São cerca de 17 000 professores disponíveis neste momento, mas perto de 70% destes estão concentrados em 5 grupos (100, 110, 260, 620 e 910). Restam 30% para os outros 30 grupos e quanto mais a sul, menor é a percentagem.
A análise relaciona o último colocado em cada QZP com o número de professores disponíveis na lista de não colocados. Se num determinado QZP, o último colocado é o número de ordem 1000, isso significa (salvo algumas exceções) que todos os que estão melhor colocados não concorreram para esse horário.
O facto de termos agora 63 QZPs aumenta o grau de dificuldade da tarefa, mas mesmo assim é bem clara a ausência de professores a sul, onde abunda a mancha vermelha.
Se clicarem na imagem poderão ver o PDF e analisar por QZP e Grupo de recrutamento onde a carência de professores é maior.
À semelhança do ano passado, disponibilizo aqui uma ferramenta que permite a visualização rápida das Contratações de Escola disponíveis na plataforma do Ministério.
Espero que vos seja útil!
Podem clicar no canto inferior direito para ocupar todo o ecrã!
Como se pode perceber pelas tabelas divulgadas pelo Arlindo e pela imagem abaixo, setembro e outubro trarão mais ordenado líquido, para compensar o imposto cobrado a mais desde janeiro.
Pode a ingenuidade fazer-nos crer que foi implementada por ser a forma mais imediata do governo fazer refletir a alteração das tabelas de IRS, mas é claramente uma estratégia de manipulação da opinião pública para trazer uma pressão extra numa altura de aprovação do orçamento de estado.
O meu maior problema nem está nas estratégias políticas utilizadas, porque elas fazem parte do jogo democrático, mas no facto dessas estratégias, de forma grosseira, trazerem danos para muitos professores:
– Quem não estiver colocado em setembro ou outubro, pagou imposto a mais durante o ano e, injustamente, não será agora compensado;
– Quem começar a trabalhar em setembro, não pagou nenhum imposto durante o ano e será injustamente compensado agora.
Temos ainda a recuperação do tempo de serviço envolta em névoa com o caos na plataforma do IGeFE; ajudas de deslocação limitadas a determinadas escolas e grupos de recrutamento; concurso extraordinário, em moldes desconhecidos; o reforço do financiamento das escolas com contratos de associação, …
Estas alterações às 3 pancadas, na tentativa de trazer um “cheiro de mudança” acabam por arrastar também um “cheiro a esturro” que deve deixar todos os professores de sobreaviso. Estejamos atentos!
A nível de concursos, este ministro não começou bem: em pouco tempo têm sido detetados vários erros, ao ponto dos serviços contactarem os professores para resolverem os problemas no algoritmo do sistema.
Este ano, a alteração da calendarização da MpD, que foi executada depois da MI, não sendo um erro de algoritmo é ainda mais grave, porque, de forma consciente ou por ignorância, prejudicará muita gente.
Vejamos um exemplo concreto (entre outros que tenho conhecimento):
– A professora A, de Vila Verde, ficou na Mobilidade Interna (MI), em Amares;
– A professora B, de Amares, na MI, ficou colocada em Guimarães;
– A professora A, na MpD, na semana seguinte, consegue (e bem) mobilizar-se para Vila Verde e liberta a vaga de Amares;
– A professora B, de Amares, ficará em Guimarães e verá professores menos graduados (e se calhar de Guimarães) a ocupar a vaga na primeira Reserva de recrutamento.
Qual a vantagem que o Sr. Ministro vê com esta alteração da calendarização?
Vejamos outra situação concreta:
– O professor C, de Sintra, ficou na MI em Agualva (numa das escolas com maior falta de professores);
– A professora D, de Agualva (opositora a todas as escolas da região), ficou na MI em Oeiras;
– O professor C fica colocado na MpD na escola mais próxima de casa e libertará a vaga de Agualva.
– a professora D não ocupou a vaga da escola mais próxima de casa (e que ela preferia) e, provavelmente, na próxima reserva, o horário libertado não será ocupado por falta de professores interessados.
Conclusão:
– vários professores QZP por colocar, que terão de se apresentar na escola do ano passado (alguns do algarve ou das ilhas), quando teriam lugar na MI se as vagas não tivessem sido “ficticiamente” ocupadas;
– vários professores ultrapassados por outros menos graduados na próxima reserva de recrutamento;
– em várias escolas, muitos alunos sem aulas porque aqueles que estariam interessados nesses horários já têm outra colocação.
Estas situações têm sido recorrentes ao longo das reservas, mas não havia nenhuma razão para acrescentar mais este grau de injustiça neste “procedimento” da Mobilidade por Doença, pois não Sr. Ministro?
A tabela abaixo apresenta os professores que, tendo zero dias de tempo de serviço, conseguiram vincular no Concurso Externo ou ficaram agora colocados na Contratação Inicial em horário Completo e Anual.
É um forte sinal dos tempos: quando saí da universidade, a correr bem, lá para outubro estávamos colocados.
Entenda-se que mais de 95% destas colocações são a sul. A tabela abaixo pode servir como indicador para os futuros colegas que agora estão na universidade: a probabilidade de terem um percurso bem mais tranquilo do que aqueles que agora têm 20 anos de serviço é grande, mas implica concorrer para todo o país nos primeiros anos de serviço.
A tabela abaixo apresenta os colocados na CI, distribuídos pelo antigo QZP de colocação, para facilitar a perceção da zona de colocação a nível nacional. Foram apenas colocados professores com horário completo e a grande maioria das colocações foi a sul.
A tabela abaixo apresenta a distribuição dos 159 candidatos da Norma Travão que não foram colocados, por grupo de recrutamento e QZP antigo onde a vaga foi aberta.
Analisemos os dados:
Pela análise da tabela percebe-se é nos grupos e regiões onde há mais carência de professores, que mais professores não foram colocados, com o QZP de Lisboa a ter quase metade dos professores nesta situação.
Muitos destes docentes apresentaram-se como opositores a todos os QZPs, mas como não concorreram a todas as vagas QA, acabaram por não ser colocados.
O aviso de abertura referia essa obrigatoriedade:
Pelos vistos a DGAE tem contactado docentes para eles denunciarem o contrato e não serem penalizados, o que me parece ser uma forma bastante irregular de evitar a penalização destes docentes.
Uma coisa é certa: se houver lugar a penalização, a escola pública perderá mais de centena e meia de professores em grupos de recrutamento e zonas onde a carência mais se faz sentir.
Para tornar menos penosa a manifestação de preferências para a Mobilidade Interna, disponibilizo o vídeo com a demonstração de um método que facilita o processo de manifestação de preferências para a este concurso.
O quadro abaixo apresenta a idade média dos professores colocados no Concurso Interno, por Grupo de Recrutamento e QZP.
A tendência é clara: os QZPs do norte e centro apresentam uma média de idades superior aos QZP’s a sul. O algarve conta com uma média de idades abaixo de 49.
Mais de 3500 dos professores do quadro colocados neste Concurso Interno têm 60 ou mais anos e a grande maioria destes professores foram colocados em AE do norte.
Quanto aos grupos, o 530 é aquele que tem maior idade média, enquanto os colocados do 930 têm idades mais baixas.
Dos vinculados através da vinculação dinâmica do ano passado, que eram 5606, cerca de 5500 apresentaram-se neste concurso interno sabendo de antemão que teriam a obrigatoriedade de concorrer a todo o território nacional.
Analisando agora o resultado das colocações podemos afirmar, com pouca margem de erro, que mais de 70% desses professores ficaram perto da zona que pretendiam (zona onde ficaram colocados neste ano letivo).
Tomando como exemplo os professores colocados este ano letivo no QZP 1 (antigo), percebemos que num universo de 1779 professores, 1274 (284 + 990) foram distribuídos entre os novos QZPs 1 a 12… os restantes (cerca de 30%) ficaram colocados mais longe.
Parabéns aos professores que assumiram o risco (eu acho que não o teria feito) e ficaram colocados perto da zona que pretendiam e uma palavra de força para aqueles que ficaram longe. Estes têm ainda a Mobilidade Interna e no próximo ano haverá novo Concurso Interno, onde poderão conseguir aproximar-se da residência.
Tendo em conta que ainda não tiveram lugar medidas que surjam como resposta aos problemas que atormentam a Escola Pública, Missão Escola Pública, lança, em parceria com a Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira, Ephemera, este momento de reflexão celebrando o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Se Camões existisse hoje, para além da inspiração, o que pediria às ninfas do Tejo, no momento de escrita da sua obra panegírica, para a Escola Pública portuguesa? Queremos ver discutidas algumas linhas condutoras da Escola Pública portuguesa e do estado da Educação no ano em que se celebram os 50 anos de Abril. O modelo de gestão, a falta de exigência dos curricula, o modelo de avaliação docente, a tão apregoada Inclusão, a indisciplina são alguns dos temas que certamente serão abordados. Atendendo ao espaço onde decorrerá o colóquio o número de inscrições será limitado. As inscrições, que estarão abertas até ao dia 9 de junho, podem ser feitas através do QRCode que se encontra no cartaz ou do link: